segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

OS RISCOS PARA TRUMP E TODOS NÓS


O golpe do Estado Profundo está em andamento

Paul Craig Roberts

Precisamos entender, e também o presidente Trump, que a farsa da "guerra ao terror" foi utilizada para transformar agências de inteligência, tais como a NSA e CIA, e agências de investigação criminal, tal como o FBI, em agência de polícia secreta tipo Gestapo. Trump é agora ameaçado por estas agências, porque ele rejeita a agenda neoconservadora da hegemonia mundial estado-unidense que suporta o gigantesco orçamento anual de militar/segurança.

Nossas agências de polícia secreta estão ocupadas no trabalho de plantar entre os media presstitutos a noção de que Trump está comprometido por "conexões russas" e é uma ameaça à segurança dos EUA. O plano é defender essa tese nos media, como foi feito contra o presidente Nixon, e expulsar Trump do gabinete. Enfrentar abertamente um presidente recém-eleito é um acto de audácia extraordinária que implica enorme confiança, senão desespero, da parte da agência de polícia estatal.

Aqui pode-se ver a CNN a cooperar abertamente com a CIA a lidar com especulação selvagem e irresponsável de que Trump está sob influência russa como se isso fosse um facto estabelecido. www.informationclearinghouse.info/46476.htm 

A "prova" fornecida pela CNN e a CIA é uma "reportagem" do New York Times que, com pouco dúvida, foi plantada no NYT pela CIA.

Torna-se óbvio que a CNN e a CIA encaram o povo americano como tão crédulo a ponto de ser completamente estúpido.

Glenn Greenwald explica a Amy Goodman que a CIA persegue Trump, porque a sua política anunciada de reduzir as perigosas tensões com a Rússia entra em conflito com a necessidade do complexo militar/segurança de um grande inimigo:

"O Estado Profundo, embora não haja definição precisa ou científica, refere-se geralmente a agências em Washington que são facções permanentes de poder. Elas permanecem no poder e exercem-no enquanto presidentes que são eleitos vão e vêem. Elas tipicamente exercem seu poder em segredo, no escuro, e assim raramente são sujeitas à responsabilização democrática, se é que são sujeitas de todo. São agências como a CIA, a NSA e a outras, que essencialmente são concebidas para disseminar desinformação, engano e propaganda – e têm um longo historial não só de fazer isso como também de cometer os piores crimes de guerra, atrocidades e esquadrões da morte. Não se trata apenas de pessoas como Bill Kristol, mas muitos do Partido Democrata estão a confiar nisso, a tentar fortalecê-las, a encorajá-las para que exerçam um poder separado e aparte – de facto, em oposição – a responsáveis políticos aos quais elas supostamente deveriam subordinar-se. 

"E isto não é apenas acerca da Rússia. Se remontar toda a campanha, o que se viu foram os principais membros da comunidade de inteligência, incluindo Mike Morell, que estava a actuar como chefe da CIA sob o presidente Obama, e Michael Hayden, que dirigia tanto a CIA como a NSA sob George W. Bush, foram apoiantes sem rodeios de Hillary Clinton. De facto, durante a campanha Michael Morell publicou no New York Times, e Michael Hayden no Washington Post, louvações a Hillary Clinton e a dizer que Donald Trump se tornara um recruta da Rússia. A CIA e a comunidade de inteligência apoiavam Clinton veementemente e opuseram-se a Trump desde o início. E a razão para isto era gostarem mais das políticas de Hillary Clinton do que das de Donald Trump. Uma das principais prioridades da CIA durante os últimos cinco anos tem sido uma guerra por procuração na Síria, destinada a alcançar uma mudança de regime e o derrube de Assad. Hillary Clinton não era apenas favorável a isso, ela criticava Obama por não lhe permitir ir mais além e queria impor uma zona de interdição de voo (no fly) na Síria e confrontar os russos. Donald Trump adoptou a visão exactamente oposta. Ele disse que não nos deveríamos importar com quem dirigisse a Síria, deveríamos permitir aos russos, e mesmo ajudar os russos, a matarem o ISIS e a al-Qaeda a Síria. Assim, a agenda de Trump era completamente oposta àquilo que a CIA queria. A da Clinton era exactamente o que a CIA desejava e assim estavam a por trás dela. Por isso tentaram minar Trump durante muitos meses ao longo da campanha eleitoral. E agora que ele venceu, não estão apenas a miná-lo com fugas, mas a subvertê-lo activamente. Há afirmações que estão a ocultar informação dele, com base no que pensam que ele deveria ter e na confiança que possa merecer. Estão a fortalecer-se para decretar a política. 


