quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Novo estudo climático desmente a teorização aquecimentista



– Mas o "nosso novo documento técnico... provavelmente será ignorado"

Tyler Durden

Não é de surpreender que tantas pessoas acreditem na ideia de que o aquecimento global está a ser causado quase inteiramente pela actividade humana, dado o facto de grande parte dos cientistas parecer acreditar nisso. Mas cientistas deveriam perguntar-se porque ainda há uma grande legião de "negadores", como eles gostam de chamá-los, os quais são categóricos ao afirmarem que a alteração climática antropogénica é uma vigarice.

A razão para isso é que a comunidade científica foi apanhadamuitas vezes a manipular dados climáticos e a fazer afirmações aberrantes . As celebridades e políticos que promovem esta causa em muitas ocasiões também foram apanhados a viverem em mansões palacianas, a voarem por todo o mundo em jactos privados e geralmente a viverem vidas de excesso que produzem muito mais carbono do que a pessoa média. Dados estes factos, como é que alguém poderia tomar com seriedade os argumentos do aquecimento global?

O que tão pouco ajuda a sua causa é cientistas respeitáveis questionarem o dogma da alteração climática. Recentemente, dois cientistas australianos publicaram um documento que explica porque as mudanças na temperatura global que vemos hoje provavelmente são totalmente naturais.

A ESQUERDA SEM IMAGINAÇÃO - Boaventura



Por não ousar novas formas de Democracia, Estado e Economia; e por não enfrentar articuladamente as três faces da dominação, ela tem sido incapaz de deter a ofensiva brutal do sistema

Boaventura de Sousa Santos | Imagem: Edward Hooper, Pessoas ao sol (1963)

A dominação social, política e cultural é sempre o resultado de uma distribuição desigual do poder, nos termos da qual quem não tem poder ou tem menos poder vê as suas expectativas de vida limitadas ou destruídas por quem tem mais poder. Tal limitação ou destruição manifesta-se de várias formas, da discriminação à exclusão, da marginalização à liquidação física, psíquica ou cultural, da demonização à invisibilização. Todas esta formas podem-se reduzir a uma só – opressão. Quanto mais desigual é a distribuição do poder, maior é a opressão.

As sociedades com formas duradouras de poder desigual são sociedades divididas entre opressores e oprimidos. A contradição entre estas duas categorias não é lógica, é antes dialéctica, já que as duas categorias são ambas parte da mesma unidade contraditória. Os fatores que estão na base da dominação variam de época para época. Na época moderna, digamos, desde o século XVI, os três fatores principais têm sido: capitalismo, colonialismo e patriarcado. O primeiro é originário da modernidade ocidental, enquanto os outros dois existiram antes mas foram reconfigurados pelo capitalismo. A dominação capitalista assenta na exploração do trabalho assalariado por via de relações entre seres humanos formalmente iguais. A dominação colonial assenta na relação hierárquica entre grupos humanos por uma razão supostamente natural, seja ela a raça, a casta, a religião ou a etnia. A dominação patriarcal implica outro tipo de relação de poder mas igualmente assente na inferioridade natural de um sexo ou de uma orientação sexual.

As relações entre os três modos de dominação têm variado ao longo do tempo e do espaço, mas o fato de a dominação moderna assentar nos três é uma constante. Ao contrário do que vulgarmente se pensa, a independência política das antigas colônias europeias não significou o fim do colonialismo, significou apenas a substituição de um tipo de colonialismo (o colonialismo de ocupação territorial efetiva por uma potência estrangeira) por outros tipos (colonialismo interno, neocolonialismo, imperialismo, racismo, xenofobia, etc.).Vivemos hoje em sociedades capitalistas, colonialistas e patriarcais. Para ter êxito, a resistência contra a dominação moderna tem de assentar em lutas simultaneamente anticapitalistas, anticoloniais e antipatriarcais. Todas as lutas têm de ter como alvo os três fatores de dominação, e não apenas um, ainda que as conjunturas possam aconselhar que incidam mais num fator que noutro.

FRANÇA | Para Macron, é tudo ou nada



Futuro do presidente depende da aprovação da reforma trabalhista. Se ele não conseguir, vai virar um "pato manco" já no início do mandato, afirma correspondente Barbara Wesel.

Barbara Wesel (as) | Deutsche Welle | opinião

O presidente Emmanuel Macron não teve um verão muito feliz. A criação de um cargo oficial de primeira-dama para sua mulher deu errado e foi mal recebida na imprensa, assim como a divulgação dos gastos com a maquiadora que o prepara para aparecer na televisão. A popularidade dele está em queda livre. Na verdade tudo isso é insignificante, mas mostra com que impaciência os franceses acompanham seu novo presidente. A reforma trabalhista é que vai mostrar se ele tem condições de governar e vai decidir sobre a sua sobrevivência política.

Os antecessores de Macron, Nicolas Sarkozy e sobretudo François Hollande, fracassaram retumbantemente na tentativa de reformar as enferrujadas leis trabalhistas. O primeiro não aguentou o ronco das ruas, e o socialista diluiu tanto as reformas que, no fim, não tinha mais apoio em nenhum dos lados.

Os socialistas fracassaram na última eleição, e mereceram. E como também na direita o que predomina é o conflito, com republicanos e Frente Nacional ocupados em brigas internas, Macron tem, politicamente, as mãos livres para agir. Os seus próprios deputados podem até cometer erros e se envolver em escândalos, mas garantem uma maioria parlamentar ampla e estável ao presidente.

Além disso, o poder dos sindicatos diminuiu. O moderado CFDT anunciou, apesar de meses de debates com o governo, sua esperada rejeição às reformas, mas não vai sair às ruas contra elas. Os linhas-duras da CGT, porém, já estão rufando os tambores e querem levar os franceses às barricadas a partir de meados de setembro.

Porém, o que interessa a eles é menos a proteção dos direitos dos trabalhadores, como afirmam suas bandeiras, mas a própria sobrevivência. A esquerdista CGT perde membros e influência. Só 11% dos franceses estão em sindicatos. Os gritos são mais altos do que o número de trabalhadores representados. Ninguém precisa, portanto, se intimidar com um mar de bandeiras vermelhas e uma elevada disposição para o quebra-quebra – os sindicatos radicais falam em nome de uma pequena minoria de franceses.

Porém, eles são reforçados pelos esquerdistas de Jean-Luc Mélenchon. Ele representa a única oposição que funciona e alcançou 17% dos eleitores, um resultado expressivo. Seu furor de tons comunistas e sua disposição para a luta não devem ser subestimados.

