A
nova membro do Comité Central do MPLA Welwitchia dos Santos, filha do líder do
partido, José Eduardo dos Santos, considerou hoje "injustas" as
pessoas que alegam não reunir condições para chegar àquele órgão partidário.
'Tchizé',
como também é conhecida, falava à imprensa no final da sessão de encerramento
do VII congresso do Movimento de Libertação Popular de Angola (MPLA), que
aprovou a lista de 363 membros do Comité Central com 5.511 votos a favor, 37
contra e sete abstenções, correspondente a 98,35% da votação.
A
também deputada do MPLA disse que entrou para as fileiras do partido com cinco
anos, pela Organização de Pioneiros Angolanos (OPA), estrutura infantil daquela
força política no poder.
Nesse
sentido, Welwitchia dos Santos afirmou que as críticas só podem ser feitas por
pessoas que desconhecem a sua trajetória e militância no MPLA.
"Eu
estou nas fileiras do MPLA desde os cinco anos de idade, entrei para a OPA,
participei de vários acampamentos pioneiros. A ideologia do MPLA tendo-me sido
incutida desde muito pequenina, passei por uma eleição no MPLA na base, pela
primeira vez, em 2004, entrei para a OMA [Organização da Mulher Angolana] da
Maianga", disse.
A
filha de José Eduardo dos Santos, reconduzido na liderança do MPLA no VII
congresso, com 99,6% dos votos, chegou ao Comité Central proposta pela OMA,
tendo o seu irmão, José Filomeno dos Santos (conhecido como 'Zenu') sido
proposto pela estrutura da juventude do partido, a JMPLA.
À
imprensa, Welwitchia dos Santos enumerou o seu percurso no partido até ser
proposta para integrar o Comité Central do MPLA, lembrando que foi "uma
disputa acirrada" pelos 12 lugares a ser ocupados em representação da OMA.
"Neste
mandato de 2016 fui eleita membro do comité nacional da OMA e depois também num
escrutínio bastante apertado consegui ser escolhida uma das 12 militantes da
OMA, que vieram para a renovação. A OMA tem 20 e poucos lugares, tinha que
haver 45% de renovação", explicou.
Lembrou
que no partido esteve na base da constituição do comité de especialidade de
empresários do MPLA, para o qual conseguiu mobilizar 1.500 membros, o maior que
existe, pelo que considerou "bastante satisfatório" o seu trabalho de
mobilização.
"Tal
como para ser eleita deputada em 2008 também passei pelo mesmo escrutínio na
minha organização de base que é a OMA, fui eleita pela OMA para ser candidata a
deputada pelo MPLA duas vezes, uma vez, em 2008, aos 28 anos de idade, outra
vez em 2012, portanto nunca fui indicada pela estrutura da sede do MPLA, nem
para deputada nem para ser membro do CC", frisou.
Tchizé
dos Santos considerou as críticas "um aproveitamento político",
recorrendo à Constituição angolana para pedir às pessoas que entendam que não
pode "ser prejudicada por partilhar laços de sangue com o presidente do
MPLA e Presidente da República".
"Também
não posso ser prejudicada, eu e nenhuma outra mulher angolana, pelo facto de
ser do género feminino", referiu, criticando ainda "uma certa
imprensa internacional que na análise da política nacional cria factos"
que considerou baseados "na discriminação do género".
NME
// PNG - Lusa
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