"Agora, penso que a presidência Trump é extremamente perigosa. Você acaba de enumerar nas suas notícias – no seu noticiário que abriu o show, muitas das razões. Eles querem arruinar o ambiente. Querem eliminar a rede de segurança. Querem fortalecer bilionários. Querem decretar políticas intolerantes contra muçulmanos e imigrantes e muitos outros. E é importante resistir-lhes. E há muitos meios realmente bons para resistir-lhes, tais como conseguir que tribunais os restrinjam, o activismo da cidadania e, o mais importante de todos, ter o Partido Democrata empenhado na auto-crítica a perguntar-se como pode ser uma força política mais eficaz nos Estados Unidos depois de ter entrado em colapso a todos os níveis. O que não é a resistência que está a fazer agora. O que eles estão a fazer, ao invés, é tentar apossar-se da única força pior do que Donald Trump, a qual é o estado profundo, a CIA, com suas histórias de atrocidades, e dizer que elas devem quase empenhar-se numa espécie de golpe suave, onde eles capturam o presidente eleito e impedem-no de executar suas políticas. E penso que é extremamente perigosos fazer isso. Mesmo que alguém acredite que tanto a CIA e o Estado Profundo, por um lado, e a presidência Trump, por outro, são extremamente perigosos, como eu acredito, há uma enorme diferença entre os dois. Esta é que Trump foi eleito democraticamente e ele é sujeito a controles democráticos, como estes tribunais acabam de demonstrar e como os media estão a mostrar, como os cidadãos estão a provar. Mas, por outro lado, a CIA não foi eleita por ninguém. Eles estão pouco sujeitos a quaisquer controles democráticos. E assim, instar que a CIA e a comunidade de inteligência se fortaleçam a fim de minar os ramos eleitos do governo é insânia. Esta é a receita para destruir a democracia de um dia para o outro em nome da sua salvação. Ainda assim, é isto que muitos, não apenas neocons, mas aliados dos neocons no Partido Democrático, estão agora a instar e a aplaudir. E é incrivelmente distorcido e perigoso observá-los a fazer isso". http://www.informationclearinghouse.info/46476.htm

Os Estados Unidos estão agora na situação extraordinária de que os liberais / progressistas / esquerda estão aliados ao Estado Profundo contra a democracia. Os liberais / progressistas / esquerda estão a fazer lobby para o impeachment de um presidente que não cometeu qualquer delito que o justifique. Os neoconservadores declararam sua preferência por um golpe do estado profundo contra a democracia. Os media consentem com uma barragem constante de mentiras, insinuações e desinformação. O indiferente público americano assiste a tudo placidamente. 

O que pode fazer Trump? Ele pode expurgar as agências de inteligência e terminar com a licença que lhes foi concedida por Bush e Obama para conduzir actividades inconstitucionais. Ele pode utilizar a lei anti-trust para romper os conglomerados de media que Clinton permitiu que se formassem. Se Bush e Obama puderam com a sua própria autoridade sujeitar cidadãos dos EUA a detenção indefinida sem o devido processo e se Obama podia assassinar cidadãos estado-unidenses suspeitos sem o devido processo legal, Trump pode utilizar a lei anti-trust para romper os conglomerados dos media que falam a uma só voz contra ele.

Nesta altura Trump não tem alternativa senão combater. Ele pode demolir as agências de polícia secreta e os conglomerados presstitutos dos media, ou serão eles a derrubá-lo. Descartar Flynn foi a pior coisa que se podia fazer. Ele deveria ter mantido Flynn e despedido os "denunciantes" ("leakers") que estão activamente a utilizar desinformação contra ele. A NSA teria de saber quem são os denunciantes. Trump deveria limpar a corrupta administração da NSA e nomear responsáveis que identificarão os denunciantes. A seguir Trump deveria processar os denunciantes com todo o peso da lei. Nenhum presidente pode sobreviver a agências de polícia secreta determinadas a destruí-lo. Se os conselheiros de Trump não sabem isto, Trump precisa desesperadamente de novos conselheiros.

VENDA DE ARMAS EM TODO O MUNDO BATE MÁXIMOS DESDE A GUERRA-FRIA





Os conflitos no Médio Oriente agravaram a tendência de acumulação de armamento, com um país no centro de tudo: os Estados Unidos da América.

