Bom
dia, de manhã, à tarde e à noite. Até à meia-noite è o dia 20 de Fevereiro de
2017, esteja onde estiver. Este é o Expresso Curto sem usar a base da
newsletter que o correio nos traz. Fomos diretamente à teta do boi online, o Expresso.
Em
baixo tudo começa com as trampas de Trump. Os jornalistas adoram aquelas coisas
do Trump. Armados em prestidigitadores levam-nos a focar o folclore que não nos
interessa e a não ver os truques que nos interessam e nos tramam. É uma média
chica-esperta… e que resulta. Cada vez há mais alienados, baralhados,
automatizados… estupidificados. É a agenda oculta deste sistema mafioso que dita muito
para uns poucos e pouco para muitos. Que está cada dia a ir mais avante. Quase no nirvana.
Sem
delongas. Leia - deve sempre fazê-lo - mas use o seu cérebro. Pense, abra os olhos. Vai ver que não dói
nada.
Siga
para a cafeína do tio Balsemão da Quinta da Marinha e de outras “quintas e
arranha-céus”. Um dito “democrata” já carcaça velha mas sempre ativo até ao último
suspiro. Ah, e do Bilderberg! Aquele “clube” que estuda e se reúne para… Pois.
MM
/ PG
Um
mês na montanha-russa (não desaperte o cinto de segurança)
Filipe
Santos Costa - Expresso
Bom
dia.
Já
passou um mês. Ainda só passou um mês. Os trinta dias do Presidente Trump (isto
ainda soa estranho...) foram trinta dias sem sossego e com o credo na boca. O
que é que ele fez agora? tornou-se uma espécie de novo mantra à escala global.
O Público de hoje dá à efeméride o destaque que ela
merece, recordando os tweets malucos, a guerra comercial que se anuncia, as suspeitas
da conexão russa, os conflitos de interesse, as guerras com os jornalistas, com
os juízes, com os muçulmanos e, em geral, com quem não acha que Donald Trump é
"amazing", "awesome" e outros superlativos que esgotam o
léxico presidencial. Enquanto o mundo tenta perceber se Trump é um palhaço, um
sociopata ou um palhaço sociopata (para por apenas três hipóteses), aqui ficam
as últimas da Trumplândia.
O inquilino da Casa Branca continua a debater-se para completar o seu governo (há seis ministros por confirmar, mais de uma dezena de subsecretários e centenas de postos de topo da administração permanecem por ocupar, ao mesmo tempo que outros responsáveis são despedidos intempestivamente). Rodeado de problemas autoinflingidos, Trump optou pela via escapista: voltou aos comícios, o que lhe permitiu sentir outra vez a adulação dos seus apoiantes e fingir que tudo corre bem em Washington - ou que o que corre mal é invenção dos jornalistas ou culpa dos juízes.
Com um mês no cargo, o presidente dos EUA lançou este fim de semana a campanha para a recandidatura, num discurso em que revistou os maiores sucessos da sua campanha de 2016 e voltou às famosas "verdades alternativas". A melhor de todas foi a referência de Trump a qualquer coisa terrível (um atentado???) que aconteceu na sexta-feira à noite na Suécia - e que os suecos não conseguem perceber o que terá sido. "O que é que ele anda a fumar?", questionou-se Carl Bildt, ex-primeiro-ministro sueco. Estocolmo já pediu explicações à diplomacia norte-americana. E Trump, via Tweeter, veio explicar-se: estava a referir-se a qualquer coisa que tinha acabado de ver na Fox News (o único canal de notícias que, no seu critério, não conta mentiras)...
Nos breves intervalos das suas mentiras e manipulações, Trump acusa a comunicação social de mentir e manipular. Mas este fim de semana foi mais longe e acusou os jornalistas de serem "inimigos do povo americano". Leu bem: "inimigos do povo americano". Podia ser mais um momento de delírio trumpiano, mas o chefe de gabinete da Casa Branca, Reince Priebus, já veio avisar que as palavras do presidente são para levar a sério. Mas há uma realidade alternativa (mesmo): o secretário da Defesa, Jim Mattis, disse o contrário do que foi dito por Trump, garantindo que os media "não são o inimigo".
