Secretário
Executivo Belchior Tati aceita "cumprir etapas" para uma eventual
independência
João
Santa Rita – Voz da América
A
recém formada Frente Consensual Cabindesa (FCC) teve até agora uma
reacção positiva dos intervenientes políticos e sociais do território que “esperam
para ver o que a Frente vai fazer de melhor”, disse o Secretário
Executivo da organização, Belchior Lanso Tati.
Numa
entrevista em Washington à VOA,Tati disse que a organização está agora a dar os
passos necessários “para que tudo seja criado do nosso lado para novas
negociações” com o Governo angolano.
A
FCC foi formada no ano passado com o objectivo de reunir “numa plataforma” e em
“consenso” todas as forças cabindesas. Isto porque, na perspectiva de Tati,
“infelizmente os objectivos do Forum Cabindês para o Diálogo não foram
concretizados”.
A
Frente visa dar continuidade contudo “ao princípio do diálogo, do consenso e da
coesão interna” para a busca de uma solução política ao problema de Cabinda com
o Governo angolano.
“Nós
não somos mais uma facção da FLEC, pois surgimos na perspectiva de
congregar todas as forças politicas e da sociedade civil que não aderiram ao
´memorando de entendimento´ assinado pelo Fórum Cabindês para o Diáologo”,
disse Belchior Lanso Tati.
Após
a sua constituição, a FCC enviou um dossier ao Presidente José Eduardo dos
Santos que deu uma resposta positiva.
Interrogado
sobre se tinha recebido alguma reacção por parte das diversas facções da FLEC e
do Forum Cabindês para o Diálogo Tati disse que até agora “não recebemos
qualquer reacção negativa”.
“As
pessoas esperam para ver o que a a FCC vai fazer de melhor”, disse,
afirmando ainda que o objectivo da sua organização é “fazer correcções dos
erros que cometemos no passado em encontros e acordos anteriores” .
Belchior
Lanso Tati disse na sua entrevista que os cabindenses “nunca foram
angolanos” e que estes deveriam fazer “um tratado”.
“Sentem-se
com os cabindenses para se criar um mecanismo de coabitação e convivência. O
que existe é uma imposição militar para gerir os destinos de Cabinda”, disse.
“Eu
pessoalmente apoio a independência de Cabinda, mas para atingir a
independência aceito cumprir etapas que vão permitir-nos chegar a esse
objectivo”, concluiu.
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