A tensão histórica no Médio Oriente transformou-se numa guerra aberta entre o Estado Islâmico e vários opositores da região e do Ocidente, permitindo o renascer do mercado mundial do armamento.

Um relatório divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa da Paz Internacional de Estocolmo revela que entre 2011 e 2016, a venda de armas em todo o mundo atingiu os valores mais altos desde a Guerra Fria, graças ao papel fundamental dos Estados Unidos da América.

Nos dados revelados pela CNN percebe-se que a economia norte-americana foi responsável pelo fornecimento de um terço de todas as armas vendidas no mundo, exportando-as para cerca de 100 países em todo o mundo. Os maiores compradores foram a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e a Turquia, países que se localizam na área geográfica mais afetada por vários conflitos armados.

A seguir aos Estados Unidos, a Rússia e a China são os países que mais armas vendem, mas a importância relativa no mercado é muito menor.

Bruno Mourão – Notícias ao Minuto

AS PRIORIDADES E OS DIAMANTES



O que os militares portugueses fazem na República Centro-Africana, em terminologia oficial, é participar numa missão da ONU e da União Europeia (e da NATO, subentende-se sem esforço) para normalizar a situação institucional no país, dilacerado por sangrentas e induzidas refregas.

José Goulão – AbrilAbril, opinião

O primeiro-ministro visitou o corpo expedicionário português presente na República Centro Africana, aliás um episódio histórico bizarro no país que associou a sua democratização a proclamações como «nem mais um soldado para África» ou «nem mais um soldado para as colónias» (o que também é válido para neocolónias dos outros).

Poderia citar mil e uma obrigações da agenda do Dr. António Costa capazes de se sobrepor à necessidade de levar solidariedade a uma missão militar considerada «humanitária» e que se diz ao serviço da ONU e da União Europeia; a qual, em derradeira análise, serve interesses estratégicos e neocoloniais de alguns aliados e de meia dúzia de impérios económicos tirando proveitos de áreas sangrentas como são a exploração de ouro e diamantes. E que nada têm a ver com os interesses dos portugueses.

Como gesto político é dispensável. Até parece que em terra portuguesa tudo corre sobre rodas, como se as garras de uma oposição revanchista não estivessem esgatanhando em tudo, invocando aliás a tutela de uma das entidades a quem o chefe do governo foi levar solidariedade até Bangui: a União Europeia, essa organização assanhada contra quase tudo o que o executivo faz em Portugal e que, por sinal, é um dos grandes receptadores dos diamantes centro-africanos – legais ou clandestinos.

O que os militares portugueses fazem na República Centro-Africana, em terminologia oficial, é participar numa missão da ONU e da União Europeia (e da NATO, subentende-se sem esforço) para normalizar a situação institucional no país, dilacerado por sangrentas e induzidas refregas entre milícias muçulmanas e cristãs associadas à exploração – por terceiros – das riquezas mineiras do território.

A cavalo da restauração institucional garante-se, como é óbvio, a normalização da rentável actividade de exploração e exportação de diamantes, a cargo de poderosas transnacionais. Informam múltiplos estudos e investigações internacionais que os principais destinos dos diamantes da República Centro-Africana, tanto os exportados legalmente como clandestinamente, são os Emirados Árabes Unidos, a União Europeia e Israel.

«Esta guerra só é "humanitária" para efeitos de propaganda.»

Concretiza-se assim uma lucrativa operação de centenas de milhões de euros – misto de comércio e tráfico. Por exemplo, verifica-se que os diamantes declarados na Bélgica como importados da República Centro-Africana, com entrada principal por Antuérpia, chegam a atingir o triplo do valor da exploração oficial de diamantes divulgada neste país pertencente ao top ten da actividade. A mascarada envolve também, como não é difícil apurar, as rotas clandestinas com origens igualmente na República Democrática do Congo, Serra Leoa e outros territórios.

Os militares portugueses estão em Bangui a criar condições para sanear este escândalo económico e humanitário? Não sejamos ingénuos: ele vem de muito antes das atrocidades entre as milícias seleka e balaka e prosseguirá, em paz, sossego e, provavelmente, com maior volume quando normalizadas as instituições do país que já foi do «imperador» Bokassa e seus diamantes, ofertados, quando convinha, a presidentes europeus neocoloniais.

