domingo, 25 de março de 2018

PORTUGAL, GOVERNADO POR SOCIALISTAS DE FAZ DE CONTA


Hélder Semedo | Coimbra

Um domingo tempestuoso com nuvens que ao deslocarem-se deixam o sol mortrar-se. Nada mau. Frio trama tudo. Há os que dizem que o tempo está fresco em vez de frio, são os encalorados, os que são do contra. Então 10 ou 12 graus não é frio? E quando à noite chega aos 5 ou 6 graus, o que é isso se não frio. Ora abóboras. Raio de primavera mais estranha.

Chegou o horário de verão. A hora avançou nesta madrugada passada, domingo. Até a hora avança e olha para o país a tiritar, trumbudo, quase parado. Não parece, António Costa e demais do seu séquito vão anestesiando o país, porém, é certo que a legislação laboral tem andado ao pé-coxinho, os funcionários públicos estão nas lonas e não sabem o que é aumentos a acompanhar a inflação há anos. As carreiras congelaram e agora é o que se vê… Que não há dinheiro para tudo. Pois não. Nem haverá se continuarem a dar benesses às grandes corporações empresariais, largar torrentes de milhões para os bancos privados, enfim, o costume.

Mas então isto está mau? Perguntará quem não é deste mundo português. Pior que com o governo de Passos Coelho/Portas? Inquirirá. Não, houve um pouco de melhorias, só que o PS meteu travões e agora distrai os portugueses com os fogos e mais uns quantos lamirés de dispersão e alienação. O PS continua PS sem que seja socialista, sem que siga, mesmo moderadamente, a cartilha que não permita que os portugueses na sua grande maioria tenham ordenados de miséria e reformas dessa mesma estuporada miséria. Distribui umas migalhas aos pobres que produzem ou que muito produziram e foram (são) explorados. Em contrapartida não se atira aos que são motivo da gigantesca, escandalosa, vergonhosa e inadmissível desigualdade. O fosso entre ricos e pobres aumentou e nada sério tem sido feito. Os ricos continuam a estar mais ricos e os pobres mais pobres. A fome e as dificuldades grassam entre os que trabalham no duro para levarem para casa um salário de miséria. Para continuarem a ser pobres e carenciados de bens essenciais. Quanto aos reformados… Em poucas palavras: ou não comem, pagam as contas e a farmácia onde compram os medicamentos, ou comem, não pagam todas as contas, sobrevivem sem eletricidade, sem gás, sem água, sem telefone, e ainda “desenrascam” os filhos desempregados ou até sem casa, os netos… É uma vida de cão, que este governo de Costa mantém. Aumentou uma nesga as reformas e pensões mas aquilo são umas migalhas. Ao longo da vida de trabalho roubaram-lhes muito mais do que agora lhes retribuem. Costa pode bem chegar ao cognome de Migalhas se continuar assim. Contudo é público que Portugal vai no “bom caminho”, que “tudo cresce”, que as finanças são uma maravilha para um país que mal saiu da crise… Blá blá e mais blá blá. A realidade para a maioria dos portugueses é penosa. Não se espere muito mais deste governo do PS quanto a combater a pobreza, a exploração relativa à desproporção daquilo que os trabalhadores produzem e ao que têm por pagamento. 

O PS prepara-se para avançar para uma maioria absoluta nas próximas eleições se os portugueses não atentarem e não a evitarem nas urnas de voto. E também se os portugueses se esquecerem dos “enormes sacrifícios” infligidos pelo PSD e o CDS quando foram governo - aí, então, é que foi fome de rachar, famílias destroçadas, habitações e empregos perdidos. Foi muito pior que agora. O que não significa que o governo de Costa não pudesse fazer muito melhor no combate às baixas reformas e pensões, aos salários, à abolição da precariedade no emprego, à reforma das carreiras dos funcionários públicos e reposição do seu poder de compra, a melhores condições escolares de jovens e crianças, na saúde, etc., etc.

Em imensos aspetos do quotidiano em Portugal a realidade é muito diferente do que se quer fazer acreditar nos órgãos de comunicação social. Independentemente das grandes letras garrafais que vimos e que são muitas vezes títulos e prosas de serrar presunto, uma distração, um anestésico de acordo com as cores partidárias e os interesses pessoais ou empresariais dos grupos e grupinhos que nos tentam “fazer a cabeça” em consonância com o melhor para a chamada “economia de mercado”, senhora e dona da exploração selvagem que em muitos casos roça o esclavagismo e a violação do constante na carta de Direitos Humanos das Nações Unidas, de que Portugal é signatário. Por via de muitos portugueses vítimas essas violações são flagrantes.

Estamos na vivência de um Portugal governado por socialistas de faz de conta. Merecemos melhor. É o que devemos exigir a António Costa e aos moderadíssimos do PS, aos lobies e de suas ilhargas. Lobies (p. ex.) que também abundam no PSD e no CDS, que não representam os interesses dos eleitores mas sim de forças antagónicas aos interesses dos portugueses.

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