Bernardino
Manje – Jornal de Angola
Os
Estados Unidos elogiam a presidência de Angola no Processo Kimberley ,
que consideram “um modelo de liderança” a ser seguido quando se fala em
extracção de minérios, disse, ontem, em Luanda, o secretário de Estado
assistente norte-americano para os Direitos Humanos, Democracia e Trabalho.
Steven
Feldstein fez este elogio a Angola no termo de uma audiência que lhe foi
concedida pelo ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz. “Temos
consciência da importância dos diamantes e do sector mineiro no geral, quando
falamos de diversificação da economia. Também temos consciência de que quando a
extracção de minérios não é realizada da melhor maneira possível pode haver
consequências negativas”, disse o secretário de Estado assistente
norte-americano para os Direitos Humanos, Democracia e Trabalho, que salientou
que olha com bastante optimismo a liderança de Angola no Processo de Kimberley,
porque o país prima por um processo de extracção seguro.
Steven Feldstein, que está desde quarta-feira em Luanda para uma visita de trabalho de quatro dias a Angola, informou ter abordado com o ministro da Geologia e Minas aspectos que têm a ver com os “Princípios de Voluntários”, uma iniciativa de vários países para a segurança no sector mineiro.
“Tivemos uma discussão muito positiva. O ministro informou-nos que existe um órgão interministerial que tem estado a trabalhar no sentido de trabalhar nos ‘Princípios de Voluntários’. Nesta altura, Angola estuda a sua entrada e oferecemos a nossa colaboração integral ao Governo angolano”, referiu Steven Feldstein, que ontem foi recebido pelo secretário de Estado do Interior, Eugénio Laborinho.
O secretário de Estado assistente norte-americano para os Direitos Humanos, Democracia e Trabalho referiu que todos os actores envolvidos na exploração mineira, órgãos públicos, empresas privadas e a sociedade civil, devem prosseguir um diálogo construtivo para assegurarem que a actividade seja realizada de forma segura e sustentada e garanta a protecção dos direitos dos cidadãos.
Angola assumiu a presidência do Processo Kimberley em Janeiro para um mandato de um ano. Durante a presidência, Angola coordena as questões de comercialização de diamantes, a ajuda aos produtores que enfrentam problemas de insegurança e trazê-los para o processo de certificação. O Processo Kimberley teve início no ano de 2000, na cidade sul-africana de Kimberley. A iniciativa foi de Angola como reacção a campanhas de organizações não governamentais.
O certificado do Processo Kimberley foi adoptado com base no certificado de exportação de diamantes emitido pelas autoridades angolanas antes do início deste processo. O Sistema de Certificação entrou em vigor em Janeiro de 2003 e contribuiu para reduzir o percentual de diamantes de guerra introduzidos no mercado internacional. O Sistema de Certificação conta com 55 participantes, representando 81 países que produzem, transformam, importam e exportam os diamantes produzidos no mundo.
A eleição de Angola para a presidência do Processo Kimberley foi o reconhecimento pela comunidade internacional do papel do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, por ter criado o primeiro certificado de origem inviolável para a comercialização dos diamantes.
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