Quanto à presença da ONU no país, para não agravar o tão degradado prestígio da organização talvez seja misericordioso poupar os leitores a pormenores. Desde a conhecida e descarada exploração de trabalho infantil, sob os seus olhos, na mineração de ouro e diamantes, até múltiplos casos de crimes sexuais, há de tudo um pouco na crónica da indigna presença no terreno de membros enviados pelas Nações Unidas.

Admitamos que este cenário não é a razão de ser do contacto entre o primeiro-ministro e os militares portugueses. Contudo, ele existe e está indelevelmente associado à missão atribuída ao corpo expedicionário português. Pelo que o autêntico gesto de solidariedade do Dr. António Costa para com os militares expatriados e o prestígio das Forças Armadas Portuguesas seria poupá-los a uma missão que tem objectivos não claramente explicitados, e que extravasam o real papel que deve estar reservado aos destacamentos operacionais em territórios além-fronteiras.

A tropa portuguesa não está ao serviço de interesses dos outros, com a agravante de estes serem mal explicados ou explicáveis segundo o conceito do business as usual, ou o negócio do costume.

Esta guerra só é «humanitária» para efeitos de propaganda. E as Forças Armadas devem estar ao serviço de interesses que sejam efectivamente transparentes e dos portugueses, o que está longe de ser o caso.

Um mais cuidadoso e independente alinhamento das prioridades de agenda não faria mal ao primeiro-ministro.

Na foto: O primeiro-ministro, António Costa, durante a visita ao campo onde estão instalados os militares portugueses, em Bangui, República Centro-Africana, 13 de Fevereiro de 2017Créditos/ Agência Lusa

Portugal. MÉDIA, NEGÓCIOS E POLÍTICA: “ISTO NÃO ACONTECE POR ACASO”


Carlos Magno lembra ligação entre Lobo Xavier e o Público

O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) lembrou, em entrevista na RTP, a participação de Lobo Xavier noutro caso lançado pelo jornal de que é administrador.

Carlos Magno foi ao Jornal2, na passada sexta-feira, para falar sobre a liberdade de imprensa e abordou a fragilização do jornalismo face à dominação dos principais meios de comunicação social por grupos económicos.

Na conversa com o jornalista João Fernando Ramos, o responsável pelo regulador da comunicação social lembrou que «hoje temos comentadores que dão notícias sem qualquer verificação, anda muito político a atrapalhar o tráfego e a fazer contrabando de informação».

Magno deu o exemplo do episódio em torno das declarações de Cavaco Silva na primeira reunião do Conselho de Estado com Marcelo Rebelo de Sousa. «Houve um jornal, o Público, que descreveu uma situação passada em Conselho de Estado. A seguir, o Presidente Marcelo autorizou o António Lobo Xavier a desmentir na Quadratura do Círculo [na SIC Notícias] que Cavaco tivesse dito aquilo».

António Lobo Xavier, antigo deputado e dirigente do CDS-PP, é membro do Conselho de Estado indicado pelo Presidente da República. Nos últimos dias, envolveu-se activamente noutra polémica que volta a cruzar o Público e a Presidência, envolvendo as mensagens trocadas entre o ministro das Finanças e António Domingues, ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos.

«É curioso que tudo tenha começado num jornal onde Lobo Xavier é administrador – e isto não acontece por acaso», concluiu Carlos Magno.


OFERECIDO: NOVO BANCO PARA LONE STAR – “BONITO SERVIÇO” A DESCODIFICAR





Avança a “novidade” sobre os resultados do grande negociador Sérgio Monteiro: Lone Star “compra” o Novo Banco. A negritude da Lone Star é famosa. Tem um historial arrepiante. É caso para nos perguntarmos: “o que ainda de pior nos irá acontecer?” A resposta podia vir de Sérgio Monteiro, do BDP ou do governo (talvez, se estiver a par do acordado por debaixo dos panos. Certo é que por debaixo dos panos é que estamos a ser fornicados. O costume. Resta-nos esperar pelo que se perspetiva vir a acontecer e, já agora, acompanhar os progressos da carreira de Sérgio Monteiro – o tal que vendeu a TAP e mais umas quantas coisas. Vendeu? Não. Ofereceu. Ainda nos dias de hoje o espectro dos vendilhões do país se mantém. Sérgio oferece também o Novo Banco à Lone Star? O governo responde com o natural “moita carrasco” e um blá-blá lânguido para não destoar. Pois. Estejamos à coca, só para não nos comerem por parvos. Ah, Costa-Costa, a vida custa (aos portugueses), Costa.

