Três meses depois, ainda não são
conhecidos os responsáveis pela morte do edil de Nampula. A polícia diz ter
dados fortes, mas não diz quando serão divulgados. "Projeto Político
Mahamudo Amurane" fala em "mão do regime".
Mahamudo Amurane, então
presidente do Conselho Municipal de Nampula, foi assassinado
no passado dia 4 de outubro de 2017, na sua residência particular. Passados
três meses da sua morte, ainda não são conhecidos os autores do crime, não
tendo havido também qualquer detenção até à data.
Em entrevista à DW África, Abdul
Remane Andarusse, coordenador da comissão central do "Projeto Político
Mahamudo Amurane", grupo que iria apoiar a candidatura independente do
então edil e que ambiciona criar um novo partido em Nampula, diz-se "incomodado",
mas não surpreso, com o silêncio das autoridades sobre o caso.
"Sabemos como é que o regime
faz. Quando as coisas acontecem, gritam e prometem que vão esclarecer dentro de
pouco tempo, e tantos casos que aconteceram e terminam assim. Portanto,
não foi surpresa, está no curso normal das coisas", afirma.
Ainda assim, Abdul Remane
Andurusse garante que o seu grupo vai continuar a fazer pressão e a
"levantar a voz" até obter resultados, apesar de reconhecer que em
Moçambique os crimes nunca são esclarecidos. "Sei que o caso acaba
morrendo como morreram outros", acrescenta.
Por seu lado, Zacarias Nacute,
porta-voz da Polícia de Nampula, garante que estão a ser feitos esforços para
esclarecer o assassinato de Amurane. De acordo com este responsável,
existem já "dados fortes" sobre o caso, no entanto, não são ainda suficientes
para "dar por concluído o processo de investigação".
"O Serviço Nacional de
Investigação Criminal (SERNIC) está a fazer um trabalho de investigação e assim
que tiver resultados palpáveis, os órgãos de comunição social serão
solicitados", acrescentou, sem avançar quando serão divulgados os
dados.
Seguidores de Amurane acusam
regime
Abdul Remane Andarusse adianta-se
a apontar os prováveis suspeitos que orquestraram a morte do edil. "As
coisas acontecem e não há esclarecimento. Isso é sinal indicativo de que existe,
claramente, uma mão do regime metida neste assunto. Não temos outra coisa a
pensar", conclui.
A Liga Moçambicana dos Direitos
em Nampula já
tinha dito à DW África que este caso vai demorar a ser esclarecido, no
entanto, mostra-se otimista num desfecho positivo.
Sitoi Lutxeque (Nampula) | Deutsche
Welle
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