Um
terremoto de intensidade e duração normais para a região, mas que deixa já 247
de pessoas mortas e um número indeterminado de desaparecidas devido à péssima
qualidade as construções e nula adaptação às condições geológicas.
O
forte terremoto que abalou o centro da Itália na madrugada da quarta-feira
deixou pelo menos 247 mortes, segundo informou Proteção Civil. A zona
destruída, entre Lácio e Umbria, é muito turística, e as autoridades italianas
não quiseram fornecer dados oficiais sobre pessoas desaparecidas. Contodo,
falam em "dezenas", mas sabe-se que só em Pescara já são mais de 100.
As
tarefas de resgate continuam e o número de mortes aumentará com total certeza.
As
vilas mais afetadas pelo sismo de 6.2 graus são Amatrice, Norcia e Accumoli. O
Presidente do primeiro desses municípios, Sergio Pirozzi, explicou:
"Amatrice já não existe (...) abalaram edifícios, isto é um drama
autêntico. (...) Ouvem-se vozes entre as ruínas, a situação é dramática." 70%
das construções abalaram, e unicamente em Amatrice houve mais de 190 mortes.
As
fatais consequências do sismo, contodo, não foram devidas a uma duração ou
intensidade excepcionais, segundo as e os especialistas, porquanto o movimento
registado entra dentro da normalidade na região central italiana. Em vez disso,
temos que ir ao capitalismo e ao lucro como prioridade para encontrar como um
terremoto normal para essa região europeia pode causar centenares de mortes.
Raúl Madariaga, sismólogo entrevistado hoje pela comunicação social e
investigador da área geográfica atingida esta madrugada desde 1979, explicou
hoje que lá "costuma haver muitos mortos (...) porque no centro da
Itália encontramos edifícios muito velhos e de péssima qualidade. São
construções que nunca foram pensadas para resistir terremotos".
Em
vez de agir sobre essa realidade através de intervenções urbanísticas sobre os
prédios em perigo - apesar das frequentes tragedias, a última em L'Aquila em
2009, com mais de 300 pessoas mortas -, o capital, como é sabido, escolhe quem
sobrevive e quem morre através de processos como a gentrificação.
O
Primeiro Ministro italiano, Matteo Renzi garantiu ontem "que não
deixaremos qualquer família sozinha, e qualquer município à sua sorte". No
entanto, a última vez que a zona sofreu um fenómeno parecido, em 2009 em L'Aquila,
o estado burguês italiano - com Silvio Berlusconi à cabeça - fez exatamento o
contrário.
Diário Liberdade - com
informações de Vilaweb e mais
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