MM / PG

Venda do Novo Banco avança. Lone Star é o escolhido

O fundo de investimento norte-americano está em condições privilegiadas para conseguir assumir o controlo do antigo Banco Espírito Santo.

O esperado anúncio do Banco de Portugal chegou finalmente e sem surpresa, o fundo Lone Star é o candidato escolhido para entrar na fase final de negociações, derradeiro passo para acertar a venda do Novo Banco.

"O Banco de Portugal decidiu selecionar o potencial investidor Lone Star para uma fase definitiva de negociações, em condições de exclusividade, com vista à finalização dos termos em que poderá realizar-se a venda da participação do Fundo de Resolução no Novo Banco", pode ler-se no curto comunicado divulgado esta manhã pelo banco regulador nacional através do seu site oficial.


O mais recente passo em frente nas negociações com o fundo de investimento norte-americano surge após uma primeira fase de negociações avançadas iniciada em janeiro, altura em que o Banco de Portugal anunciou que o Lone Star estava na frente da corrida. Os restantes candidatos tiveram oportunidade de melhorar as respetivas propostas no último mês e meio, mas não conseguiram convencer o banco regulador a voltar atrás.

Recorde-se que também em janeiro o fundo Lone Star divulgou um comunicado onde reconhecia o "enorme potencial por explorar" do Novo Banco e no qual falava na intenção de fechar o processo de compra do Novo Banco.

""Vamos continuar a trabalhar incansavelmente com o Banco de Portugal, o Fundo de Resolução e o Governo português para assegurar um acordo final para apoiar a reestruturação do Novo Banco, para um benefício de longo prazo dos seus clientes, colaboradores, credores e da economia portuguesa em geral", afirmou o presidente da Lone Star para a Europa, Oliver Brahin.

"Estamos muito otimistas sobre Portugal e sobre o futuro da economia do país e procuraremos disponibilizar o capital, recursos e os conhecimentos necessários para garantir que o Novo Banco continue a ser um pilar forte do sistema bancário português, com especial enfoque no mercado interno."

"Compreendemos a importância de dar os passos necessários, em parceria com todos os 'stakeholders' do Novo Banco, para ajudar a restabelecer a saúde financeira da instituição, numa perspetiva de longo prazo", sublinha Oliver Brahin.

Segundo o Jornal de Negócios, a proposta do Lone Star consiste numa oferta de 750 milhões pelo Novo Banco e admite uma injeção de mais 750 milhões.

O Lone Star é um fundo 'private equity', que investe capital em empresas nas quais considera que existe espaço para valorização, e em Portugal tem aplicações em Vilamoura, para apostar no golfe e na marina, e vários centros comerciais da marca Dolce Vita, alguns dos quais alienados, entretanto, ao Deutsche Bank.

O Novo Banco foi criado no início de agosto de 2014, na sequência da resolução do Banco Espírito Santo (BES), e é um banco de transição detido integralmente pelo Fundo de Resolução bancário.

Depois do colapso do BES, o Novo Banco foi capitalizado com 4,9 mil milhões de euros através do Fundo de Resolução Bancária. O Estado português entrou com 3,9 mil milhões de euros neste Fundo e os bancos com os restantes mil milhões.

Em dezembro de 2015 foram prolongadas as garantias estatais ao Novo Banco e a data limite para a sua venda foi estendida, por acordo com a Comissão Europeia, até agosto de 2017. Entre os concorrentes estão os fundos chinês China Minsheng e norte-americanos Lone Star e Apollo.

[Notícia em atualização]

Bruno Mourão – Notícias ao Minuto

OS MEDIA PRESTIDIGITADORES AO SERVIÇO DOS POLÍTICOS E ASSOCIADOS DA MESMA PRÁTICA



Bom dia, de manhã, à tarde e à noite. Até à meia-noite è o dia 20 de Fevereiro de 2017, esteja onde estiver. Este é o Expresso Curto sem usar a base da newsletter que o correio nos traz. Fomos diretamente à teta do boi online,  o Expresso.

Em baixo tudo começa com as trampas de Trump. Os jornalistas adoram aquelas coisas do Trump. Armados em prestidigitadores levam-nos a focar o folclore que não nos interessa e a não ver os truques que nos interessam e nos tramam. É uma média chica-esperta… e que resulta. Cada vez há mais alienados, baralhados, automatizados… estupidificados. É a agenda oculta deste sistema mafioso que dita muito para uns poucos e pouco para muitos. Que está cada dia a ir mais avante. Quase no nirvana.