Mas, mesmo que em setembro as pedras voltem a voar e o trânsito seja interrompido em Paris, Macron precisa encarar tudo isso. A maioria dos franceses não vai sair às ruas, e muitos querem as reformas, mas o presidente precisa voltar a se comunicar com a população. Sua atitude divina e o celebrado distanciamento o prejudicam. Ele precisa se mostrar destemido, como na campanha, e buscar o contato com os trabalhadores, mesmo que seja vaiado.

O direito trabalhista francês é um monstro. Essas centenas de páginas devem ser jogadas fora. É um milagre que ainda haja postos de trabalho na França. Por isso é correto que Macron, com a sua reforma, mire sobretudo nas pequenas e médias empresas.  Ele precisa tornar a vida delas mais fácil, pois é lá que está o maior potencial de criação de empregos.

Não se trata de acabar com o Estado de bem-estar social e com os direitos dos trabalhadores na França, isso é propaganda. Trata-se da abertura para negociações entre empresas e sindicatos, mais espaço para as pequenas empresas, uma certa flexibilização da proteção contra a demissão. Hoje os trabalhadores na França se dividem em duas classes: aqueles que têm postos de trabalho protegidos e os que têm contratos temporários, sem chance de entrar no sistema. A prova de que isso não funciona é o desemprego, que está em torno de 10% há anos.

Para o presidente, porém, é tudo ou nada. Ele precisa vencer essa primeira rodada da disputa e fazer a reforma dar certo. Do contrário, vai virar um "pato manco" já no primeiro semestre na presidência. Durante uma viagem ao Leste Europeu, ele reclamou que é impossível reformar a França e que os franceses têm muitas expectativas. Ele deveria tomar mais cuidado, pois essas são coisas que se pode pensar, mas não dizer – elas soam arrogantes.

E arrogância é um dos grandes riscos do presidente. Ele precisa arregaçar as mangas e botar a mão na massa, mesmo que se considere fino demais para o corpo a corpo político. Aqui o líder francês tem algo a aprender com a chanceler federal Angela Merkel: não deixe o poder subir à cabeça e mantenha os pés no chão. Do contrário, ele poderá fracassar já no primeiro mandato.

BLÁ BLÁ | Cavaco e a realidade, uma relação difícil


Antigo Presidente da República regressa para repetir argumentos de sempre

Cavaco Silva regressou aos palcos do PSD para repetir a velha teoria das inevitabilidades. A «aula» desta quarta-feira devia ter sido dedicada aos «jovens e a política», mas o antigo primeiro-ministro e Presidente não se desviou da sua mais antiga tese.

homem que, entre 1985 e 2016, esteve durante 20 anos na chefia do governo (1985-1995) e na Presidência da República (2006-2016) foi o convidado desta manhã da «Universidade de Verão» do PSD, para falar sobre «os jovens e a política: quando a realidade tira o tapete à ideologia».

Cavaco Silva aproveitou o regresso ao palco de uma iniciativa do seu partido para retomar o discurso revanchista que foi repetindo, particularmente, nos últimos meses do seu mandato como Presidente da República. «A realidade acaba sempre por derrotar a ideologia», sustentou, para concluir que não há outro rumo que não seja a submissão à União Europeia e às suas imposições.

O espectro da «revolução socialista»

Referindo-se ao que caracteriza como «alguns devaneios revolucionários», o antigo presidente do PSD contrapôs o cumprimento das «regras europeias de disciplina orçamental» como caminho único perante a sua percepção da realidade.

Uma percepção que, ao longo do discurso, se revela substancialmente distorcida pela lente com que o distinto executor das «regras europeias» observa a realidade. Cavaco Silva chega a falar «dos que, no governo, querem realizar a revolução socialista», após elencar dois dos «três casos» na União Europeia: a Grécia, onde o Syriza governa, e a França, onde o PS governou até Maio deste ano – ostensivamente, não nomeou o terceiro «caso».

Se o Partido Socialista francês é insuspeito em matéria de cumprimento das «regras europeias» – tal como o PS que ocupa o Governo português –, o Syriza grego pode ter iludido sectores à esquerda, mesmo fora da Grécia, mas que rapidamente deixaram de posar ao lado de Tsipras.

As saudades do «arco da governação»

Cavaco Silva foi um dos mais ferozes opositores – e dos que mais fizeram para evitar – a actual solução política portuguesa, saída das posições conjuntas subscritas pelo PS com o BE, o PCP e PEV após as eleições de 4 de Outubro de 2015. No seu canto do cisne, empossou Passos Coelho para formar um novo governo de coligação entre o PSD e o CDS-PP, que acabou derrotado na Assembleia da República, depois da derrota nas urnas.

A mensagem que o anterior Presidente da República deixou para os jovens foi de conformismo – o cumprimento das imposições do directório que dirige a União Europeia é, para Cavaco, um dogma, doa o que doer. Regressando ao primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, usou a sua resposta, numa entrevista recente ao The Guardian, sobre uma eventual saída do euro, para a classificar como «ir para outra galáxia», ou «o delírio e a ignorância».

O poder como coutada dos fiéis ao euro

A passagem de Cavaco Silva pela iniciativa do seu partido serviu, essencialmente, para recuperar a sua comunicação ao País, após as eleições de 2015, em que argumentou contra a actual solução política. Na altura, colocou os «compromissos internacionais» no quadro da União Europeia e da NATO acima dos interesses nacionais e dos resultados eleitorais.

Quase dois anos depois, o ex-Presidente continua zangado com o travão imposto à política de cortes nos direitos e rendimentos protagonizado pelos anteriores governos, e recupera os mesmos argumentos com que, enquanto governante, animou as privatizações e colocou o País na rota da moeda única.

AbrilAbril | editorial | Foto: Nuno Veiga / Agência Lusa

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Portugal | CAVACO SILVA, MÚMIA QUE NEM PIA, SÓ CHIA... E ZURRA





Cavaco faz tanta falta a Portugal como uma viola num enterro, diria a minha avó naqueles termos antigos e objetivos no dizer. Já João Vieira Pereira, no Expresso Curto refere que “a oposição ganhou uma nova voz. Cavaco Silva marcou a rentrée política.” Foi? E credibilidade do sujeito qual é? Ora experimentem lá a fazer uma sondagem.

Disse Cavaco que  “a realidade tira sempre o tapete à ideologia”. Pois. Ele lá sabe por experiência própria, de PIDE passou a democrata (da treta).

Cavaco nem vale a tinta, o tempo, nem a cabeça dos dedos que se possa gastar sobre ele.

Ele não pia, chia. Aliás, mostra que tem as cordas vocais cada vez mais parecidas com as de Salazar, como se não bastasse o resto…

Vão para o Curto. Boa beberricagem.

