quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Human Rights Watch critica Tailândia por enviar presos para trabalho na pesca




Banguecoque, 11 dez (Lusa) -- A organização Human Rights Watch instou hoje o governo tailandês a cancelar o plano que remete presos comuns a trabalho em barcos de pesca, numa medida que visa mitigar o tráfico humano no setor pesqueiro do país.

176 presos com condenações de cerca de um ano começam a trabalhar nas próximas semanas em navios ao largo da província de Samut Sakhon, sudoeste de Banguecoque, explicou o ministro do Trabalho, Surasak Kanchanrat, há uma semana.

Segundo os dados oficiais até 2.830 presos poderiam optar por esta forma de cumprimento de parte da sua pena.

Vários ativistas e organizações de defesa dos Direitos Humanos acusam a indústria pesqueira tailandesa de abusos aos seus trabalhadores e de recorrerem às máfias de tráfico de pessoas para forçarem os indivíduos a trabalhar.

"É uma perigosa irresponsabilidade da parte do Ministério do Trabalho conduzir os prisioneiros a trabalharem a bordo da abusiva frota pesqueira tailandesa (...) o Ministério não sabe sequer inspecionar as embarcações e muito menos prevenir os abusos da parte da tripulação contra os presos", assinalou, em comunicado, Brad Adamns, diretor da Human Rights Watch.

A dureza do trabalho e o parco salário dos trabalhadores tailandeses na indústria pesqueira fez com que aquele setor careça de mão-de-obra.

A Tailândia é o terceiro exportador mundial de marisco e um dos maiores abastecedores dos mercados europeu e norte-americanos.

Milhares de imigrantes ilegais, a maioria oriunda da Birmania e do Camboja, são empregados na Tailândia no processamento de pescado e marisco e noutros setores como a construção ou agricultura, onde ficam expostos a abusos e exploração.

Em meados do ano, o Departamento de Estado para o Tráfico de Pessoas nos Estados Unidos fez cair a Tailândia para o nível três dos países que não atuam com esforço suficiente no combate ao tráfico de pessoas, ainda que não tenha imposto qualquer sanção.

JCS // JCS

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