Díli,
28 jan (Lusa) -- O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, informou hoje os
membros do seu executivo, durante um jantar em Díli, de que vai deixar a chefia
do Governo.
Um
dos ministros que participaram no jantar confirmou à Lusa que essa foi uma das
mensagens de Xanana Gusmão, que insistiu na necessidade "de encontrar
novos líderes".
Durante
quase cinco horas, Xanana Gusmão e praticamente todos os membros do executivo
-- faltaram apenas dois dos 55 -- falaram sobre as alterações em curso no
Governo.
Depois,
na fase final do jantar, Xanana Gusmão entregou presentes aos membros cessantes
do Governo.
Isso
permitiu confirmar que entre os nomes que saem estão Emília Pires, ministra das
Finanças, José Luís Guterres, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Pedro Lay,
ministro dos Transportes, e muitos secretários de Estado, entre outros.
Alfredo
Pires, que é ainda ministro do Petróleo e dos Recursos Minerais, não recebeu
presente, o que indica que apesar de abandonar a pasta, poderá continuar no
executivo.
Fonte
do Governo confirmou à Lusa que foram pedidos pareceres sobre vários aspetos
relacionados com a liderança do país, nomeadamente o que fazer em caso de
demissão do primeiro-ministro, como convocar eleições antecipadas e como
proceder a uma remodelação governativa.
Questionado
pela Lusa à saída do jantar, Xanana Gusmão escusou-se a confirmar se vai ou não
demitir-se, explicando que este é um momento "de reflexão" e que nos
próximos dias vai falar ao país.
"Vou
falar com o Presidente", disse Xanana, sem mais comentários.
A
entrega de presentes aos membros que saem do elenco governativo foi marcada por
bastante emoção, com abraços demorados e algumas lágrimas.
Um
dos cenários atualmente a ser discutido no seio do Governo é a possibilidade de
que Xanana Gusmão apresente a sua demissão e depois o seu partido, Congresso
Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), que tem a maior
representação parlamentar, avance com um candidato a primeiro-ministro.
Fonte
do executivo disse à Lusa que, em alternativa, o nome mais referido é o de Rui
Araújo, que integra o comité central da Fretilin, na oposição, e fez parte do I
Governo Constitucional.
Inicialmente,
Rui Araújo foi falado como sucessor de Emília Pires na pasta das Finanças, mas,
como comentou à Lusa um ministro, "servir a nação ao mais alto nível pode
ser necessário".
Fonte
da Fretilin disse à Lusa que membros do seu partido que eventualmente venham a
integrar o executivo o façam de forma individual e não partidária.
Ainda
assim, num cenário como o de Rui Araújo ser primeiro-ministro, poderá ser
necessária uma reunião da comissão nacional da Fretilin.
Uma
das novidades do futuro executivo é a entrada de membros da Fretilin, que estão
a ser convidados de forma individual e não através do partido em si.
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