MM | PG

Diga olá ao novo líder da oposição

João Vieira Pereira - Expresso

Se dúvidas houvesse da importância do animal político que é Cavaco Silva ficaram sanadas com o impacto das suas declarações proferidas na Universidade de Verão do PSD. Cavaco estava fora dos holofotes mediáticos há muito tempo, mas regressou com estrondo. Escolheu a dedo os seus alvos, colocou a metralhadora em riste e disparou.

E eis que do nada — na primeira fila Passos Coelho assistia — a oposição ganhou uma nova voz. Cavaco Silva marcou a rentrée política com um verdadeiro discurso anti-governo completamente inesperado.

De propósito, ou não, Cavaco assumiu o papel de líder de oposição, se só por momentos ninguém sabe, atacando de forma direta o Governo e os partidos da geringonça.

Com um “acabam por perder o pio ou fingem apenas que piam”, fez questão de colar António Costa, e a sua “revolução socialista”, à estratégia de Alexis Tsipras e François Hollande, como exemplo de políticos que defendem o impossível e que acabam por recuar quando a realidade lhes bate à porta: “a realidade tira sempre o tapete à ideologia”.

As críticas ao Governo continuaram no campo económico, atacou a política do Governo que mantém Portugal “cinco pontos acima da carga fiscal média dos países do sul e do leste da UE" e a despesa pública “quatro pontos percentuais acima da de Espanha”, as políticas orçamentais, o “aumento de impostos indiretos que anestesiam os cidadãos”, o corte no investimento, as cativações que “deterioram os serviços públicos” e até “a contabilidade criativa” como forma de dar a volta à disciplina orçamental.

PORTUGAL | Ex-governante diz serem "falsas" declarações de Cristas sobre florestas



O antigo secretário de Estado das Florestas Rui Barreiro apelidou hoje de "falsas" afirmações da antiga ministra da Agricultura Assunção Cristas sobre as florestas e sapadores e pediu "sensatez" nas declarações políticas.

Rui Barreiro, que foi secretário de Estado das Florestas no último Governo de José Sócrates (quando o ministro foi António Serrano), referia-se a declarações à Lusa da dirigente do CDS-PP na qualidade de antiga ministra da Agricultura e do Mar (2011-2015), quando disse que encontrou ao chegar ao Governo um setor florestal desprezado, com os fundos comunitários desadequados e baixa execução.

"É completamente falso. Resolvemos todos os problemas sobre financiamento comunitário, alterámos as regras do ProDer (programa de desenvolvimento rural), e quando Assunção Cristas tomou posse tudo estava resolvido e manteve todas as decisões que tomámos sobre o ProDer. Veio a beneficiar do trabalho do último Governo de José Sócrates", disse Rui Barreiro à Lusa.

E sobre a antiga ministra dizer que ao chegar ao Governo não tinha havido nenhum investimento nos sapadores o antigo responsável pelas florestas salientou que foi por proposta sua que foi alterado o meio de financiamento dos sapadores florestais, que eram financiados pelo Orçamento Geral do Estado e passaram a sê-lo pelo Fundo Florestal Permanente, o que ainda hoje acontece. "Foram criadas equipas e preparado concurso para criar mais 20", afirmou.

Na entrevista à Lusa Assunção Cristas disse que gostaria de ter ido "mais longe" na aprovação e concretização do funcionamento do cadastro florestal, tema que chegou a ser discutido, mas "entendeu o Governo que estava demasiado em cima das eleições para aprovar uma legislação tão relevante". Porém "ficou tudo pronto", disse a antiga ministra.

Rui Barreiro contesta, considerando que "estava preparada legislação para iniciar um projeto-piloto com alguns municípios. O novo Governo (no qual Cristas foi ministra) meteu na gaveta esse projeto-piloto".

Um projeto-piloto de cadastro florestal vai iniciar-se com o atual Governo.

Lusa | em Notícias ao Minuto

Portugal | DESCULPAS? PEÇA-AS PASSOS COELHO



Mariana Mortágua | Jornal de Notícias | opinião

Foi em janeiro de 2015, Passos Coelho era ainda primeiro-ministro. Durante um debate quinzenal, na sequência do descalabro do BES e da ruinosa fusão com a brasileira Oi, Catarina Martins apresentou a proposta do Bloco de Esquerda para a situação crítica que a PT vivia: juntar os votos do Novo Banco e do fundo da Segurança Social aos dos pequenos acionistas para travar a venda da PT à Altice. A resposta de Passos veio rápida e perentória: o Governo não se mete em negócios de privados. Mesmo quando os interesses dos privados são contrários aos interesses do país e dos trabalhadores? - retorquiu Catarina Martins. E a resposta manteve-se.

O negócio avançou e hoje conseguimos avaliar as verdadeiras consequências da irresponsabilidade do anterior Governo perante uma das mais importantes empresas do país. Em causa, primeiro, esteve o investimento que se perdeu e, agora, os direitos de centenas de trabalhadores.

O relatório da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) é devastador para a Altice, ao reportar "a existência de comportamentos repetidos, indesejados e humilhantes com potencial para causar danos na integridade moral da pessoa visada" bem como "evidências da existência de situações de assédio", que podem levar a empresa a pagar cinco milhões de euros de multas. Quanto ao mecanismo (i)legal utilizado para os despedimentos - a transmissão de estabelecimento - a ACT afirma que a sua utilização é matéria judicial, devendo pois ser avaliada pelos tribunais.

Perante este relatório, qual foi a reação de Passos Coelho? Instar a Altice a retratar-se? Não. Uma nota de preocupação para os trabalhadores vítimas de assédio? Também não. O líder do PSD veio desafiar o Bloco de Esquerda a pedir desculpa por supostas acusações falsas à Altice.

É preciso dizer, em primeiro lugar, que o relatório da ACT não rejeita as acusações do Bloco, apenas as remete para tribunal. Mas, o que é de realçar, é o imenso e insultuoso desinteresse de Passos pelos trabalhadores da PT. Ao defender os interesses da Altice acima do abuso laboral, o líder do PSD deixou claro até onde pode ir para "não se intrometer em negócios privados", e esse sítio é a total selvajaria laboral. Nada que os seus anos como primeiro-ministro não tivessem já demonstrado.

Este Governo tem obrigação de falar e fazer diferente. Tem o dever de interpretar a lei para proteger os trabalhadores, os da Altice tal como os de todas as empresas que, inspiradas, utilizem o mesmo expediente. Se não o fizer, o primeiro projeto que o Bloco de Esquerda agendará na Assembleia da República será a clarificação legal que protege os trabalhadores da PT. E não, dr. Passos Coelho, não pedimos desculpa por isso.

