Emmanuel
Macron, candidato do En Marche!, começou como inspetor dos impostos e trabalhou
para o banco Rotschild.
Filho
de dois médicos, foi o tempo passado em criança com a sua adorada avó materna,
filha de um casal de analfabetos que chegou a diretora de um colégio, que
alimentou a veia de esquerda de Emmanuel Macron. "Lembro-me da sua imagem.
Da sua voz. Lembro-me das lembranças dela. Da sua liberdade. Da sua
exigência", afirmava Macron no livro Os Políticos também Têm Avó sobre a
mulher que mais marcou a sua inclinação política. Educado num colégio de
jesuítas, é na Universidade, em Sciences Po, que começa a militar no Movimento
dos Cidadãos (MDC). A adesão ao Partido Socialista, essa, só chegaria mais
tarde, aos 24 anos.
Assistente
do filósofo Paul Ricoeur na universidade, Macron fará mais tarde a sua tese
sobre Maquiavel e mantém até hoje a paixão pela filosofia. Mas é na muito
pragmática inspeção dos impostos que começa a trabalhar em 2004. Quatro anos
mais tarde, mudança de rumo: Macron aceita o convite para trabalhar no banco
Rotschild, onde depressa chega a sócio-gerente.
Um
sucesso fulgurante que não o impede em 2012 de aceitar o convite de François
Hollande para ser secretário-geral adjunto da presidência. Os dois homens
tinham-se conhecido cinco anos antes num jantar em casa de Jacques Attali, o
antigo conselheiro de François Mitterrand. Aos 34 anos, o jovem secretário
chama as atenções dos media e até tem direito a vários artigos nos jornais -
com todos a destacar as suas posições "não muito de esquerda".
Dois
anos depois, Macron, hoje com 39 anos, é nomeado ministro da Economia de Manuel
Valls, destacando-se pelo seu "liberalismo social", como destacava o Le
Monde em 2015. Os choques com o governo sucedem-se e em agosto de 2016,
quatro meses depois de anunciar a criação do seu movimento En Marche!, Macron
demite-se. A 16 de novembro anuncia a candidatura às presidenciais.
Casado
com Brigite Trogneux, 24 anos mais velha do que ele e que conheceu no liceu
onde esta foi sua professora de francês, Macron gosta de brincar com o facto de
ter sete "netos". O casal tem surgido nas capas de várias revistas
cor-de-rosa durante a campanha, não deixando que os rumores sobre uma relação
homossexual de Macron surgisse em fevereiro.
Pianista
de grande talento, Macron apresentou-se na campanha como capaz de escolher
"o melhor da direita, o melhor da esquerda e até o melhor do centro".
Uma fórmula que pediu emprestada ao general De Gaulle e que lhe permitiu vencer
a primeira volta. Vamos ver se o leva ao Eliseu.
Helena
Tecedeiro | Diário de Notícias
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