Eu, robô, te condeno
“Toma que já almoçaste”, ou seja:
Não almoças, não jantas, não tens casa nem emprego ou se o tiveres receberás
uma ninharia simbólica no final do mês, muito mais ninharia do que a que
recebes atualmente. Em compensação os ricos ficarão mais ricos. E tens de
estudar, de viajar de formação em formação. Sim, porque na atualidade para se
ser escravo é obrigatório estudar e saltitar de formação em formação, de
emprego em emprego. Até porque o ser humano é perfeitamente dispensável se
considerarmos que os robôs são um substituto vantajoso a todos os níveis. Ter
empregados humanos é já um favor que vos fazemos… Além disso há a inteligência
artificial...
Por outras palavras e noutras
linhas é o que é anunciado e já está em prática com tendências rápidas a alastrar: a
substituição dos humanos pelos robôs. Daí a proposta do Banco Mundial na redução
dos salários mínimos. Para já, os salários mínimos, depois irão avançando até
exterminar quase por completo a humanidade. As pessoas. Os robôs substituirão os humanos com vantagens deslumbrantes para os 1% ou talvez 2 ou 3% de humanos ricos e absolutos, humanos
desprovidos de humanidade… mas podres de ricos e donos de todo o mundo. A ganância procurará atingir o auge e a isso chamará macrodesenvolvimento, macroinovação, macrocompetitividade, etc. Como já hoje o faz e ainda só vai a caminho do poder absoluto.
Reparemos que é o Banco Mundial a
preconizar o esbulho e o esclavagismo – enquanto não existem robôs a funcionar
em pleno e com as multicapacidades dos humanos, mas para lá caminham. O Banco
Mundial ao serviço dos 1% que põem e dispõem no mundo. Que até já decidem quem
vive e quem morre e muito mais sobre isso decidirão. Aquilo já é uma corporação pró-extinção da humanidade como ainda a conhecemos, assente no esbulho e no esclavagismo.
O texto-notícia corre em baixo e
constitui prosa avançada pelo Jornal de Negócios em 26 passado, por Pedro
Curvelo. Provavelmente a muitos de vós a prosa escapou. Agora não terão essa
desculpa, será útil que meditem nela pensando em vós, no coletivo da
humanidade, nos vossos filhos e netos – que serão muito mais escravos,
explorados, oprimidos, extintos do que aquilo que nos dias em que vivemos
possamos admitir. O quadro é negro e o Banco Mundial pinta-o com primor, apontando o que nos espera, a nós, seres humanos. Assim, perspetivando o
futuro, chegará o dia em que os robôs julgarão os humanos e com a postura
formal dirão desumanamente: “eu, robô, te condeno à morte através da inexistência
de recursos de sobrevivência. Ficção? Pois, está bem. Esperem, talvez, só umas
dezenas de anos. E porque não antever um cenário tão terrível perante as "recomendações" do Banco Mundial, do FMI e de outras corporações dominadas pelos tais 1% que são a fonte principal da exploração, decadência e extermínio seletivo da humanidade? (MM | PG)
Banco Mundial propõe baixar
salários mínimos para enfrentar robôs
O Banco Mundial propõe a redução
dos salários mínimos e mais facilidades na contratação e despedimentos como
forma de minimizar a ameaça que a automatização da economia constitui para o mercado
de trabalho.
Tendo em conta que substituir
trabalhadores por máquinas reduz custos, um relatório do Banco Mundial vem
agora sugerir que uma boa forma de combater o "avanço dos robôs"
seria reduzir os salários mínimos e flexibilizar as leis laborais, facilitando
os despedimentos.
No draft do "Relatório de Desenvolvimento Mundial para 2019", o Banco Mundial sublinha que a ameaça das tecnologias para o emprego é "largamente exagerada".
"Cenários catastróficos em que robôs substituem humanos, empobrecendo os trabalhadores, agitam sempre a sociedade. Mas os criadores desses cenários são tão visionários que muito poucas das suas previsões se tornaram verdadeiras", assinala o documento.
Os autores do documento recordam que Keynes, em 1931, antevia que o uso crescente de máquinas levaria a enormes níveis de desemprego.
O documento admite que a automatização irá provocar perda de postos de trabalho nalguns sectores, mas sublinha que irá criar outros empregos, destacando a necessidade de requalificação dos trabalhadores afectados.
Uma das soluções para minimizar o impacto da automatização e uso de robôs no mercado laboral passa por limitar os aumentos, ou mesmo reduzir ou extinguir, os salários mínimos, defendem os autores.
Os pressupostos para a existência de um salário mínimo – garantir um rendimento para um nível de vida com um mínimo de dignidade – podem ser assegurados através de mais apoios dos Estados aos mais carenciados, argumentam.
No draft do "Relatório de Desenvolvimento Mundial para 2019", o Banco Mundial sublinha que a ameaça das tecnologias para o emprego é "largamente exagerada".
"Cenários catastróficos em que robôs substituem humanos, empobrecendo os trabalhadores, agitam sempre a sociedade. Mas os criadores desses cenários são tão visionários que muito poucas das suas previsões se tornaram verdadeiras", assinala o documento.
Os autores do documento recordam que Keynes, em 1931, antevia que o uso crescente de máquinas levaria a enormes níveis de desemprego.
O documento admite que a automatização irá provocar perda de postos de trabalho nalguns sectores, mas sublinha que irá criar outros empregos, destacando a necessidade de requalificação dos trabalhadores afectados.
Uma das soluções para minimizar o impacto da automatização e uso de robôs no mercado laboral passa por limitar os aumentos, ou mesmo reduzir ou extinguir, os salários mínimos, defendem os autores.
Os pressupostos para a existência de um salário mínimo – garantir um rendimento para um nível de vida com um mínimo de dignidade – podem ser assegurados através de mais apoios dos Estados aos mais carenciados, argumentam.
O documento frisa que elevados
salários mínimos geram mais custos e reduzem os níveis de emprego.
Por outro lado, o Banco Mundial
advoga que os empregadores deverão ter maior liberdade para a contratação e
despedimento de trabalhadores, com leis laborais mais flexíveis, e a redução
das indemnizações por despedimento.
Pedro
Curvelo | Jornal de Negócios
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