O inédito ataque presidencial aos media obrigou o veterano republicano John McCain a vir a público defender a liberdade de imprensa, como pilar das liberdades cívicas, avisando que é assim, a atacar liberdades, que se forjam ditadores. O ataque de Trump provocou também uma reação firme de um dos principais pivôs da Fox News (o tal canal em que Trump acredita). Chris Wallace lembrou que todos os presidentes, e os políticos em geral, têm problemas com os media, mas frisou que a acusação de Trump significa cruzar uma linha nunca antes pisada. As permanentes notícias sobre o caos da nova administração e constantes fugas de informação embaraçosas para Trump - seja sobre a desconfiança dos militares e dos serviços secretos em relação ao presidente, seja sobre as estranhas ligações a Putin - justificam a fúria da Casa Branca. Em marcha parece estar nova legislação para criminalizar essas fugas de informação - e é sério o risco da Justiça poder perseguir não só os promotores dos leaks, mas também os jornalistas que publicam as notícias.
Por falar em Putin: as ligações ainda mal explicadas desta administração (e do próprio Trump) à nomenclatura russa vão dar pano para mangas. O Ricardo Lourenço, correspondente do Expresso nos EUA, conta que já paira por lá o fantasma de Nixon (leia-se: destituição). Enquanto isso, Mike Pence, o número dois da Casa Branca, está na Europa a tentar acalmar os parceiros deste lado do Atlântico.
Ainda só passou um mês. Já passou um mês. À cautela, mantenha o cinto de segurança apertado até o presidente estar completamente parado.
O inquilino da Casa Branca continua a debater-se para completar o seu governo (há seis ministros por confirmar, mais de uma dezena de subsecretários e centenas de postos de topo da administração permanecem por ocupar, ao mesmo tempo que outros responsáveis são despedidos intempestivamente). Rodeado de problemas autoinflingidos, Trump optou pela via escapista: voltou aos comícios, o que lhe permitiu sentir outra vez a adulação dos seus apoiantes e fingir que tudo corre bem em Washington - ou que o que corre mal é invenção dos jornalistas ou culpa dos juízes.
Com um mês no cargo, o presidente dos EUA lançou este fim de semana a campanha para a recandidatura, num discurso em que revistou os maiores sucessos da sua campanha de 2016 e voltou às famosas "verdades alternativas". A melhor de todas foi a referência de Trump a qualquer coisa terrível (um atentado???) que aconteceu na sexta-feira à noite na Suécia - e que os suecos não conseguem perceber o que terá sido. "O que é que ele anda a fumar?", questionou-se Carl Bildt, ex-primeiro-ministro sueco. Estocolmo já pediu explicações à diplomacia norte-americana. E Trump, via Tweeter, veio explicar-se: estava a referir-se a qualquer coisa que tinha acabado de ver na Fox News (o único canal de notícias que, no seu critério, não conta mentiras)...
Nos breves intervalos das suas mentiras e manipulações, Trump acusa a comunicação social de mentir e manipular. Mas este fim de semana foi mais longe e acusou os jornalistas de serem "inimigos do povo americano". Leu bem: "inimigos do povo americano". Podia ser mais um momento de delírio trumpiano, mas o chefe de gabinete da Casa Branca, Reince Priebus, já veio avisar que as palavras do presidente são para levar a sério. Mas há uma realidade alternativa (mesmo): o secretário da Defesa, Jim Mattis, disse o contrário do que foi dito por Trump, garantindo que os media "não são o inimigo".
O inédito ataque presidencial aos media obrigou o veterano republicano John McCain a vir a público defender a liberdade de imprensa, como pilar das liberdades cívicas, avisando que é assim, a atacar liberdades, que se forjam ditadores. O ataque de Trump provocou também uma reação firme de um dos principais pivôs da Fox News (o tal canal em que Trump acredita). Chris Wallace lembrou que todos os presidentes, e os políticos em geral, têm problemas com os media, mas frisou que a acusação de Trump significa cruzar uma linha nunca antes pisada. As permanentes notícias sobre o caos da nova administração e constantes fugas de informação embaraçosas para Trump - seja sobre a desconfiança dos militares e dos serviços secretos em relação ao presidente, seja sobre as estranhas ligações a Putin - justificam a fúria da Casa Branca. Em marcha parece estar nova legislação para criminalizar essas fugas de informação - e é sério o risco da Justiça poder perseguir não só os promotores dos leaks, mas também os jornalistas que publicam as notícias.
