O
secretário-geral do PCP afirmou hoje que o "pouco e limitado avanço"
que tem sido concretizado nas negociações com o Governo de António Costa não
teria sido possível com o PSD/CDS-PP.
"Corremos
com o Governo PSD/CDS-PP e, se eles cá estivessem, nada deste pouco e limitado
avanço que tem sido concretizado nas negociações com o Governo PS, nada disso
teria sido alcançado. Antes pelo contrário, teríamos o PSD/CDS-PP a continuar a
impor uma política de exploração e empobrecimento", considerou Jerónimo de
Sousa, num comício na Maia, distrito do Porto.
O
líder comunista frisou que o Orçamento do Estado não é do PCP, mas do PS, e que
tem "elementos positivos" pelos quais o partido se bateu e que,
apesar do seu "ainda limitado alcance", poderá dar resposta a
problemas imediatos dos trabalhadores e povo português.
E
sublinhou: "Naturalmente não iludimos limitações e insuficiências da
proposta apresentada pelo Governo."
Jerónimo
de Sousa realçou há medidas que preocupam e distanciam o PCP do orçamento, como
o agravamento de impostos indiretos que recaem de forma mais generalizada sobre
os portugueses, nomeadamente o aumento do imposto sobre os combustíveis, a
insuficiente tributação sobre o grande património mobiliário, a falta de
resposta estrutural ao problema da dívida ou a manutenção de restrições impostas
aos trabalhadores e serviços da Administração Pública.
Na
opinião do secretário-geral dos comunistas, os "constrangimentos e
condicionamentos" do orçamento são "motivo de preocupação"
porque podem comprometer a resposta a que os portugueses aspiram.
Segundo
Jerónimo de Sousa, os últimos dias de "pressões e chantagens" exigem
a rutura de Portugal com as imposições da União Europeia.
O
líder comunista sustentou ainda que vai "lutar" para que um conjunto
de matérias, que não foi possível concretizar na proposta do orçamento, sejam
consagradas na especialidade, referindo-se ao congelamento do valor das
propinas, introdução progressiva da gratuitidade dos manuais escolares,
melhoria do subsídio social de desemprego e redução da taxa máxima do Imposto
Municipal sobre Imóveis (IMI).
Na
sua opinião, o PSD e o CDS-PP andam "frenéticos" e "em
uníssono" andam a agitar todos os "espantalhos do medo, anunciando
tragédias e catástrofes iminentes para disseminar o desânimo, impor a cedência,
a submissão e a rendição incondicional aos seus objetivos e à sua política de
extorsão nacional".
"PSD
e CDS-PP fazem tanta falta no Governo como a fome", ressalvou.
Jerónimo
de Sousa frisou ainda ser "escandaloso ver PSD e CDS a falar a linguagem
dos mandantes, a aplaudir todo e qualquer despacho ou ultimato de
Bruxelas".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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