Ana Alexandra Gonçalves* | opinião
A aproximação de António Costa a
Rui Rio tem vindo a provocar excitação naqueles que sonham acordados com uma
reedição do bloco central, com Francisco Assis à cabeça. As singelas imagens de
Costa a sorrir ao lado do sempre sorridente Rio traz de novo esperança nessa
reedição.
Com efeito, existem razões para
alimentar esse sonho, não apenas pelas singelas imagens, mas sobretudo pelos
pactos firmados entre o Governo e o maior partido da oposição. A confiança de
Rui Rio é tal que fala abertamente de um acordo para a lei de bases da Saúde.
Fica o desconforto visível nos partidos que apoiam esta solução de governo e o
reacender da esperança de Francisco Assis e afins.
No entanto, e fazendo fé na
sensatez de António Costa, a reedição de um bloco central pode muito bem não
passar de um sonho. De resto, a actual solução política, apesar das
dificuldades inerentes a um mundo de diferenças entre os partidos, não só tem
funcionado, como chega mesmo a fazer escola para desgosto daqueles que utilizam
o termo “geringonça”, de modo depreciativo.
Paralelamente, os parceiros mais
à esquerda têm revelado serem confiáveis e fiéis – desbaratar esse capital
seria um verdadeiro tiro no pé que destruiria uma solução que conta com o
agrado dos cidadãos.
Ainda assim, importa que António
Costa não se aventure excessivamente por terrenos escorregadios com aquele que,
de forma sorridente, tenta esconder a sua periclitante posição no seio do PSD,
procurando neste encosto ao PS uma espécie de solução que resulte no tão
almejado estado de graça.
*Ana Alexandra Gonçalves |
Triunfo da Razão
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