Hong
Kong, 16 nov (Lusa) - Uma notificação do tribunal de Hong Kong a ordenar o
despejo dos manifestantes pró-democracia de um dos locais de protesto que
ocupam desde há sete semanas foi publicado no sábado nos principais jornais
locais, autorizando as autoridades a intervir.
Apesar
de em número mais reduzido, os manifestantes têm permanecido em três das
principais vias de Hong Kong desde 28 de setembro, exigindo eleições livres em
2017 na região administrativa especial chinesa.
A
China recusou-se a recuar na insistência de que os candidatos devem ser
avaliados por um comité, uma decisão que os críticos dizem que se destina a
garantir a eleição de um fantoche pró-Pequim.
Diferentes
proprietários e transportadores obtiveram esta semana dos tribunais ordens de
dispersão em certos locais ocupados em Admiralty, perto da sede do poder, e em Mong Kok , na parte
continental de Hong Kong.
O
Superior Tribunal de Justiça permitiu que a polícia possa ajudar os oficiais de
justiça na execução destas ordens de dispersão e ordenou também que cada ordem
deve ser publicada na imprensa local antes de ser efetuada.
Uma
notificação judicial a ordenar aos manifestantes que deixem a área de protesto
de Citic Tower foi publicada no sábado em muitos diários locais, incluindo o de
língua inglesa South China Morning Post.
"A
autora [da queixa] vai tomar medidas para fazer cumprir esta ordem com a ajuda
dos oficiais de justiça logo que possível", refere a ordem sobre esta
área, na fronteira com o principal local de protesto.
O
anúncio, indicativo de uma repressão iminente pelas autoridades, acontece numa
altura em que milhares de polícias foram colocados em estado de alerta, de acordo
com órgãos de comunicação social locais.
O
Governo da cidade disse na terça-feira que os oficiais de justiça de Hong Kong
e a polícia estão a planear agir nos locais de protesto pró-democracia,
pressionando os manifestantes a sair.
Os
manifestantes estão sob enorme pressão para acabar com a resistência, porque a
perturbação causada pelos seus bloqueios provocou uma crescente frustração
pública.
"A
desobediência civil, como a liderada por Mahatma Gandhi e Nelson Mandela,
inspirou [os outros] por causa do seu autossacrifício e não porque eles usaram
os meios de subsistência dos moradores como moeda de troca para pressionar o
governo", escreveu hoje o secretário das Finanças de Hong Kong, John
Tsang, no seu blogue.
"Eles
[os manifestantes] devem parar as atividades de ocupação, ou vão perder a
moral", disse.
Vários
líderes do protesto foram no sábado impedidos de embarcar num voo para Pequim,
onde esperavam entregar as suas exigências de eleições livres diretamente às
autoridades chinesas.
A
ex-colônia britânica foi devolvida à China, em 1997, sob o princípio de
"um país, dois sistemas", que promete manter os sistemas sociais e
económicos da cidade até 2047.
No
entanto, ativistas pró-democracia dizem que as liberdades de Hong Kong têm
vindo a degradar-se sob o domínio chinês.
RCS
// VM
Sem comentários:
Enviar um comentário