Por falar em Putin: as ligações ainda mal explicadas desta administração (e do próprio Trump) à nomenclatura russa vão dar pano para mangas. O Ricardo Lourenço, correspondente do Expresso nos EUA, conta que já paira por lá o fantasma de Nixon (leia-se: destituição). Enquanto isso, Mike Pence, o número dois da Casa Branca, está na Europa a tentar acalmar os parceiros deste lado do Atlântico.
Ainda só passou um mês. Já passou um mês. À cautela, mantenha o cinto de segurança apertado até o presidente estar completamente parado.
OUTRAS
NOTÍCIAS
Na
frente, tudo na mesma. O Benfica cumpriu ontem à noite a sua obrigação e venceu
o Braga por 0-1, com um golo em modo PlayStation do grego Kostas
Mitroglou, que assim provou que não está para brincadeiras. Os diários desportivos de hoje
rendem-se a "Kostas Quentes", o "Deus Grego" que resolveu o
jogo com um "Bailado Grego".
A proposta para a segunda comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos vai mesmo avançar esta semana, pela mão do PSD e do CDS. A iniciativa foi acertada diretamente entre os líderes dos dois partidos, Passos Coelho e Assunção Cristas, conta o Público. António Costa pode ser chamado a explicar-se, mas Marcelo Rebelo de Sousa não está na mira da comissão, adianta a mesma notícia. O comentador da SIC Notícias Luís Marques Mendes diz que "o futuro de Centeno está nas mãos de Domingues", por causa dos sms que ambos trocaram e que tornarão claros os compromissos que o ministro fez quando convidou o banqueiro para a CGD. Apesar de não a poder travar, a esquerda mostra-se unida contra esta CPI, desde Jerónimo de Sousa, que não quer "alimentar folhetins", a Ferro Rodrigues, que deu uma entrevista ao DN e à TSF em que mostrou as "maiores dúvidas" sobre a nova iniciativa potestativa da direita (apesar de ter repetido os argumentos da esquerda, o presidente da Assembleia da República fez questão de frisar que é "completamente imparcial").
Onde a esquerda não está unida é sobre o que fazer com os destroços do BES. Apesar das divergências entre o Governo, o BE e o PCP, a Lone Star continua o seu caminho para a compra do Novo Banco. Segundo o Jornal de Negócios, esta semana começam a negociações em exclusivo com o fundo norte-americano, num processo que envolve o Governo e Bruxelas - uma negociação exclusiva recomendada pelo Banco de Portugal, conforme o Expresso noticiou. O Negócios adianta ainda que, se houver acordo, a prioridade da Lone Star será um projeto imobiliário de Vasco Pereira Coutinho na zona das Amoreiras, em Lisboa.
Por falar em Banco de Portugal: as águas continuam agitadas no supervisor bancário, com um governador cada vez mais isolado a braços com mudanças na administração. Saiba tudo aqui.
Continuam a monte os três reclusos da cadeia de Caxias que se evadiram por uma janela na madrugada de domingo. Enquanto um sindicato aproveitou este episódio para fazer sindicalismo (ou seja, culpou o Governo), o Governo respondeu à altura (ou seja, negou e abriu um processo de averiguações). Entretanto, o Jornal de Notícias conta na sua manchete de hoje que esta é uma fuga em grande, que envolve uma rede mafiosa chilena e muito dinheiro para quem ajudar fugitivos: entre 200 mil e meio milhão de euros.