Deputada do BE

Autoeuropa | ATAQUE DE MULTINACIONAIS RECRUDESCE. NÃO ACONTECE POR ACASO



A Autoeuropa hoje produziu zero. Esteve parada. O motivo foi a greve dos trabalhadores, que contestam o trabalho ao sábado decretado pela administração da empresa sem ouvir os trabalhadores e assumindo uma atitude irredutível após constatar a discordância daqueles por motivos absolutamente justificáveis, que se relacionam com a vida familiar, a saúde, o trabalho excessivo sem descanso, etc.

A seguir incluímos uma breve reportagem da TSF na recolha de declarações de trabalhadores da Autoeuropa. Antes fazemos referência a manipulações de números da greve em que os representantes dos trabalhadores não entram no jogo. 

Diz a administração que a adesão à greve foi de 41 por cento de trabalhadores. Porém reconhece a paralisação total da fábrica, a paralisação da linha de montagem. De tudo e da produção zero de hoje. Provavelmente estava a referir-se a escriturários, gestores, administradores e afins… que não fizeram greve. Porém, sem os que produzem tudo pára.

Logo de manhã a TSF indagou da opinião de Torres Couto, antigo secretário-geral da UGT, e de outros que à priori  sabemos ser insufláveis da alta finança e muito pouco representantes da defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores. Claro que Torres Couto repegou no papão CGTP e PCP, o que não demonstrou foi estar contra o aumento das horas de trabalho, a alteração de horários que prejudicam de vários modos a vida familiar dos que ali trabalham, etc. Couto, um próadministrações bem pago, que se diz sindicalista… E também socialista… Pois.

O sucesso da Autoeuropa está nas capacidades e qualidades dos seus trabalhadores. Qualquer ataque da administração ao bem-estar familiar e de saúde (entre outros itens) dos trabalhadores, acaba por também ser nocivo para a empresa. Mas parece que a administração quer impor a ditadura destes tempos neoliberais-fascizantes que apostam tudo no esclavagismo e no desprezo pela humanidade.

O ataque concertado das multinacionais vai recrudescer e todos nós vamos ver. Não acontece por acaso. Portugal demonstrou nestes quase dois anos que a "crise" não justificou o debulho e roubo de direitos, liberdades e garantias que os governos da UE puseram em prática, principalmente a troika e a "trika" nacional Cavaco-Passos-Portas. (PG)

GREVE NA AUTOEUROPA

"A família é que sofre. Trabalhar ao sábado será como viver num hostel"

Estão colocados em turnos diferentes mas, em geral, os casais que trabalham na Autoeuropa só se conseguem ver ao fim de semana.

Daniela Costeira está casada há 11 anos e trabalha na Autoeuropa há seis, tal como o marido. Lamenta só ter vida ao fim de semana, essencial para estar com os dois filhos, de 10 anos e 10 meses. "Esta história de trabalhar ao fim de semana está fora de questão".

Outro caso idêntico é o de Rui Fernandes, cuja mulher também trabalha na Autoeuropa. "Com as novas regras propostas é a vida familiar que sofre. Afeta bastante, deixamos de nos ver, porque seria ao fim de semana que nos encontrávamos. Tendo só o domingo e um dia de semana que nunca vai ser o mesmo, praticamente deixo de ver a minha mulher. É como viver num hostel. Para quem tem casais e filhos a situação é difícil. Imaginemos que temos de pagar a uma ama ao sábado, ao final do mês esse casal vai perder muito dinheiro."

Sara de Melo Rocha e Jorge Garcia | TSF

terça-feira, 29 de agosto de 2017

EM ANGOLA HÁ ELEIÇÕES, MAS NÃO HÁ DEMOCRACIA



Angola é um dos regimes mais corruptos do mundo. Disso dão nota os indicadores internacionais, como o Índice de Percepção da Corrupção da Transparency International, em que o país surge num vergonhoso 164º lugar, em 176 avaliados – o 13º pior do mundo!

Paulo de Morais | opinião

Prova de corrupção em Angola é também a obscena fortuna da família Dos Santos, com a sua filha Isabel à cabeça, uma das mulheres mais ricas do mundo, que ostenta diariamente no Instagram, a riqueza que partilha com o congolês Sindika Dokolo. A riqueza estende-se a toda a família, à irmã de Eduardo dos Santos, Marta, aos filhos e sobrinhos.

Aliás, todos os que gravitaram à volta de Eduardo dos Santos nas últimas décadas ficaram multi-milionários, à custa de sugar os recursos naturais (petróleo, diamantes e outros), de destruir bancos como o BES (Angola), que concedeu empréstimos sem garantias a toda a cúpula do MPLA, inclusive ao próprio presidente anunciado, João Lourenço; e graças a muitas outras edificantes actividades que depauperaram o país e hipotecaram o seu futuro.

Mas o testemunho mais doloroso de toda esta corrupção são as crianças que morrem na rua, numa pátria que lhes é madrasta e que, apesar do seu petróleo e dos seus diamantes, possui o pior indicador mortalidade infantil do mundo, com o aterrador score de 156/1000. A este indicador de pobreza junta-se uma esperança média de vida de apenas 52 anos. Em suma, um povo em sofrimento, uma sociedade em extinção.

Com a corrupção a dominar o regime, Angola vê destruído o seu Estado de Direito. E um estado que não é de direito não é, obviamente, democrático. Pelo que Angola não é uma democracia.

As eleições de amanhã serão assim apenas uma legitimação formal da escolha, por parte de Eduardo dos Santos, do regente João Lourenço. A sua legitimidade é nula e semelhante à dos actos eleitorais nos anos terminais de vigência do regime fascista colonizador; à época, organizava-se um acto eleitoral formal e, no final, vencia a União Nacional no poder e reforçava-se o ditador. Era esse o regime contra o qual o MPLA genuíno de então lutava; mas que o actual MPLA decrépito – e abastardado por uma geração de líderes corruptos – optou por imitar.


Eleições 2017: Fraude como "modus operandi" não é surpresa em Angola, diz investigadora



ENTREVISTA

É a opinião de Paula Roque, que considera que Angola nunca teve eleições livres, justas e transparentes.

Depois da Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE), o Partido de renovação Social (PRS) admitiu, esta terça-feira (29.08), impugnar os resultados das eleições.

"Com certeza da nossa parte poderemos mesmo impugnar os resultados dessas eleições. Se não houver correção e demonstrações de como os resultados apareceram não estamos em condições de reconhecer esses resultados", afirmou Benedito Daniel, presidente do PRS.

A UNITA já anunciou também que não considera válidos os resultados e apelou à CNE que cesse a divulgação dos mesmos. A oposição efetua uma contagem paralela dos votos.

