Já
se encontram em liberdade sete ativistas detidos em Luanda, na quarta-feira
(29.07). Os manifestantes participavam num protesto para exigir a libertação
dos 15 ativistas encarcerados há mais de um mês.
A
informação foi avançada, esta quinta-feira (30.07), por um dos organizadores da
manifestação do Largo da Independência, Pedrowski Teca, realizada em protesto
contra as políticas do Governo liderado pelo Presidente José Eduardo dos
Santos.
Em
entrevista à DW África, o ativista confirmou que os manifestantes foram detidos
na quarta-feira (29.07), no bairro Vila Alice, quando se organizavam para
chegar ao Largo da Independência, local onde estava agendado o protesto. Os
manifestantes foram deixados pela polícia numa localidade do município de
Viana, na residência de outro ativista.
Teca
afirma que os seus companheiros Adolfo Campos, Laurinda Gouveia, Valdemiro, Mc
Life e Papo Seco estão bem. Mas desconhece o estado de saúde de outros
manifestantes que ficaram feridos, como se viam em imagens publicadas nas redes
sociais. "Compareceu muita gente na manifestação. Os jovens que foram
feridos durante o protesto, não os conheço pessoalmente", disse Pedrowski.
O
ativista felicitou todos aqueles que marcaram presença no local do protesto,
onde também se encontravam militantes da organização juvenil do partido no
poder em Angola, a Juventude do Movimento Pela Libertação de Angola (JMPLA) a
promover uma contra-manifestação e fortemente protegidos pela polícia.
"Mais-valia
para os revolucionários"
Para
o ativista de 28 anos, o facto de os revolucionários desafiarem o Governo do
MPLA, que continua a reprimir as manifestações representa "um ganho"
para a juventude do grupo de pressão. Teca acredita que "houve melhorias
em termos de adesão, em termos qualitativos e não quantitativos.
Reconhece
que "a adesão não foi de milhares, mas foi um número considerável que
veio, mais uma vez, mostrar que a juventude revolucionária, principalmente a
apartidária, está cada vez mais desperta para exercer a cidadania e exigir a
dignidade e o respeito dos direitos dos angolanos".
Pedrowski
Teca congratula-se ainda com o que conseguiram alcançar na manifestação.
"É uma mais-valia para os revolucionários. Nós prometemos e cumprimos".
Mas o principal objetivo do protesto ainda não foi atingido, lamenta.
"Infelizmente, os nossos irmãos ainda não estão em liberdade, o que quer
dizer que devemos persistir enveredando por mais ações reivindicativas pela
liberdade incondicional dos presos políticos em Angola", reforçou.
"Recolhidos"
por "tentarem alterar a ordem"
A
Polícia Nacional negou ter efetuado detenções durante a manifestação em Luanda. Em declarações
à agência de notícias Lusa, a porta-voz do Comando Provincial da Polícia de
Luanda, intendente Engrácia Costa, garantiu que apenas "recolheu"
jovens que já estão em liberdade, por "tentarem alterar a ordem" na
capital do país. Depois de identificados, foram mandados embora, mas não foram
detidos, afirmou a intendente.
Pedro Borralho Ndomba
(Luanda) – Deutsche Welle - ontem
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