Banguecoque,
03 fev (Lusa) -- A organização "Fortify Rights" denunciou hoje a
perseguição das autoridades da Birmânia contra jornalistas e ativistas que
acusam o exército birmanês de cometer violações dos direitos humanos.
A
denúncia foi realizada depois de uma advertência lançada pelo exército de levar
à justiça quem relacione os militares com a recente violação e assassínio de
duas professores da etnia kachin, no norte do país.
"Estamos
a viver uma tendência preocupante. Enquanto a violência contra civis continua
em tempo de guerra, o exército birmanês utiliza cada vez mais a justiça como
ferramenta para calar os críticos", disse o diretor da "Fortify
Rights", Matthew Smith.
A
organização também instou o gabinete do Presidente, Thein Sein, a retratar-se depois
de ameaçar com represálias a imprensa que denunciou os abusos alegadamente
cometidos pelos militares.
"As
autoridades deveriam garantir que se faça justiça pelo mau comportamento dos
soldados em vez de protegê-los do escrutínio público e de prestarem
contas", acrescentou Smith em comunicado.
A
Birmânia começou um processo de reformas e abertura em 2011 com o fim da junta
militar e a transferência do poder para um Governo civil, presidido pelo
general Thein Sein, ex-primeiro-ministro do regime anterior.
Durante
este processo, o novo Governo assinou acordos de paz com 14 dos 16 grandes
grupos armados de minorias étnicas.
No
final de setembro, uma reunião entre representantes do Governo e da minoria
étnica kachin terminou sem uma resolução, resultando numa escalada dos
conflitos na região.
Cerca
de 100.000 pessoas, de acordo com as Nações Unidas, já foram deslocadas das
suas casas devido aos conflitos após a rutura do cessar-fogo em 2011.
FV
(ISG) // JCS
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