Assim, Angola está em fase de transição, mas uma transição que está em suspense. O país aguarda os resultados definitivos das eleições gerais de 23 de agosto – que, para já, atribuem a vitória de 61% ao MPLA. A UNITA obteve 26,72%, a CASA-CE 9,5% e o PRS 1,33% dos votos.

Em entrevista, a investigadora independente Paula Roque não descarta a hipótese de fraude nas eleições.

DEPOIS DA BATOTA ELEITORAL OS MESMOS TRUQUES PARA ESCAPAREM A EXPLICAÇÕES?



Fernando Vumby | opinião

Por aquilo que conheço do MPLA já sei que os dirigentes vão tentar aplicar à oposição e ao povo no geral uns tantos truques de bandidagem, novos e velhos, para tentarem escapar a dar explicações convincentes sobre porque razão não aceitam a estrondosa derrota que sofreram.

Eles acreditam serem tão espertos que desta maneira, com todo este trungungo nos podem deixar perdidos no escuro.

Se fossem sérios e responsáveis até poderiam aceitar a derrota dando deste modo provas de maturidade - o que não acredito porque não existe nenhuma exceção entre eles. São todos iguais no pensamento e nas ações. 

Só isto justifica o facto de até agora todos eles dançarem a mesma música da batota e estarem solidários uns com os outros no cometimento de mais um acto criminoso à sua conta.

Fórum Livre Opinião & Justiça | Fernando Vumby

UNITA vai recorrer para o Tribunal Constitucional sobre resultados nas eleições angolanas



A UNITA afirmou hoje que apenas três comissões provinciais eleitorais (CPE) respeitaram até ao momento a lei, sobre o apuramento dos resultados das eleições gerais angolanas de 23 de agosto, garantindo que vai recorrer para o Tribunal Constitucional.

Segundo um comunicado do secretariado executivo da comissão política da UNITA enviado à Lusa, aquele partido refere que apenas as CPE de Cabinda, Uíge e Zaire "respeitaram a lei", no que toca ao recurso à "totalidade das atas das operações emitidas em todas as mesas de voto", de cada província, para o respetivo apuramento provincial, que antecede o escrutínio nacional, conforme prevê a lei eleitoral.

"Aliás, sem a centralização dos resultados provinciais, nos termos do artigo 131.º da referida lei, não pode haver resultados definitivos, imperativos para a distribuição de mandatos", refere a UNITA.

No caso de Cabinda, o MPLA garantiu dois deputados, os mesmos que a coligação CASA-CE, e a UNITA elegeu um, enquanto no Uíge o MPLA conquistou quatro mandatos contra um da UNITA. Já no Zaire, o MPLA garantiu três deputados, ficando os dois restantes (cada província elege cinco deputados) para UNITA e CASA-CE.

Além destas três províncias, o partido do "galo negro" refere que o mesmo procedimento está agora em curso também nas províncias do Bié, Huíla e Cuanza Sul, enquanto as CPE do Cunene, Namibe, Cuando Cubango, Huambo, Lunda Sul, Lunda Norte, Moxico e Luanda "continuam a trilhar os caminhos da violação da lei, em obediência a ordens obscuras".

"Com a clara intenção de impor um outro resultado", acusa a UNITA.

ANGOLA | Merecer a confiança do povo



José Ribeiro* | Jornal de Angola | opinião

Clarificada que foi, democraticamente, a correlação de forças políticas no país, importa agora pedir a todos que respeitem as instituições nacionais e a vontade do povo soberano expressa nas urnas.
Os resultados provisórios divulgados até aqui pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) estão em consonância, no essencial, com a tendência para a qual apontavam as diversas sondagens eleitorais e estudos de opinião publicados antes da votação, não sendo agora o caso de quem perdia veio a ganhar ou de quem ganhava veio a perder.

A CNE, um órgão independente que tem representantes de todos as formações concorrentes, entrou na fase final de apuramento dos resultados eleitorais. A Lei Orgânica sobre Eleições Gerais estabelece que as Comissões Provinciais Eleitorais (CPE) têm sete dias para apuramento dos resultados provinciais e que o presidente da CNE, no prazo de 15 dias desde a votação, anunciará os resultados definitivos das eleições. Até aí os partidos políticos têm a oportunidade de colocar as suas reclamações de modo a serem esclarecidas. A Constituição Angolana, a que recorremos quando queremos defender os nossos direitos, diz expressamente que “a República de Angola é um Estado democrático de direito que tem como fundamentos a soberania popular, o primado da Constituição e da lei, a separação de poderes e interdependência de funções, o pluralismo de expressão e de organização política e a democracia representativa e participativa”. Diz ainda a Constituição que “a República de Angola promove e defende os direitos e liberdades fundamentais do homem, quer como indivíduo quer como membro de grupos sociais organizados, e assegura o respeito e a garantia da sua efectivação pelos poderes legislativo, executivo e judicial, seus órgãos e instituições, bem como por todas as pessoas singulares e colectivas”.

O MUNDO CONTRA OS TESTES NUCLEARES



Jornal de Angola | editorial

Comemora-se hoje em todo o mundo o Dia Internacional Contra Testes Nucleares, numa altura em que a humanidade experimenta situações preocupantes com os casos de insegurança e fugas em algumas centrais nucleares, bem como a realização de testes nucleares.

Institucionalizada em Dezembro de 2009 através de uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), a data constitui um marco importante para a reflexão, mobilização e acção no sentido inverso da “nuclearização” dos Estados. Trata-se de um desafio que a humanidade continua a enfrentar para que a sensibilização, a educação e a mobilização faça parte da agenda dos Estados-membros da ONU, das organizações intergovernamentais e de activistas. Desde há 70 anos, à medida que os Estados detentores de armas nucleares repetidas vezes realizam ensaios, os danos irreparáveis continuam desastrosos e fatais.

O alerta para que a humanidade desperte e caminhe para uma direcção que inviabilize os ensaios nucleares devem continuar de forma enérgica, muito para além das resoluções, campanhas de sensibilização e de educação.

Não há dúvidas de que os encontros de líderes mundiais, simpósios, conferências e exposições são iniciativas relevantes porque contribuem para chamar a atenção mundial para esta causa, que é de toda a humanidade.

BRASIL: UM BARCO À DERIVA





É uma vergonha internacional termos chegado a este ponto, depois de conhecermos a admiração de tantos outros países pelas políticas corajosas

Leonardo Boff *, do Rio de Janeiro | Correio do Brasil | opinião

A gravidade de nossa crise generalizada nos faz sentir como um barco à deriva, entregue à mercê dos ventos e das ondas. O timoneiro, o presidente, é acusado de crimes, cercado de marujos-piratas, em sua maioria (com nobres exceções) igualmente, corruptos ou acusados de outros crimes. É inacreditável que um presidente, detestado por 90% da população, sem nenhuma credibilidade e carisma, queira timonear um barco desgovernado.