Sem delongas. Leia - deve sempre fazê-lo - mas use o seu cérebro. Pense, abra os olhos. Vai ver que não dói nada.

Siga para a cafeína do tio Balsemão da Quinta da Marinha e de outras “quintas e arranha-céus”. Um dito “democrata” já carcaça velha mas sempre ativo até ao último suspiro. Ah, e do Bilderberg! Aquele “clube” que estuda e se reúne para… Pois.

MM / PG

Um mês na montanha-russa (não desaperte o cinto de segurança)

Filipe Santos Costa - Expresso

Bom dia.

Já passou um mês. Ainda só passou um mês. Os trinta dias do Presidente Trump (isto ainda soa estranho...) foram trinta dias sem sossego e com o credo na boca. O que é que ele fez agora? tornou-se uma espécie de novo mantra à escala global. O Público de hoje dá à efeméride o destaque que ela merece, recordando os tweets malucos, a guerra comercial que se anuncia, as suspeitas da conexão russa, os conflitos de interesse, as guerras com os jornalistas, com os juízes, com os muçulmanos e, em geral, com quem não acha que Donald Trump é "amazing", "awesome" e outros superlativos que esgotam o léxico presidencial. Enquanto o mundo tenta perceber se Trump é um palhaço, um sociopata ou um palhaço sociopata (para por apenas três hipóteses), aqui ficam as últimas da Trumplândia.

O inquilino da Casa Branca continua a debater-se para completar o seu governo (há seis ministros por confirmar, mais de uma dezena de subsecretários e centenas de postos de topo da administração permanecem por ocupar, ao mesmo tempo que outros responsáveis são despedidos intempestivamente). Rodeado de problemas autoinflingidos, Trump optou pela via escapista: voltou aos comícios, o que lhe permitiu sentir outra vez a adulação dos seus apoiantes e fingir que tudo corre bem em Washington - ou que o que corre mal é invenção dos jornalistas ou culpa dos juízes.

Com um mês no cargo, o presidente dos EUA lançou este fim de semana a campanha para a recandidatura, num discurso em que revistou os maiores sucessos da sua campanha de 2016 e voltou às famosas "verdades alternativas". A melhor de todas foi a referência de Trump a qualquer coisa terrível (um atentado???) que aconteceu na sexta-feira à noite na Suécia - e que os suecos não conseguem perceber o que terá sido. "O que é que ele anda a fumar?", questionou-se Carl Bildt, ex-primeiro-ministro sueco. Estocolmo já pediu explicações à diplomacia norte-americana. E Trump, via Tweeter, veio explicar-se: estava a referir-se a qualquer coisa que tinha acabado de ver na Fox News (o único canal de notícias que, no seu critério, não conta mentiras)...

Nos breves intervalos das suas mentiras e manipulações, Trump acusa a comunicação social de mentir e manipular. Mas este fim de semana foi mais longe e acusou os jornalistas de serem "inimigos do povo americano". Leu bem: "inimigos do povo americano". Podia ser mais um momento de delírio trumpiano, mas o chefe de gabinete da Casa Branca, Reince Priebus, já veio avisar que as palavras do presidente são para levar a sério. Mas há uma realidade alternativa (mesmo): o secretário da Defesa, Jim Mattis, disse o contrário do que foi dito por Trump, garantindo que os media "não são o inimigo".

O inédito ataque presidencial aos media obrigou o veterano republicano John McCain a vir a público defender a liberdade de imprensa, como pilar das liberdades cívicas, avisando que é assim, a atacar liberdades, que se forjam ditadores. O ataque de Trump provocou também uma reação firme de um dos principais pivôs da Fox News (o tal canal em que Trump acredita). Chris Wallace lembrou que todos os presidentes, e os políticos em geral, têm problemas com os media, mas frisou que a acusação de Trump significa cruzar uma linha nunca antes pisada. As permanentes notícias sobre o caos da nova administração e constantes fugas de informação embaraçosas para Trump - seja sobre a desconfiança dos militares e dos serviços secretos em relação ao presidente, seja sobre as estranhas ligações a Putin - justificam a fúria da Casa Branca. Em marcha parece estar nova legislação para criminalizar essas fugas de informação - e é sério o risco da Justiça poder perseguir não só os promotores dos leaks, mas também os jornalistas que publicam as notícias.

