“Temos
que ser honestos. A história dos Estados Unidos em relação à América Latina foi
a de uma nação poderosa, com o exército mais forte do mundo, dizendo: ‘Não
gostamos deste governo, vamos derrubá-lo'”. Bernie Sanders afirma que a
política intervencionista de seu país na AL deve terminar, para que se inicie
um novo período baseado no “respeito mútuo”.
Bernie Sanders,
pré-candidato do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, disse
que a política intervencionista de seu país na América Latina deve
terminar, para que se inicie um novo período baseado no “respeito mútuo“.
“Temos
que ser honestos. A história dos Estados Unidos em relação à América Latina foi
a de uma nação poderosa, com o exército mais forte do mundo, dizendo: ‘Não
gostamos deste governo, vamos derrubá-lo’“, disse o senador pelo estado de
Vermont. Ele afirmou que o “caos” e “massacres” sucederam os golpes de
Estado.
“Os
Estados Unidos não podem continuar intervindo na América Latina e derrubando
governos ou tentando desestabilizá-los por razões econômicas“, disse o
pré-candidato durante um bate-papo com o vocalista do grupo porto-riquenho
Calle 13, René Pérez “Residente”, cujo vídeo foi divulgado na internet.
O
pré-candidato se alçou como o “único” com uma visão das relações diplomáticas
com a América
Latina diferente da que imperou nas últimas décadas. Ele concorre com
a ex-secretária de EstadoHillary
Clinton para obter a candidatura democrata. Donald Trump e Ted Cruz disputam
a indicação republicana.
Sanders garantiu
que, se chegar à Casa Branca, fomentará “uma nova relação baseada no respeito
mútuo” com a América Latina e
criticou a atual administração do presidente Barack Obama por
não ter feito o mesmo.
O
senador e Hillary se enfrentam nesta terça-feira (19) nas primárias do estado
de Nova York, nas quais a ex-secretária de Estado aparece como favorita segundo
a maioria das pesquisas. Os republicanos também vão às urnas para escolher
entre Trump ou Cruz.
Golpes
militares
Sem
mencionar o nome de Hillary
Clinton, o vocalista do grupo Calle 13 comentou sobre
a relação da ex-primeira-dama com o ex-secretário de Estado Henry Kissinger, que é
apontado como um dos responsáveis por promover os golpes militares dos anos 70
no Cone Sul.
“Não
compreendo como um latino pode apoiar a mesma candidata que apoia Kissinger,
que tanto prejuízo causou para a América Latina“, afirmou René Perez. Sanders
disse que Kissinger “causou”
prejuízo à América Latina.
O
pré-candidato se referiu especificamente ao caso de Salvador Allende, no Chile. “Não é um
segredo que Allende foi derrubado pela CIA e que após isso surgiu um governo
neofascista que foi responsável pelo assassinato de milhares de pessoas. Isso é
inaceitável“, disse o senador.
Sanders também
mencionou sua viagem à Nicarágua durante
os anos 80, para mostrar sua rejeição ao apoio dos EUA e do
presidente então presidente americano, Ronald Reagan, aos
Contras – um grupo armado financiado pelos EUA para lutar contra a Revolução
Sandinista.
Ele
também se disse favorável a tornar Porto Rico um estado
de pleno direito dos EUA – atualmente,
é um Estado Livre Associado – e a promover um referendo para que os cidadãos
possam decidir sobre o status político da ilha, com a independência entre as
opções.
EFE
– em Pragmatismo Político
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