Paula
Santos – Expresso, opinião
Na
semana passada, quando o Primeiro-Ministro falava dos "bons
resultados" económicos e orçamentais, o INE divulgou os dados do Inquérito
sobre as Condições de Vida e Rendimento, que dão conta de um aumento da pobreza
entre os portugueses.
Confrontado
com estes dados, o Primeiro-Ministro prestou declarações no mínimo ridículas ao
afirmar que são "o eco daquilo por que passámos" e que não refletem a
realidade atual.
O
Governo insiste em negar a realidade que está à vista de todos para procurar
insistir na propaganda da "recuperação", mas 2014 não foi melhor do
que 2013, muito pelo contrário, persistiram as políticas de empobrecimento e de
exploração.
Os
dados da pobreza desmontam todo o discurso da "recuperação" deste
Governo. O Governo fala em recuperação, mas a realidade o que demonstra é que
os portugueses estão mais pobres e que as suas condições de vida não
melhoraram, pelo contrário, pioraram. Onde está então a dita
"recuperação" na vida destas pessoas?
Verifica-se
um agravamento das condições de vida dos portugueses de que não há memória
desde o regime fascista. Segundo o INE, 25,9% da população portuguesa vive
abaixo do limiar de pobreza, isto é mais de um quarto da população. Apesar de
afetar todos os escalões etários da população, nas crianças e jovens (até aos
18 anos) o risco de pobreza é mais expressivo, passando de 24,4% em 2012 para
25,6% em 2013. É ainda de sublinhar que o risco de pobreza em situação de
desemprego é de 40,5% e o risco de pobreza nas famílias com filhos é mais
elevado do que nas famílias sem filhos.
Entre
2010 e 2013, os sucessivos Governos empurraram para a pobreza mais de 800 mil
portugueses. No total, a pobreza atinge 2,7 milhões de pessoas.
Esta
situação muito grave tem responsáveis - a política dos PEC e da troica,
protagonizada por PS, PSD e CDS-PP.
O
Governo ao não reconhecer as consequências da sua política na vida das pessoas,
para além de ser um insulto a todos os portugueses que hoje vivem pior devido
às opções políticas de PSD e CDS-PP, está também a assumir que nada fará para
inverter esta situação.
Para
combater seriamente a pobreza no nosso país é preciso pôr fim a esta política e
a este Governo.
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