Martinho Júnior, Luanda
Aqueles
que julgam que os Estados Unidos são um modelo de democracia, esquecem-se das
raízes do monstro capitalista e de suas conexões com algumas das doutrinas
religiosas mais radicalmente conservadoras que poderiam desde logo sustentar o
holocausto das populações autóctones e o esclavagismo.
Esquecem-se
também do que foi o período de expansão durante a colonização da América do
Norte e da ponte que, a partir desse período a aristocracia financeira mundial,
gerada a partir daí, foi construindo em direção à tentativa de imposição duma
hegemonia unipolar sem precedentes à escala global, o imperialismo de 1% sobre
o resto da humanidade!
África
tem sido dilacerada, década após década, pela opressão humana numa escala sem
precedentes (sob os prismas antropológico, sociológico, psicológico, económico
e por fim financeiro) e pela rapina de suas riquezas, pelo que é uma mentira
continuada, nesses termos, que os conflitos, tensões e guerras no continente
africanos se reduzam aos conceitos estritos de guerras civis!
As
presentes conjunturas africanas, periféricas nos termos da globalização
hegemónica unipolar, continuam a ser vulnerabilizadas, manipuladas e alvo de
ingerências de todo o tipo, algo que vai continuar a animar os “lobbies” que
sustentam os dois partidos alternantes no poder nos Estados Unidos, uma vez que
os interesses integrados nesses “lobbies” (petróleo, armamento,
minerais…) continuarão a ser determinantes nos seus relacionamentos com as mais
frágeis nações do globo, aquelas que constituem a cauda dos Índices de
Desenvolvimento Humano nos relatórios anuais publicados pela ONU!...
Próximo
de África há conflitos em desenvolvimento no leste da Europa e no Médio Oriente
que trazem também acrescidas repercussões continente adentro, aproveitando
aliás um amplo neocolonialismo em curso abarcando a imensa região do Sahel da
África do Oeste à Somália e em função da deliberada disseminação do terrorismo
fundamentalista e wahabista, um aliado tácito disponível nos termos que
sustentam as artificiosas contradições impostas ao continente-berço.
Mesmo
os países da África Austral não estão ilesos das múltiplas contradições geradas
num ambiente tão envenenado.
O
que se passa em cada região, em cada país, por mais minúsculo que seja, tem
hoje muito a ver com esse processo de múltiplos desequilíbrios e injustiças
sociais, económicas e financeiras de fundo que se estendeu inexoravelmente, que
também tem tanto que ver com cada ser humano até nos rincões mais obscuros da
Terra”!
O
Presidente Barack Hussein Obama, Nobel da Paz, vai deixar a Presidência com um
testemunho de mais guerras, conflitos e tensões do que os que encontrou no
início do seu primeiro mandato e um processo traumático que não pôs fim para a
sociedade norte-americana (agora mais multicultural que nunca e num momento em
que as retrógradas culturas anglo-saxónicas estão, sob o ponto de vista
numérico do eleitorado, já em minoria)…
As
alterações profundas da sociedade norte-americana, com um eleitorado
maioritário proveniente de culturas latino-americanas e afrodescendentes, vai
merecer mais opressão e repressão interna por parte dos instrumentos do poder
de Federal ou Estadual, conforme aliás ao imaginário de programas que têm sido
expressas nas campanhas que nos são dado a apreciar!
Face
às razões de multipolaridade global, esses “lobbies” da aristocracia
financeira mundial, responderão nos relacionamentos internacionais com um
incremento de ações de carácter fundamentalista, neo nazi, ou neo fascista de
tal ordem, que a IIIª guerra Mundial já em curso com a disseminação do
terrorismo, pode elevar sua fasquia para uma confrontação muito mais intensa,
desembocando numa via qualquer que conduza a um conflito nuclear!
O
mapa da colocação de escudos de mísseis e outros armamentos de ordem geo
estratégica por parte dos Estados Unidos a partir do seu relativo domínio nos
oceanos e mares da Terra, visa não só sustentar o argumento da hegemonia
unipolar renitente face aos que advogam a multipolaridade emergente, mas também
manter como reféns os seus próprios aliados tornados vassalos, particularmente
os europeus e o Japão, mesmo que as sociedades dos países sejam contra a
guerra, contra a NATO, ou contra a ingerência continuada nos seus assuntos
internos!
Os
poderes fundamentalistas, pelo seu carácter de residual feudalismo, neo nazis,
ou neo fascistas, são um risco maior para toda a humanidade e continuam a
desrespeitar as regras mais elementares para com a Mãe Terra, ao ultrapassarem
os limites da exploração dos recursos não renováveis e não recicláveis do
planeta!
Qualquer
um dos presidenciáveis nos Estados Unidos da América, vêm “animados” por
esse tipo de estigmas que infestam a vida sócio-política norte-americana e isso
é palpável nas suas próprias expressões públicas em época eleitoral que
indiciam também não haver alterações de vulto no seu relacionamento com outras
nações, estados e povos!
Em
África, as tensões em torno dos acessos à água interior do continente, cada vez
mais indispensável tendo em conta o aumento exponencial da população, fenómeno
que obriga à diminuição per capita do espaço vital, estão intimamente
associadas às disputas relativas à exploração das riquezas naturais, o que é
manipulado pelas ingerências e manipulações externas de toda a ordem.
Angola
que viveu o choque neoliberal, radicalizando as tensões humanas tendo como pano
de fundo a exploração do petróleo e dos diamantes, para aprofundar a paz que
foi possível num ambiente tão adverso a partir de 2002, está ainda longe de
poder encontrar soluções para fazer frente a todos os impactos da terapia
neoliberal que prevalece imposto ao seu ambiente humano, económico e
financeiro, mas uma nova geoestratégia em relação à sua água interior, com um
conjunto de ações programáticas progressistas no sentido de criar
desenvolvimento sustentável, é um rumo certo que pode trilhar, conferindo um
sentido amplo à diversificação que se pretende, nunca perdendo de vista os
fatores antropológicos, históricos e sociais em jogo!
Esperemos
que a emergência do multipolarismo permita mais capacidade ao povo angolano
nessa luta que parte das trevas da opressão, da desigualdade e da injustiça
histórica… está-se ainda muito longe dos resgates imensos que há a realizar em
prol do povo angolano e de África e as administrações norte-americanas
continuam em sua pérfida trilha fundamentalista, ainda que ela esteja a trazer
profundos constrangimentos humanos na sua tão complexa quão diversificada
sociedade e esteja a coberto da mentira continuada e do embuste propiciado pela
cobertura mediática dominante!
Gravura na esquerda vertical: Escudo
antimíssil, ou um mundo refém à força da hegemonia unipolar face à emergência
multipolar.
A
consultar:
-
Fascismo americano, as raízes de uma nação sob deus – http://paginaglobal.blogspot.com/2016/08/fascismo-americano-as-raizes-de-uma.html
- "La
defensa antimisiles de EE.UU. en Corea del Sur puede abrir la caja de
Pandora" – https://actualidad.rt.com/actualidad/217124-china-antimisiles-eeuu-corea-pandora
-
Projecto de Hillary, a raínha da guerra – http://www.odiario.info/projeto-de-hillary-a-rainha-da/
-
IIIª Guerra Mundial – http://paginaglobal.blogspot.pt/2015/11/iii-guerra-mundial.html
-
África cosa nostra – http://paginaglobal.blogspot.com/2014/02/africa-cosa-nostra.html
-
Neocolónias! – http://paginaglobal.blogspot.com/2013/04/neo-colonias.html
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