O
Congresso dos Estados Unidos enviou uma carta ao Presidente do país, Donald
Trump, advertindo-o sobre os efeitos imediatos que pode ter para a economia
norte-americana a eventual imposição de sanções à Venezuela afetando o setor
petrolífero.
"A
Venezuela é o terceiro maior fornecedor de petróleo dos Estados Unidos, depois
do Canadá e da Arábia Saudita. Cerca de 90% do petróleo venezuelano importado
para os Estados Unidos é processado na Costa do Golfo. O transporte dessa
quantidade de petróleo aumentaria os custos para refinar, reduziria a
eficiência e aumentaria os preços dos combustíveis para os consumidores",
explica o documento, publicado na Internet.
"Partilhamos
a sua preocupação sobre a intenção do Governo da Venezuela com a formação de
uma Assembleia Constituinte para reescrever ostensivamente a Constituição, o
que consolidaria ainda mais poder do Presidente Maduro e faria corroer os
vestígios das instituições democráticas", sublinham.
Contudo,
segundo os congressistas, as sanções poderiam "desestabilizar os mercados
de petróleo a nível mundial, aumentar os preços mundiais do petróleo, e
fortalecer as economias do Irão e da Rússia".
"Estamos
preocupados pelo impacto que quaisquer sanções relacionadas com o setor
energético, que possam ser impostas à Venezuela, venham a ter para os cidadãos
dos EUA. As consequências imprevistas já foram percebidas numa variedade de
esforços bem-intencionados, através dos anos, inclusive com o nosso próprio
embargo petrolífero recentemente retirado", explicam.
Por
outro lado, referem ainda temer "que mais venezuelanos sofram com uma
crise económica ainda mais profunda, de contínua escassez de alimentos e
medicamentos, de contínua corrupção do Governo, o encarceramento político e o
aumento da violência contra os grupos da oposição".
"Ao
formular uma resposta apropria (à decisão de Caracas de avançar com a
Constituinte), acreditamos que é vital reconhecer o papel do setor de refinação
norte-americano para o nosso interesse nacional e económico. Os remédios
potenciais devem ter em conta as instalações energéticas na Costa do Golfo dos
EUA, que estão especificamente desenhadas para processar petróleo mais pesado
como o venezuelano", explicam.
Na
missiva os congressistas explicam que 51% da capacidade de refinação dos EUA
está na Costa do Golfo, nos Estados de Luisiana, Mississippi e Texas, onde há
32 mil empregos diretos e mais de 49 mil indiretos e incluídos num universo de
525.000 postos de trabalho relacionados com a refinação.
"À
medida que a sua [de Donald Trump] administração considere medidas adicionais
para deter e reverter esse declive, instamos a que os métodos usados protejam a
fortaleza das nossas refinarias, tão vitais para segurança energética dos
EUA", sublinham os congressistas.
O
documento conclui aplaudindo os esforços para "contrariar o inquietante
declive da democracia e do bem-estar social na Venezuela".
Jornal
de Notícias | Foto: EPA/MICHAEL REYNOLDS
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