Nem sei se é obstinação ou vaidade, elevada a um grau estratosférico. Mas, impávido, continua lá no palácio, comprando votos; dispensando benesses, corrompendo já corruptos para evitar que responda junto ao STF a pesadas acusações que lhe são imputadas. É praticamente prisioneiro de si mesmo; pois por onde aparece em público, ouve logo o grito: “fora, Temer”.

É uma vergonha internacional termos chegado a este ponto, depois de conhecermos a admiração de tantos outros países pelas políticas corajosas feitas em favor das grandes maiorias empobrecidas graças aos governos progressistas Lula-Dilma.

Operação militar do Brasil com EUA na Amazônia tem Venezuela como alvo



Brasil 247

Em novembro, uma tropa do Exército dos Estados Unidos vai participar de um exercício militar inédito, com duração de dez dias, na tríplice fronteira amazônica entre Brasil, Peru e Colômbia, do qual participarão também os dois últimos países. Em maio, o Ministério da Defesa informou que a iniciativa e o convite partiram do Brasil. Mas, segundo artigo do jornalista venezuelano Manuel José Montañez, a operação foi uma imposição americana ao governo de Temer, através do embaixador Peter McKinsey, com vistas ao estudo do teatro de operações no sul da Venezuela; o articulista menciona ainda uma resistência do comandante do Exército brasileiro, general Vilas-Boas , ao modelo da operação, que por isso estaria enfrentando pressões para renunciar ao posto.

Em novembro, uma tropa do Exército dos Estados Unidos vai participar de um exercício militar inédito, com duração de dez dias, na tríplice fronteira amazônica entre Brasil, Peru e Colômbia, do qual participarão também os dois últimos países. Em maio, o Ministério da Defesa informou que a iniciativa e o convite partiram do Brasil. Mas, segundo artigo do jornalista venezuelano Manuel José Montañez, publicado no sitewww.Aporrea.org , a operação foi uma imposição americana ao governo de Temer, através do embaixador Peter McKinsey, com vistas ao estudo do teatro de operações no sul da Venezuela. O objetivo não seria uma invasão militar mas o estímulo à ocupação de uma porção do território venezuelano por narcotraficantes, mercenários e "forças irregulares" que atuam na região da Cabeça do Cachorro , na tríplice fronteira Brasil-Colômbia-Perú, abrindo caminho para a criação de uma "zona ocupada", no mesmo modelo que foi aplicado na Líbia, para desestabilizar o governo Kadafi, e depois na Síria.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

PORTUGAL | Venham lufadas de ar fresco



Manuel Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Vamos caminhando para o fim de um verão carregado de tragédias e ventos estiolantes. Diversificados descuidos humanos, a persistência em políticas centradas em objetivos de lucro ou ganhos políticos imediatos, o abandono de valores democráticos na organização da sociedade e do trabalho em contínuas cedências ao neoliberalismo, são as causas fundamentais do duro sofrimento que os povos (incluindo o português) experimentam neste delicado período histórico que vivemos.

Ao iniciarmos um novo ano de trabalho, há que buscar lufadas de ar fresco que reponham esperança e confiança no futuro. A discussão do Orçamento de Estado (OE) deve ser feita com esse objetivo, o que pressupõe uma identificação profunda entre o que se inscreve no OE e as políticas propostas para tratar dos problemas concretos das pessoas, das empresas e organizações, da sociedade no seu todo.

Há setores da economia que têm andado bem mas mostram défices que urge tratar. A ideia de o desenvolvimento do país poder assentar na monocultura do turismo e do imobiliário vem sendo demasiado tolerada e assenta muito no prosseguimento de políticas de baixos salários. Nas últimos meses, escutei, em várias zonas do continente e na Madeira, queixas de empresários sobre o "esgotamento da mão de obra disponível", designadamente no subsetor da restauração. Isto só é possível por duas razões: não existência de suficiente valorização do trabalho aí prestado e atraso na definição de novas estratégias empresariais, face às possibilidades do setor.

QUATRO “PÉROLAS” DO PORTUGAL RESSABIADO, SEM TIRAR NEM PÔR




Mário Motta, Lisboa

Neste mês de Agosto temos trazido muito pouco sobre Portugal ao Página Global, isso repete-se hoje. Para remediar vamos oferecer-lhe quatro “pérolas” com mau odor do Portugal ressabiado, inseridas nos títulos da informação online, basicamente no Notícias ao Minuto. Escolhemos intencionalmente uns títulos que poderá visitar e melhor se inteirar sobre o que preenchem.

Começamos com Duarte Marques, do PSD, deputado, antes pinchador e abana bandeiras em tom laranja. Disse ele: “Suspeitas de fogo posto dão jeito a muita gente”

Pois claro, senhor Duarte, imberbe e arraçado de potencial ignorante. Não será de seu tempo mas a direita do pós 25 de Abril de 1974 produziu muitos incendiários e bombistas para desestabilizar o país… Indo mais perto e por bem rebuscámos a definição de quem é Duarte Marques. Quase que dizem em Luso PT que o sujeito é clone de Passos Coelho, mas que desses há lá muitos. E então saibam quem é quem: 

"Duarte Marques é deputado na Assembleia da República, eleito pelo PSD. É também uma figura que o partido pretende lançar para a fila da frente, já que se trata de alguém que tem aparecido muito nos meios de comunicação social. É, sem dúvida, uma aposta do seu partido. E isso não é de admirar, não senhor. Duarte Marques espelha na perfeição a cultura do seu partido. É superficial. É perito em afirmar o que quer que lhe venha à cabeça, sem nunca sustentar as afirmações. É obcecado pelo partido socialista. É perito em distorcer a verdade com singular superficialismo. É mentiroso. Inculto. Abestalhado. É um perfeito laranja podre."

Bem damos pelo odor a podridão.


Claro que sim. Para fazer de Portugal uma imensa plantação de eucaliptos? Ir mais longe para poder rezar por muito mais tempo? Para quê? Bem, não vale fazer mais campanha eleitoral aproveitando-se das desgraças, dos fogos, das vítimas… Esse vale tudo é hediondo, senhora.


O fulano é um exagerado, mentiroso, manipulador, frustrado, perigoso. De vómitos. Lá está ele, um produto made in PSD que clona Passos Coelho a eito. E depois dá no que dá, vide Duarte Marques e outros. De salientar ainda que para Passos dar é palavra desagradável, proibida. O contrário acontece com tirar, que é uma das suas palavras preferidas sempre que corresponde a tirar ao povo, aos que trabalham. Conforme o fez por quatro anos de péssima memória.

