terça-feira, 20 de outubro de 2015

Portugal. Costa: "Estão criadas condições para que o PS possa formar um governo maioritário"



O líder socialista está disposto a avançar e a tornar-se primeiro-ministro de Portugal.

António Costa, após uma reunião com o Presidente da República, garantiu que o Partido Socialista está disposto a assumir uma posição de responsabilidade para com o país, referindo que estão criadas condições para que haja um “suporte maioritário e estável” para governar o país.
“O partido que tem a maior representação parlamentar – PSD - não dispõe de maioria na Assembleia da República, e a coligação que constituiu é claramente insuficiente para assegurar um apoio maioritário na Assembleia da República que garanta uma solução de governo estável e consistente”, começou o líder socialista.

O número um do PS fala em “interesse nacional” e assegura que o partido “não se deve furtar ao seu dever de contribuir para proporcionar ao país uma solução de governo estável e com um suporte maioritário para o conjunto da legislatura”, revelando que está pronto para governar.

“É urgente o país dispor de um governo que beneficie de estabilidade e que se possa concentrar em responder àquilo que foi a vontade inequívoca dos portugueses”. Assim, António Costa referiu que não se deve prolongar no tempo a “situação de indefinição”, com o objetivo de contribuir para que “o país encontre um rumo”.

Costa relembrou que prometeu não fazer “oposição negativa”, nem inviabilizar a formação de governo caso não houvesse uma solução, contudo, garante que agora “estão criadas condições para que o PS possa formar governo com um apoio maioritário e que assegure estabilidade”, salvaguardando que foi esta a solução que o Cavaco Silva sempre pediu.

Notícias ao Minuto

Passos transmitiu a Cavaco que coligação deverá "constituir governo"

Numa reunião com o Presidente da República, Passos Coelho esclareceu a posição da coligação Portugal à Frente.

Pedro Passos Coelho comunicou ao país, após uma reunião com o Presidente da República, que a coligação Portugal à Frente deverá, “naturalmente, constituir governo”, tendo em conta que foi “a força vencedora das eleições”.

“A nossa espectativa, e foi isso que transmitimos ao Presidente da República, é que venha a ser nomeado e empossado um governo que tem na base política da sua constituição os partidos que integram a coligação Portugal à Frente”, esclarecendo que PSD e CDS são os vencedores das eleições do dia 4 de outubro e que, assim, deverão ser os partidos responsáveis pelo próximo Governo.

O líder da coligação referiu que o mais importante é que o próximo mandato “possa ser exercido em condições de previsibilidade e estabilidade”. “Não se trata de um requisito que seja indispensável ao governo em si, é um requisito indispensável à recuperação económica e financeira do país e à recuperação do emprego”, frisou o primeiro-ministro.

O chefe do Executivo transmitiu a ideia de que, com falta de previsibilidade e estabilidade governativa, “haverá um adiamento das decisões de investimento em Portugal”, explicando que os agentes económicos, nacionais ou estrangeiros, deverão adiar as suas decisões "à espera de uma clarificação política”, o que prejudicará “o investimento, a capacidade de crescer e criar emprego”.

O líder social-democrata crê também que a posição externa do país, e o ganho de credibilidade dos últimos quatro anos, pode ser “colocada em causa” caso o país não esteja em condições de “prosseguir um caminho de saneamento das finanças públicas e de garantir o desendividamento do país”.

Quando questionado sobre a posição do Partido Socialista, Passos Coelho relembrou que, no passado, houve governos que não tinham maioria absoluta no parlamento e que governaram, “alguns até toda a legislatura”, salvaguardando que o PS estava à frente desses governos, e mostrando que PSD e CDS deram condições para “governar com estabilidade”.

O número um da coligação esclareceu que todos têm de “estar disponíveis para fazer concessões”. “Quem ganhou, não tendo maioria absoluta, tem de fazer concessões para se aproximar daqueles que perderam, e aqueles que perderam têm de fazer alguma concessão para se aproximarem daqueles que ganharam”, explicou, revelando que a coligação não conhece “uma contraproposta que o Partido Socialista pudesse ter formulado”.

“Do nosso lado há sempre uma posição de abertura ao diálogo e ao compromisso, desde que isso exista também do outro lado. Não faz sentido ficarmos a falar sozinhos, só podemos dialogar com quem está disponível para dialogar”, concluiu.

Notícias ao Minuto

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