O
líder socialista está disposto a avançar e a tornar-se primeiro-ministro de
Portugal.
António
Costa, após uma reunião com o Presidente da República, garantiu que o Partido
Socialista está disposto a assumir uma posição de responsabilidade para com o
país, referindo que estão criadas condições para que haja um “suporte
maioritário e estável” para governar o país.
“O
partido que tem a maior representação parlamentar – PSD - não dispõe de maioria
na Assembleia da República, e a coligação que constituiu é claramente
insuficiente para assegurar um apoio maioritário na Assembleia da República que
garanta uma solução de governo estável e consistente”, começou o líder
socialista.
O
número um do PS fala em “interesse nacional” e assegura que o partido “não se
deve furtar ao seu dever de contribuir para proporcionar ao país uma solução de
governo estável e com um suporte maioritário para o conjunto da legislatura”,
revelando que está pronto para governar.
“É
urgente o país dispor de um governo que beneficie de estabilidade e que se
possa concentrar em responder àquilo que foi a vontade inequívoca dos
portugueses”. Assim, António Costa referiu que não se deve prolongar no tempo a
“situação de indefinição”, com o objetivo de contribuir para que “o país
encontre um rumo”.
Costa
relembrou que prometeu não fazer “oposição negativa”, nem inviabilizar a
formação de governo caso não houvesse uma solução, contudo, garante que agora
“estão criadas condições para que o PS possa formar governo com um apoio
maioritário e que assegure estabilidade”, salvaguardando que foi esta a solução
que o Cavaco Silva sempre pediu.
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Passos
transmitiu a Cavaco que coligação deverá "constituir governo"
Numa
reunião com o Presidente da República, Passos Coelho esclareceu a posição da
coligação Portugal à Frente.
Pedro
Passos Coelho comunicou ao país, após uma reunião com o Presidente da
República, que a coligação Portugal à Frente deverá, “naturalmente, constituir
governo”, tendo em conta que foi “a força vencedora das eleições”.
“A
nossa espectativa, e foi isso que transmitimos ao Presidente da República, é
que venha a ser nomeado e empossado um governo que tem na base política da sua
constituição os partidos que integram a coligação Portugal à Frente”,
esclarecendo que PSD e CDS são os vencedores das eleições do dia 4 de outubro e
que, assim, deverão ser os partidos responsáveis pelo próximo Governo.
O
líder da coligação referiu que o mais importante é que o próximo mandato “possa
ser exercido em condições de previsibilidade e estabilidade”. “Não se trata de
um requisito que seja indispensável ao governo em si, é um requisito
indispensável à recuperação económica e financeira do país e à recuperação do
emprego”, frisou o primeiro-ministro.
O
chefe do Executivo transmitiu a ideia de que, com falta de previsibilidade e
estabilidade governativa, “haverá um adiamento das decisões de investimento em
Portugal”, explicando que os agentes económicos, nacionais ou estrangeiros,
deverão adiar as suas decisões "à espera de uma clarificação política”, o
que prejudicará “o investimento, a capacidade de crescer e criar emprego”.
O
líder social-democrata crê também que a posição externa do país, e o ganho de
credibilidade dos últimos quatro anos, pode ser “colocada em causa” caso o país
não esteja em condições de “prosseguir um caminho de saneamento das finanças
públicas e de garantir o desendividamento do país”.
Quando
questionado sobre a posição do Partido Socialista, Passos Coelho relembrou que,
no passado, houve governos que não tinham maioria absoluta no parlamento e que
governaram, “alguns até toda a legislatura”, salvaguardando que o PS estava à
frente desses governos, e mostrando que PSD e CDS deram condições para
“governar com estabilidade”.
O
número um da coligação esclareceu que todos têm de “estar disponíveis para
fazer concessões”. “Quem ganhou, não tendo maioria absoluta, tem de fazer
concessões para se aproximar daqueles que perderam, e aqueles que perderam têm
de fazer alguma concessão para se aproximarem daqueles que ganharam”, explicou,
revelando que a coligação não conhece “uma contraproposta que o Partido
Socialista pudesse ter formulado”.
“Do
nosso lado há sempre uma posição de abertura ao diálogo e ao compromisso, desde
que isso exista também do outro lado. Não faz sentido ficarmos a falar
sozinhos, só podemos dialogar com quem está disponível para dialogar”, concluiu.
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