terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

ORGANIZAÇÃO DENUNCIA PERSEGUIÇÃO A JORNALISTAS E ATIVISTAS NA BIRMÂNIA




Banguecoque, 03 fev (Lusa) -- A organização "Fortify Rights" denunciou hoje a perseguição das autoridades da Birmânia contra jornalistas e ativistas que acusam o exército birmanês de cometer violações dos direitos humanos.

A denúncia foi realizada depois de uma advertência lançada pelo exército de levar à justiça quem relacione os militares com a recente violação e assassínio de duas professores da etnia kachin, no norte do país.

"Estamos a viver uma tendência preocupante. Enquanto a violência contra civis continua em tempo de guerra, o exército birmanês utiliza cada vez mais a justiça como ferramenta para calar os críticos", disse o diretor da "Fortify Rights", Matthew Smith.

A organização também instou o gabinete do Presidente, Thein Sein, a retratar-se depois de ameaçar com represálias a imprensa que denunciou os abusos alegadamente cometidos pelos militares.

"As autoridades deveriam garantir que se faça justiça pelo mau comportamento dos soldados em vez de protegê-los do escrutínio público e de prestarem contas", acrescentou Smith em comunicado.

A Birmânia começou um processo de reformas e abertura em 2011 com o fim da junta militar e a transferência do poder para um Governo civil, presidido pelo general Thein Sein, ex-primeiro-ministro do regime anterior.

Durante este processo, o novo Governo assinou acordos de paz com 14 dos 16 grandes grupos armados de minorias étnicas.

No final de setembro, uma reunião entre representantes do Governo e da minoria étnica kachin terminou sem uma resolução, resultando numa escalada dos conflitos na região.

Cerca de 100.000 pessoas, de acordo com as Nações Unidas, já foram deslocadas das suas casas devido aos conflitos após a rutura do cessar-fogo em 2011.

FV (ISG) // JCS

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