A proposta para a segunda comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos vai mesmo avançar esta semana, pela mão do PSD e do CDS. A iniciativa foi acertada diretamente entre os líderes dos dois partidos, Passos Coelho e Assunção Cristas, conta o Público. António Costa pode ser chamado a explicar-se, mas Marcelo Rebelo de Sousa não está na mira da comissão, adianta a mesma notícia. O comentador da SIC Notícias Luís Marques Mendes diz que "o futuro de Centeno está nas mãos de Domingues", por causa dos sms que ambos trocaram e que tornarão claros os compromissos que o ministro fez quando convidou o banqueiro para a CGD. Apesar de não a poder travar, a esquerda mostra-se unida contra esta CPI, desde Jerónimo de Sousa, que não quer "alimentar folhetins", a Ferro Rodrigues, que deu uma entrevista ao DN e à TSF em que mostrou as "maiores dúvidas" sobre a nova iniciativa potestativa da direita (apesar de ter repetido os argumentos da esquerda, o presidente da Assembleia da República fez questão de frisar que é "completamente imparcial").
Onde a esquerda não está unida é sobre o que fazer com os destroços do BES. Apesar das divergências entre o Governo, o BE e o PCP, a Lone Star continua o seu caminho para a compra do Novo Banco. Segundo o Jornal de Negócios, esta semana começam a negociações em exclusivo com o fundo norte-americano, num processo que envolve o Governo e Bruxelas - uma negociação exclusiva recomendada pelo Banco de Portugal, conforme o Expresso noticiou. O Negócios adianta ainda que, se houver acordo, a prioridade da Lone Star será um projeto imobiliário de Vasco Pereira Coutinho na zona das Amoreiras, em Lisboa.
Por falar em Banco de Portugal: as águas continuam agitadas no supervisor bancário, com um governador cada vez mais isolado a braços com mudanças na administração. Saiba tudo aqui.
Continuam a monte os três reclusos da cadeia de Caxias que se evadiram por uma janela na madrugada de domingo. Enquanto um sindicato aproveitou este episódio para fazer sindicalismo (ou seja, culpou o Governo), o Governo respondeu à altura (ou seja, negou e abriu um processo de averiguações). Entretanto, o Jornal de Notícias conta na sua manchete de hoje que esta é uma fuga em grande, que envolve uma rede mafiosa chilena e muito dinheiro para quem ajudar fugitivos: entre 200 mil e meio milhão de euros.
Como
o saber não ocupa lugar, saiba ainda que nos últimos cinco anos fugiram 52 reclusos das cadeias
portuguesas.
O Diário de Notícias conta que as secretas estão irritadas com António Costa, que não as informou sobre a visita relâmpago que efetuou à República Centro-Africana. Este foi só o episódio mais recente numa relação bastante tensa.
Há ondas de choque do livro editado por Cavaco Silva na semana passada. José Sócrates já tinha respondido às acusações que lhe são feitas pelo ex-chefe do Estado. Na edição de hoje, o i ouve outros socialistas, que "arrasam o livro de Cavaco". Falam em "mesquinhez", "rancor" e "azedume", mas no meio das críticas destaca-se o estilo inconfundível de Carlos César - segundo o líder parlamentar do PS, a obra do ex-PR "oscila entre o arrogo biográfico e a delação intriguista".
No Iraque decorre o que é suposto ser a derradeira ofensiva das forças governamentais para retomar a parte de Mossul que ainda está sob controlo do Estado Islâmico. O trabalho do Guardian no terreno merece destaque. A ONU tem alertado para o risco extremo em que estão as vítimas do costume: civis e, sobretudo, crianças.
Na Colômbia, a paz parece irreversível. Apesar de muitas dificuldades, os guerrilheiros que restam das FARC estão a desmobilizar, a entregar armas e a fazer a transição para uma nova vida.
Na Holanda, a campanha racista do líder da extrema-direita vai de vento em popa. A promessa mais recente de Geert Wilders (um sucedâneo de Trump na retórica e nos estilo capilar) é acabar com a “escumalha marroquina” que “torna perigosas as ruas” do país.