Em Castelo de Vide vai acontecer um evento do PSD: Universidade de Verão do PSD terá Cavaco como 'cabeça de cartaz' 

Cavaco ainda mexe. Lemos mal e foi selecionado este título que em nada interessa. Fica aqui por ser “curioso” e versar a realidade daquela cabeça. O que lemos assim de repente foi: “terá Cavaco como cabeça p’ra trás”. Certamente de cabeça no tempo em que ele era um salazarista convicto e um PIDE atarefado a informar em “defesa do estado”… fascista. Um bufo, sem tirar nem pôr.

Timor-Leste | Casal português está chocado por condenação em Díli num processo de "mentira"



Díli, 24 ago (Lusa) - Um casal de portugueses condenado hoje a oito anos de prisão por um tribunal timorense declarou-se "chocado" com a sentença, num processo que dizem ter-lhes roubado três anos de vida, saúde, estabilidade económica e o bem-estar da família.

"Esta mentira roubou não só a nossa vida, como também a vida das nossas crianças, a vida da nossa família, mas também a confiança das pessoas que amam este país", escrevem Tiago e Fong Fong Guerra numa mensagem enviada à Lusa.

"Nada temos para devolver a Timor-Leste. Porque nada roubámos, não temos nem nunca tivemos em nossa posse nenhum valor nem nada que pertença a Timor. Tudo o que temos e tivemos é do conhecimento do tribunal, comprovado por documentos emitidos pelas devidas entidades e autoridades", notam ainda.

A mensagem enviada por correio eletrónico é a primeira reação do casal depois de um coletivo de juízes do Tribunal Distrital de Díli os ter condenado a oito anos de prisão efetiva e ao pagamento de uma indemnização de 859 mil dólares por peculato.

O casal está retido há quase três anos em Díli impossibilitado de sair do país tendo vivido a quase totalidade desse período - enquanto aguardavam pelo julgamento - longe dos filhos que estão com os avós em Portugal.

"A Justiça Timorense já nos tirou três anos de vida, a nossa saúde, a nossa estabilidade emocional e económica e, principalmente, o bem-estar da nossa família e dos nossos filhos", escrevem.

Na nota o casal considera-se bode expiatório num processo em que "a verdade deixou de ser relevante" e em que por ser "preciso culpa alguém" se escolheram os dois portugueses.

Tiago e Fong Fong Guerra, que assinam a declaração, explicam que sempre confiaram que o Tribunal de Díli "veria claramente que a história criada pelo Ministério Público não corresponde à verdade", como dizem ter-se demonstrado no julgamento.

"Nenhuma prova incluída no processo, nem nenhuma testemunha corroborou a tese criada pelo Ministério Público ou confirmou qualquer dos factos que alega. Somos inocentes e o tribunal tem em sua posse as provas dessa inocência", escrevem.

O casal Guerra diz que nos últimos anos sempre fez tudo para colaborar com a justiça, fornecendo todos os documentos que comprovam a sua inocência, acabando por ser confrontados com uma sentença que "segue exatamente a história montada pelo Ministério Público, nuns casos ignorando as provas documentais e, noutros, fazendo interpretações dos documentos sem qualquer sentido".

"Esta decisão do tribunal de Díli é chocante para nós. Temos a forte sensação que estamos a ser acusados, perseguidos e discriminados por termos tido a má sorte de nos cruzarmos com um burlão profissional que a todos enganou, incluindo a nós, e é preciso um bode expiatório", refere, confirmando que vão recorrer do caso.

Os dois portugueses foram julgados pelos crimes de peculato, branqueamento de capitais e falsificação documental sendo central ao caso uma transferência de 859 mil dólares (792 mil euros), feita em 2011 a pedido do consultor norte-americano, Bobby Boye.

Boye foi um consultor pago pelo governo norueguês e posteriormente pelo governo timorense e que chegou a ser coarguido neste processo.

O tribunal deu como provado todos os factos da acusação considerando que os arguidos pretendiam com esta operação apropriar-se do dinheiro, dissimulando-o como fundos próprios para exonerar-se da sua responsabilidade criminal.

Considerando falso o alegado conluio com Boye, o casal diz que ter sido "enganado e usado" pelo consultor, da mesma forma que foram os Governos da Noruega e de Timor-Leste.

"O mais inacreditável é que, segundo os autos do processo, quem apresentou a denúncia deste caso ao Ministério Público foram as mesmas pessoas responsáveis pelo contrato de Bobby Boye, que junto com outros funcionários do Ministério das Finanças estavam informadas sobre tudo o que ele fazia, enquanto nós nada soubemos do que se passava até tudo vir a público. Como é possível sermos nós, que nada sabíamos, acusados e condenados?", escreve, referindo-se a um processo que consideram "kafkiano".

ASP // EL

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E ainda histórico sobre Timor-Leste

MACAU: Dois tufões em quatro dias, 10 mortos e 200 feridos, muita destruição



Governo de Macau cria comissão de resposta a catástrofes após tufão Hato

O Governo de Macau criou hoje uma comissão de resposta a catástrofes, na sequência da passagem do tufão Hato, que causou dez mortos, mais de 200 feridos e um rasto de destruição.

Num despacho publicado, em Boletim Oficial, pelo chefe do Executivo, "é criada a Comissão para a Revisão do Mecanismo de Resposta a Grandes Catástrofes e o seu Acompanhamento e Aperfeiçoamento".

A comissão tem como objetivo "rever o atual mecanismo de gestão de crises, designadamente a previsão meteorológica, a coordenação dos trabalhos de proteção civil, a coordenação da divulgação de informações, bem como o estado das respetivas infraestruturas".

Além disso, a comissão terá como função "apresentar um plano geral sobre a gestão de crises no futuro, visando potenciar os efeitos sinergéticos da gestão de crises, designadamente no que respeita à uniformização do planeamento, da ação e da divulgação de informações, como forma de elevar a capacidade de resposta a crises, e assim, proteger efetivamente a segurança da vida e dos bens dos residentes".

Segundo o despacho, a comissão vai rever o impacto dos danos causados pelo Hato, o tufão mais forte em 50 anos, que atingiu Macau na quarta-feira e causou centenas de incidentes, incluindo quedas de árvores, de reclames, andaimes e inundações. Quatro dias depois, o território voltava a sentir uma nova tempestade, o Pakhar, que causou oito feridos.

Será também função desta comissão reforçar "o grau de atenção dispensada para a consciencialização de crises na sociedade" e as "capacidades em termos de previsões meteorológicas atempadas e precisas", entre outras tarefas.

A comissão é presidida pelo chefe do Executivo e composta pelos cinco secretários, pelo comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários e o diretor-geral dos Serviços de Alfândega.