Por falar em Putin: as ligações ainda mal explicadas desta administração (e do próprio Trump) à nomenclatura russa vão dar pano para mangas. O Ricardo Lourenço, correspondente do Expresso nos EUA, conta que já paira por lá o fantasma de Nixon (leia-se: destituição). Enquanto isso, Mike Pence, o número dois da Casa Branca, está na Europa a tentar acalmar os parceiros deste lado do Atlântico.

Ainda só passou um mês. Já passou um mês. À cautela, mantenha o cinto de segurança apertado até o presidente estar completamente parado.

OUTRAS NOTÍCIAS

Na frente, tudo na mesma. O Benfica cumpriu ontem à noite a sua obrigação e venceu o Braga por 0-1, com um golo em modo PlayStation do grego Kostas Mitroglou, que assim provou que não está para brincadeiras. Os diários desportivos de hoje rendem-se a "Kostas Quentes", o "Deus Grego" que resolveu o jogo com um "Bailado Grego".

A proposta para a segunda comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos vai mesmo avançar esta semana, pela mão do PSD e do CDS. A iniciativa foi acertada diretamente entre os líderes dos dois partidos, Passos Coelho e Assunção Cristas, conta o Público. António Costa pode ser chamado a explicar-se, mas Marcelo Rebelo de Sousa não está na mira da comissão, adianta a mesma notícia. O comentador da SIC Notícias Luís Marques Mendes diz que "o futuro de Centeno está nas mãos de Domingues", por causa dos sms que ambos trocaram e que tornarão claros os compromissos que o ministro fez quando convidou o banqueiro para a CGD. Apesar de não a poder travar, a esquerda mostra-se unida contra esta CPI, desde Jerónimo de Sousa, que não quer "alimentar folhetins", a Ferro Rodrigues, que deu uma entrevista ao DN e à TSF em que mostrou as "maiores dúvidas" sobre a nova iniciativa potestativa da direita (apesar de ter repetido os argumentos da esquerda, o presidente da Assembleia da República fez questão de frisar que é "completamente imparcial").

Onde a esquerda não está unida é sobre o que fazer com os destroços do BES. Apesar das divergências entre o Governo, o BE e o PCP, a Lone Star continua o seu caminho para a compra do Novo Banco. Segundo o Jornal de Negócios, esta semana começam a negociações em exclusivo com o fundo norte-americano, num processo que envolve o Governo e Bruxelas - uma negociação exclusiva recomendada pelo Banco de Portugal, conforme o Expresso noticiou. O Negócios adianta ainda que, se houver acordo, a prioridade da Lone Star será um projeto imobiliário de Vasco Pereira Coutinho na zona das Amoreiras, em Lisboa.

Por falar em Banco de Portugal: as águas continuam agitadas no supervisor bancário, com um governador cada vez mais isolado a braços com mudanças na administração. Saiba tudo aqui.

Continuam a monte os três reclusos da cadeia de Caxias que se evadiram por uma janela na madrugada de domingo. Enquanto um sindicato aproveitou este episódio para fazer sindicalismo (ou seja, culpou o Governo), o Governo respondeu à altura (ou seja, negou e abriu um processo de averiguações). Entretanto, o Jornal de Notícias conta na sua manchete de hoje que esta é uma fuga em grande, que envolve uma rede mafiosa chilena e muito dinheiro para quem ajudar fugitivos: entre 200 mil e meio milhão de euros.
Como o saber não ocupa lugar, saiba ainda que nos últimos cinco anos fugiram 52 reclusos das cadeias portuguesas.

Diário de Notícias conta que as secretas estão irritadas com António Costa, que não as informou sobre a visita relâmpago que efetuou à República Centro-Africana. Este foi só o episódio mais recente numa relação bastante tensa.

Há ondas de choque do livro editado por Cavaco Silva na semana passada. José Sócrates já tinha respondido às acusações que lhe são feitas pelo ex-chefe do Estado. Na edição de hoje, o i ouve outros socialistas, que "arrasam o livro de Cavaco". Falam em "mesquinhez", "rancor" e "azedume", mas no meio das críticas destaca-se o estilo inconfundível de Carlos César - segundo o líder parlamentar do PS, a obra do ex-PR "oscila entre o arrogo biográfico e a delação intriguista".