O thriller de espionagem do momento é o assassinato de Kim Jong-nam, o meio-irmão de Kim Jong-un, o líder da Coreia do Norte. O folhetim começou na segunda-feira, no aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia, onde Jong-nam foi envenenado. A polícia malásia já fez várias detenções e identificou mais suspeitos, mas a novidade das últimas horas é o video divulgado por um canal de televisão japonês. Através das imagens de videovigilância do aeroporto, vê-se como tudo aconteceu, à vista de toda a gente. É um daqueles casos em que a realidade imita a ficção, até na alcunha da suposta assassina - "Miss Veneno". A Coreia do Sul e os EUA acreditam que Kim Jong-nam foi assassinado por agentes enviados pelo meio-irmão.
AS MANCHETES DE HOJE
Diário de Notícias: "Viver em Portugal - Benefícios fiscais atraíram mais de 10 mil estrangeiros em 2016"
O Diário de Notícias conta que as secretas estão irritadas com António Costa, que não as informou sobre a visita relâmpago que efetuou à República Centro-Africana. Este foi só o episódio mais recente numa relação bastante tensa.
Há ondas de choque do livro editado por Cavaco Silva na semana passada. José Sócrates já tinha respondido às acusações que lhe são feitas pelo ex-chefe do Estado. Na edição de hoje, o i ouve outros socialistas, que "arrasam o livro de Cavaco". Falam em "mesquinhez", "rancor" e "azedume", mas no meio das críticas destaca-se o estilo inconfundível de Carlos César - segundo o líder parlamentar do PS, a obra do ex-PR "oscila entre o arrogo biográfico e a delação intriguista".
No Iraque decorre o que é suposto ser a derradeira ofensiva das forças governamentais para retomar a parte de Mossul que ainda está sob controlo do Estado Islâmico. O trabalho do Guardian no terreno merece destaque. A ONU tem alertado para o risco extremo em que estão as vítimas do costume: civis e, sobretudo, crianças.
Na Colômbia, a paz parece irreversível. Apesar de muitas dificuldades, os guerrilheiros que restam das FARC estão a desmobilizar, a entregar armas e a fazer a transição para uma nova vida.
Na Holanda, a campanha racista do líder da extrema-direita vai de vento em popa. A promessa mais recente de Geert Wilders (um sucedâneo de Trump na retórica e nos estilo capilar) é acabar com a “escumalha marroquina” que “torna perigosas as ruas” do país.
O thriller de espionagem do momento é o assassinato de Kim Jong-nam, o meio-irmão de Kim Jong-un, o líder da Coreia do Norte. O folhetim começou na segunda-feira, no aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia, onde Jong-nam foi envenenado. A polícia malásia já fez várias detenções e identificou mais suspeitos, mas a novidade das últimas horas é o video divulgado por um canal de televisão japonês. Através das imagens de videovigilância do aeroporto, vê-se como tudo aconteceu, à vista de toda a gente. É um daqueles casos em que a realidade imita a ficção, até na alcunha da suposta assassina - "Miss Veneno". A Coreia do Sul e os EUA acreditam que Kim Jong-nam foi assassinado por agentes enviados pelo meio-irmão.
AS MANCHETES DE HOJE
Diário de Notícias: "Viver em Portugal - Benefícios fiscais atraíram mais de 10 mil estrangeiros em 2016"
i:
"O caso Centeno numa democracia estável seria insuportável. Por muito
menos demitiram-se vários ministros"
Jornal
de Notícias: "Máfia paga meio milhão por chilenos que fugiram da
cadeia"
Público:
"Base de dados genética só abrange 15% dos condenados"
Jornal
de Negócios: "IMI mais alto chega em abril"
Correio
da Manhã: "Enfermeiros com 10,5 milhões no banco"
O QUE ANDO A LER
O QUE ANDO A LER
Estou
a ler um livro ótimo, de um dos grandes especialistas europeus na sua área de
atividade. Infelizmente não lhe vou contar nada sobre esse livro. Dá-se o caso
de ter sido editado pela editora onde até há pouco tempo trabalhava a minha
mulher, e sei o que a casa gasta: há quem se melindre com a hipótese de um
jornalista contar numa rubrica chamada “o que ando a ler” que anda a ler livros
que por acaso são editados por um familiar. Também estou a ler uma excelente
biografia de Estaline... mas também pareceria suspeito um jornalista promover
um livro que foi editado pelo seu jornal, não é? Assim sendo, hoje
falo-vos de cinema.