ISG // EJ | Lusa

MOÇAMBIQUE | Por quê tanto “protecionismo”?



@Verdade | Editorial

Quando o Presidente da República, Filipe Nyusi, nas suas habituais e infrutíferas visitas às instituições públicas ou/e de Estado, a esperança era de que alguma coisa seria feita de modo a tirar nas instituições visitadas do marasmo em que se encontra. Note-se que, em mais uma das visitas, o Chefe de Estado encheu a boca para dizer que é preciso quebrar o mito que as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) são a companhia de bandeira. Porém, pelos últimos acontecimentos tudo indica que não passou de mais uma conversa para os jornalistas anotarem e reportarem.

O Governo moçambicano, pois, continua a fazer vista grossa para a preocupante situação em que as LAM se encontram mergulhada há vários anos. A cada ano que se passa a situação tende a ficar pior a todos os níveis. O exemplo mais revoltante e irresponsável e que de certo modo mostra a incompetência, é o facto de recentemente o Governo ter avalizado, mais um, empréstimo de mais de meio bilião de meticais para a empresa restaurar as suas operações e apoiar a tesouraria, ascendendo, assim, a 5,1 biliões as dívidas das LAM à banca nacional.

As LAM são, sem dúvidas, campeãs em dívidas e problemas. Não é apenas a má gestão que caracteriza a dita companhia de bandeira. A empresa debate-se com problemas relacionados com atrasos de voos, cancelamentos sem nenhuma explicação, e os problemas mecânicos (as desculpas que têm sido mais invocadas) nos aparelhos das LAM que se transformaram no pão de cada dia.

É sabido que há sensivelmente dois anos as LAM encontravam- se em situação de falência técnica, tendo parado de pagar aos seus fornecedores entre 2014 e 2015 acumulando dívidas superiores a 1,6 bilião de meticais. Essa realidade parece não ser argumento suficiente para que o Governo moçambicano tome medidas com vista reverter a situação que, a breve trecho, estará numa situação insustentável.

Mas, por as LAM tratarem-se de uma vaca leiteira das figuras ligadas ao partido Frelimo, o Governo da Frelimo continua a endividar o Estado de modo a “mamar” tranquilamente à custa do sofrimento do povo moçambicano. Tudo indica que o Executivo de Nyusi está à espera de uma fatalidade para tomar medidas sérias.

Como já referimos noutras ocasiões, um Governo que respeita os seus cidadãos e que se preocupa com o seu bem-estar já teria intervencionado nas Linhas Aéreas de Moçambique.

MOÇAMBIQUE | Agressores tentam roubar armas de comando policial em Nampula



Agente é morto e outro fica gravemente ferido em ataque contra o Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique em Mogovolas. Autoridades garantem que calma foi restabelecida, mas medo paira entre a população.

Pelo menos seis homens armados atacaram na madrugada do último domingo (27.08) o Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Mogovolas, na província de Nampula. Um polícia foi morto e outro ficou gravemente ferido.

Segundo o porta-voz da Polícia moçambicana em Nampula, Zacarias Nacute, os agressores disseram que queriam denunciar um crime que ocorrera recentemente, antes de iniciar o ataque às instalações policiais.

"No momento em que os indivíduos efetuaram os disparos acabaram atingindo mortalmente um dos nossos colegas e outro contraiu ferimentos e está a receber tratamento no Hospital Central [de Nampula]", afirmou.

Zacarias Nacute acrescentou que a intenção dos malfeitores era de se apoderarem de armas e munições pertencentes à polícia, mas a ação fracassou. Apenas um suspeito foi detido.

Angola | A VITÓRIA DA BARATA



Há um mês escrevi aqui que, face à dimensão da fraude anunciada, o papel do povo angolano nestas eleições não era escolher um novo Presidente, Governo ou Parlamento, mas apenas obrigar o MPLA a tornar flagrante o seu roubo nas urnas. O povo angolano cumpriu exemplarmente.

João Paulo Batalha | Folha 8 | opinião

Se há coisa que o processo eleitoral e a forma vergonhosa como decorre a contagem dos votos demonstram é que o MPLA, que exerce uma mão de ferro sobre Angola, as suas infra-estruturas e as suas instituições, já não tem hoje qualquer poder na sociedade angolana. Manda nas coisas, mas já não comanda as pessoas. Continua a exercer, cego, os seus vícios – como o vício da soberba que o fez cantar vitória antes sequer que a própria domesticada CNE começasse a contagem dos votos. Mas a soberba choca cada vez mais de frente com a realidade. Às primeiras indicações que mostravam um luta renhida entre MPLA e UNITA, o regime suspendeu a contagem, para mais tarde colocar a CNE a anunciar, de forma patética, resultados que não tinham passado pelo crivo de qualquer centro de escrutínio, ao arrepio da lei.

Ninguém, em Angola ou no mundo, pode olhar com o mínimo de distanciamento para este processo e concluir que ele é outra coisa que não um roubo. Descarado e atabalhoado. Flagrante. A missão da cidadania em Angola está cumprida: o voto não mudou o regime; desmascarou-o. Resta agora saber o que fará a oposição: depois de esgotadas as instâncias de recurso num sistema judicial que é um mero secretariado do poder vigente, assumirá os seus lugares num Parlamento roubado, ou juntar-se-á à sociedade civil para contestar mais este crime por todas as formas pacíficas que estiverem ao seu alcance?

ANGOLA | Uma "prenda de aniversário" para José Eduardo dos Santos



Bureau Político do MPLA enviou mensagem de parabéns ao Presidente cessante, José Eduardo dos Santos, e destacou a "vitória decisiva" que os eleitores angolanos acabam de dar ao partido. Oposição tem uma visão diferente.

O chefe de Estado angolano faz 75 anos esta segunda-feira, 28 de agosto, e o Bureau Político do partido no poder, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), enviou-lhe a habitual mensagem de parabéns.

Este é último aniversário de José Eduardo dos Santos como Presidente da República, depois de quase 38 anos no cargo.

"Neste momento de festa, o Bureau Político expressa a sua profunda gratidão por tão excelente trabalho realizado, em que deixa como legado uma Angola totalmente pacificada e reconciliada, numa altura em que os seus filhos acabam de dar, com base nos dados provisórios, mais uma vitória decisiva ao MPLA, o partido do coração do povo angolano, que acaba de vencer, convincentemente, as eleições gerais de 2017", lê-se na mensagem citada pela agência de notícias Lusa.

Em jeito de balanço, o Bureau Político elogiou ainda as "qualidades de patriota consequente [de José Eduardo dos Santos], que soube manter a soberania da pátria angolana", enfrentando "todas as invasões militares externas e as vergonhosas ingerências políticas de todo o tipo".

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