No Iraque decorre o que é suposto ser a derradeira ofensiva das forças governamentais para retomar a parte de Mossul que ainda está sob controlo do Estado Islâmico. O trabalho do Guardian no terreno merece destaque. A ONU tem alertado para o risco extremo em que estão as vítimas do costume: civis e, sobretudo, crianças.

Na Colômbia, a paz parece irreversível. Apesar de muitas dificuldades, os guerrilheiros que restam das FARC estão a desmobilizar, a entregar armas e a fazer a transição para uma nova vida.

Na Holanda, a campanha racista do líder da extrema-direita vai de vento em popa. A promessa mais recente de Geert Wilders (um sucedâneo de Trump na retórica e nos estilo capilar) é acabar com a “escumalha marroquina” que “torna perigosas as ruas” do país.

O thriller de espionagem do momento é o assassinato de Kim Jong-nam, o meio-irmão de Kim Jong-un, o líder da Coreia do Norte. O folhetim começou na segunda-feira, no aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia, onde Jong-nam foi envenenado. A polícia malásia já fez várias detenções e identificou mais suspeitos, mas a novidade das últimas horas é o video divulgado por um canal de televisão japonês. Através das imagens de videovigilância do aeroporto, vê-se como tudo aconteceu, à vista de toda a gente. É um daqueles casos em que a realidade imita a ficção, até na alcunha da suposta assassina - "Miss Veneno". A Coreia do Sul e os EUA acreditam que Kim Jong-nam foi assassinado por agentes enviados pelo meio-irmão.

AS MANCHETES DE HOJE

Diário de Notícias: "Viver em Portugal - Benefícios fiscais atraíram mais de 10 mil estrangeiros em 2016"

i: "O caso Centeno numa democracia estável seria insuportável. Por muito menos demitiram-se vários ministros"

Jornal de Notícias: "Máfia paga meio milhão por chilenos que fugiram da cadeia"

Público: "Base de dados genética só abrange 15% dos condenados"

Jornal de Negócios: "IMI mais alto chega em abril"

Correio da Manhã: "Enfermeiros com 10,5 milhões no banco"

O QUE ANDO A LER

Estou a ler um livro ótimo, de um dos grandes especialistas europeus na sua área de atividade. Infelizmente não lhe vou contar nada sobre esse livro. Dá-se o caso de ter sido editado pela editora onde até há pouco tempo trabalhava a minha mulher, e sei o que a casa gasta: há quem se melindre com a hipótese de um jornalista contar numa rubrica chamada “o que ando a ler” que anda a ler livros que por acaso são editados por um familiar. Também estou a ler uma excelente biografia de Estaline... mas também pareceria suspeito um jornalista promover um livro que foi editado pelo seu jornal, não é? Assim sendo, hoje falo-vos de cinema.

(A propósito: já é notícia de sábado, mas um filme português ganhou, mais uma vez, o Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim para melhor curta-metragem. O realizador, Diogo Costa Amarante, não recebeu um cêntimo do Estado.)

Estamos em contagem decrescente para os Oscars e ando naquela afogadilha pateta de tentar ver o máximo possível de filmes nomeados antes da “grande noite”, que normalmente é aquela noite em que confirmamos que a Academia se preocupa com muita coisa menos com cinema. Do que já vi, recomendo-lhe que parta o coração com a personagem descoroçoada do Casey Afleck em "Manchester by the Sea", e que leia "Silêncio" - mesmo que veja o filme, que tem muitos méritos (apesar do casting desastroso), o que vale mesmo a pena é o livro do Shusaku Endo. Quanto a "La La Land", tem a enorme vantagem de já ninguém ir ao engano: o filme mais nomeado do ano é exatamente aquilo promete ser, um pechisbeque reluzente e contente com isso.

Se, em alternativa, quiser ver uma obra-prima, recomendo-lhe duas: "Paris, Texas" (em exibição em Lisboa e no Porto) e "As Asas do Desejo" (só está em Lisboa). Os dois filmes maiores de Wim Wenders estão em reposição em imaculadas cópias restauradas e esse trabalho de restauro é, por si só, um milagre técnico (o suplemento ípsilon do Público entrevistou o realizador alemão). Fica-se com a sensação de que o céu do deserto americano nunca foi tão azul, que o cabelo da Natassja Kinski nunca foi tão dourado e que Berlim vista do céu nunca teve um preto e branco como este. São dois filmes gloriosos povoados por anjos caídos - quem quer saber das cantiguinhas do "La La Land" quando tem a celestial Kinski a ouvir confissões num cubículo de peep-show?

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