sábado, 22 de agosto de 2015

Angola. ÁGUA IMPRÓPRIA AFECTA MILHARES DE CRIANÇAS




O consumo de água imprópria causou schistomíase, ou bilharziose, a mais de mil crianças, na comuna da Funda, arredores de Luanda, que estão a ser seguidas nos hospitais da localidade. Água imprópria? O regime permite isso?

Segundo a directora municipal de saúde de Cacuaco, Catarina Oatanha, a bilharziose, uma doença parasitária, está presente geralmente em comunidades sem acesso à água potável e saneamento adequado.

“A Funda é uma área muito endémica por falta de água potável e o sistema de saneamento básico é precário. Tudo isso faz com que a população use com frequência os rios e lagoas que circundam na comuna”, disse Catarina Oatanha, citada hoje pelo Jornal de Angola.

Para prevenção e tratamento, a direcção de saúde local desenvolver uma campanha de desparasitação, com a distribuição de albendazol e prazinquantel.

A responsável frisou que a acção de desparasitação será realizada de seis em seis meses, mesmo nas pessoas sem os sintomas da doença, que pode causar no seu estado mais avançado infertilidade, cancro terminal da bexiga ou dos intestinos e mais grave a morte.

Catarina Oatanha disse que um dos sintomas da schistomíase são febres altas, que muitas vezes leva a confundir-se com a malária.

Quando o parasita se hospeda na bexiga, a infecção manifesta-se pela presença e sangue na urina e dores na bexiga. Se for no intestino, o sinal da doença são diarreias constantes.

E isto passa-se na capital. Recorde-se que cerca de 70% da água potável produzida em Angola é consumida apenas na província capital, e acrescente-se que há vários anos que o governo garantiu que, através da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL), estavam em curso projectos para reforçar a capacidade de abastecimento na capital, no “curto e médio prazo”.

Falava-se então de dois novos sistemas, o Bita e Kilongo, que iriam duplicar a capacidade de produção de água em Luanda.

De acordo com o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, a acção do Executivo no domínio das águas, vem-se traduzindo na adopção de medidas de política e em realizações fundamentalmente consubstanciadas na implementação de projectos concorrentes para o cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).

Esses objectivos, adianta, garantirão a adequada disponibilidade de água para os mais variados fins, tendo em perspectiva um desenvolvimento sustentável, que tornará a Nação, climaticamente resiliente, ambientalmente saudável, socialmente justa e economicamente próspera.

Folha 8

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