António
Veríssimo, Lisboa
Taur
Matan Ruak, presidente da República de Timor-Leste, emitiu um comunicado a propósito
do último ato perpetrado por Xanana Gusmão para paralisar o setor da Justiça do
país expulsando elementos do judiciário que eram cooperantes portugueses, cabo
verdianos e australianos, principalmente, sob falsos pretextos. Procurando
omitir que a ação nada tinha que ver com investigações em curso – por parte dos
portugueses expulsos – de oito dos seus ministros.
As
informações chegadas até ao Página Global indicam que também Xanana Gusmão
estava incluído nessa investigação. As mesmas informações, provenientes de
Timor-Leste, referiam mesmo suspeitas de um grupo que configura associação
criminosa. Isto é grave, a corresponder à realidade. Devido a essa gravidade
tomamos com reservas tais informações e aconselhamos os que nos lerem a assumir
a mesma atitude. A seu tempo estamos em crer que alguma coisa se esclarecerá e
que a máscara de Xanana Gusmão cairá por terra. Contudo reservamos o direito de
aconselhar muita prudência porque se Xanana se sentir demasiadamente atacado
pela justiça e pela verdade sobre o seu caráter poderá uma vez mais, como aquando do
golpe de Estado de há anos, fazer de Timor-Leste terra-queimada, pondo tudo a
ferro e fogo. Os motivos deste temor têm fundamentos que os que sempre
acompanharam a luta de libertação do povo timorense e as peripécias de Xanana
Gusmão (o “grande libertador”) hão-de reconhecer legitimidade.
Oportunamente,
aqui no Página Global, daremos melhor trato ao que tem acontecido naquele país
e aquilo que está a acontecer. Os timorenses não merecem mais tratos de polé,
mais desprezos de alguém que os enganou e continua a enganar. Gerando manobras
de diversão quando se vê confrontado com a realidade, com a justiça e a
Constituição. Fazer aliados para Xanana significa trucidá-los se necessário
caso veja nisso a correspondência das suas próprias conveniências.
Decerto
que o PR de Timor-Leste não ignora qual o caráter de Xanana Gusmão. Até saberá
que ele é um homem perigoso que aquando do golpe de Estado tinha por objetivo
assassinar Taur, então Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas timorenses. Não
o conseguiu, sendo assassinado na casa de Taur um dos seus homens de confiança.
Xanana Gusmão negou e, anos mais tarde, até apoiou Taur na sua ascensão a
Presidente da República.
Até
prova em contrário devemos confiar em Taur Matan Ruak ,
que no seu percurso desde a guerrilha na luta de livertação, desde a sua
juventude, tem sido um indivíduo sem mácula. Que sabe muito bem quem é Xanana
Gusmão. Contudo Xanana é mestre da manipulação do seu próprio povo. Taur não.
Tem sido honesto e transparente.
Foi
esse homem, considerando a situação causada por Xanana Gusmão que emitiu um
comunicado sobre a expulsão de magistrados portugueses por parte de Xanana Gusmão.
Como se pode ler num comentário no Facebook, é o PR Taur que assume (como deve)
“a difícil missão de limpar o esterco que Xanana Gusmão vem causando. Os
timorenses merecem-no (e de que maneira!), Xanana não. É mais que tempo de esse
salafrário ser desmascarado e sofrer as consequências daquilo que tem andado a
fazer em prejuízo do povo de Timor-Leste.”
Depois
desta prosa, que nos faz viajar entre a tristeza, a indignação e o temor, vem por bem o
referido comunicado. Para bem de tudo e de todos será de desejar que a Justiça
em Timor-Leste não paralise nem fique à mercê das interferências e ordens do
manipulador Xanana Gusmão. Essa esperança está contida no comunicado que
publicamos em seguida. (AV/PG)
Comunicado
do Presidente da República, Taur Matan Ruak, lido pelo Chefe da Casa Civil, Dr.
Fidelis Magalhães:
Dili,
6 de Novembro, de 2014
Povo
amado de Timor-Leste.
O
Presidente da República assume-se como garante da independência nacional, da
unidade do Estado e do regular funcionamento das instituções democráticas.
As
Resoluções recentemente aprovadas pelo Parlamento Nacional e pelo governo
criaram alguma agitação e sobressalto no país e no estrangeiro. Países amigos
de Timor-Leste, Portugal e Cabo-Verde, membros da CPLP, de que o nosso país
detém a presidência foram atingidos.
Nesta
ocasião, o Presidente da República reitera o seu empenho no reforço continuado
das relações de profunda amizade e cooperação com os Estados irmãos da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
O
Presidente da República chamou já para esclarecimentos o Primeiro-Ministro e o
Presidente do Parlamento Nacional.
Recebeu em audiência os líderes do Partido FRETILIN assim como o ex-chefe do governo ex-presidente da República e laureado Prémio Nobel da Paz, Dr. Ramos-Horta.
Ouviu
ainda outras individualidades nacionais de relevo.
O
Presidente da República, Chefe do Estado e Comandante Supremo das Forças
Armadas saúda a maturidade demonstrada pelo nosso povo e a serenidade revelada
pelos Tribunais e está seguro que a continuação do diálogo permitirá
ultrapassar mais este escolho.
Edificar
e fortalecer o Estado de direito democrático é um desafio que escolhemos e que
exige de nós um diálogo persistente na certeza de que alcançaremos este nosso
objectivo.
O
Presidente da República conta com todos, em especial, com os Tribunais para em
conjunto garantirmos Justiça, um bem precioso para a sociedade.
Palácio
Presidente Nicolau Lobato
Díli,
Timor-Leste
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