(A propósito: já é notícia de sábado, mas um filme português ganhou, mais uma vez, o Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim para melhor curta-metragem. O realizador, Diogo Costa Amarante, não recebeu um cêntimo do Estado.)
Estamos em contagem decrescente para os Oscars e ando naquela afogadilha pateta de tentar ver o máximo possível de filmes nomeados antes da “grande noite”, que normalmente é aquela noite em que confirmamos que a Academia se preocupa com muita coisa menos com cinema. Do que já vi, recomendo-lhe que parta o coração com a personagem descoroçoada do Casey Afleck em "Manchester by the Sea", e que leia "Silêncio" - mesmo que veja o filme, que tem muitos méritos (apesar do casting desastroso), o que vale mesmo a pena é o livro do Shusaku Endo. Quanto a "La La Land", tem a enorme vantagem de já ninguém ir ao engano: o filme mais nomeado do ano é exatamente aquilo promete ser, um pechisbeque reluzente e contente com isso.
Se, em alternativa, quiser ver uma obra-prima, recomendo-lhe duas: "Paris, Texas" (em exibição em Lisboa e no Porto) e "As Asas do Desejo" (só está em Lisboa). Os dois filmes maiores de Wim Wenders estão em reposição em imaculadas cópias restauradas e esse trabalho de restauro é, por si só, um milagre técnico (o suplemento ípsilon do Público entrevistou o realizador alemão). Fica-se com a sensação de que o céu do deserto americano nunca foi tão azul, que o cabelo da Natassja Kinski nunca foi tão dourado e que Berlim vista do céu nunca teve um preto e branco como este. São dois filmes gloriosos povoados por anjos caídos - quem quer saber das cantiguinhas do "La La Land" quando tem a celestial Kinski a ouvir confissões num cubículo de peep-show?
Este Expresso Curto fica por aqui. Amanhã há mais.
(A propósito: já é notícia de sábado, mas um filme português ganhou, mais uma vez, o Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim para melhor curta-metragem. O realizador, Diogo Costa Amarante, não recebeu um cêntimo do Estado.)
Estamos em contagem decrescente para os Oscars e ando naquela afogadilha pateta de tentar ver o máximo possível de filmes nomeados antes da “grande noite”, que normalmente é aquela noite em que confirmamos que a Academia se preocupa com muita coisa menos com cinema. Do que já vi, recomendo-lhe que parta o coração com a personagem descoroçoada do Casey Afleck em "Manchester by the Sea", e que leia "Silêncio" - mesmo que veja o filme, que tem muitos méritos (apesar do casting desastroso), o que vale mesmo a pena é o livro do Shusaku Endo. Quanto a "La La Land", tem a enorme vantagem de já ninguém ir ao engano: o filme mais nomeado do ano é exatamente aquilo promete ser, um pechisbeque reluzente e contente com isso.
Se, em alternativa, quiser ver uma obra-prima, recomendo-lhe duas: "Paris, Texas" (em exibição em Lisboa e no Porto) e "As Asas do Desejo" (só está em Lisboa). Os dois filmes maiores de Wim Wenders estão em reposição em imaculadas cópias restauradas e esse trabalho de restauro é, por si só, um milagre técnico (o suplemento ípsilon do Público entrevistou o realizador alemão). Fica-se com a sensação de que o céu do deserto americano nunca foi tão azul, que o cabelo da Natassja Kinski nunca foi tão dourado e que Berlim vista do céu nunca teve um preto e branco como este. São dois filmes gloriosos povoados por anjos caídos - quem quer saber das cantiguinhas do "La La Land" quando tem a celestial Kinski a ouvir confissões num cubículo de peep-show?
Este Expresso Curto fica por aqui. Amanhã há mais.
Até
lá, esteja atento às notícias no site do Expresso e não se esqueça que às seis
da tarde há mais uma edição do Expresso Diário.
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