Em discurso inaugural, Giuseppe
Conte promete luta contra corrupção, privilégios e migração ilegal, além de
buscar uma aproximação com Moscou, num governo que não pode ser qualificado de
direita e nem de esquerda".
O novo primeiro-ministro da
Itália, Giuseppe Conte, apoiado pelo eurocético Movimento Cinco Estrelas (M5S)
e pela ultradireitista Liga (ex-Liga Norte), apresentou nesta terça-feira
(05/06) seu governo, em discurso de posse perante o Senado como "um novo sistema
contra os privilégios no país", dizendo representar "uma mudança
radical".
Conte, um jurista e professor
universitário de 53 anos que não fazia parte do Parlamento italiano, admitiu
não ter experiência política e afirmou ser um "simples cidadão" que
se declarou disponível e colocou sua experiência a serviço do país.
O novo primeiro-ministro italiano
acrescentou que assumirá o cargo com "humildade, determinação e
conhecimento de seus limites", mas também com a abnegação de quem
compreende o peso da responsabilidade que lhe outorgaram, sendo "o
advogado que protegerá os interesses de todo o povo italiano".
Em resposta às críticas de que
seu governo é populista ou antissistema, Conte afirmou que "se o populismo
é escutar as necessidades do povo e antissistema é introduzir um novo sistema
que remova velhos privilégios, então estas qualificações são merecidas".
"Não acredito que se trate
de uma simples novidade. A novidade é que iniciamos uma mudança radical da qual
estamos orgulhosos." Seu governo "não pode ser qualificado nem de
direita e nem de esquerda".
Em seguida, Conte enumerou os
pontos do programa de governo assinado entre a Liga e o M5S, entre os quais se
destacam uma renda mínima de cidadania para os desempregados, luta contra a
corrupção e fim da migração ilegal. A nova coalizão italiana pretende acabar
com "o mercado da imigração, que cresceu desproporcionalmente sob o manto
da falsa solidariedade".
Na política internacional,
reiterou que, embora seja membro da Otan e os Estados Unidos sejam um "parceiro
privilegiado", a Itália promoverá "uma abertura à Rússia" e
"revisará o sistema de sanções, sobretudo as que afetam a sociedade
civil".
Conte garantiu ainda a introdução
de alíquotas tributárias fixas, já que "a pressão fiscal, unida ao excesso
de burocracia, incidem negativamente na relação com os contribuintes e sobre a
competitividade do país", e afirmou que ajudará a evitar a "evasão
fiscal".
Ele explicou que serão reforçadas
as agências de emprego, que ajudará os aposentados para que tenham uma pensão
digna, e se comprometeu a eliminar as listas de espera no sistema de saúde.
Um dos temas em que mais se
aprofundou, em seu discurso de uma hora e 11 minutos, foi a luta contra a
corrupção, com interdições para os corruptos a introdução de policiais
infiltrados na investigação de casos. Ele prometeu que seu Executivo lutará com
"todos os meios contra as máfias". Após o discurso, Conte iniciou um
debate com a participação de todas as forças políticas.
PV/efe/dpa | Deutsche Welle
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