É oficial. Sergio Moro demora
pouco mais de 24 horas para decidir aceitar convite de Bolsonaro e assumir
ministério. Em nota, juiz de Curitiba já anuncia desligamento da Lava Jato
O juiz federal Sérgio Moro
aceitou nesta quinta-feira 1 o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro
(PSL) para comandar o superministério da Justiça.
O magistrado vai divulgar uma
nota detalhando os termos da proposta que aceitou.
De acordo com informações da
imprensa, Moro deixou o condomínio onde Bolsonaro mora, no Rio, às 10h45, após
cerca de 1h30 de reunião.
Na saída, o magistrado chegou a
deixar o carro onde estava para falar com a imprensa, mas, diante do tumulto no
local, não fez nenhuma declaração.
O juiz chegou às 9h à residência
de Bolsonaro. O presidente eleito convidou Moro para assumir um superministério
da Justiça, ampliado e com órgãos de combate à corrupção, que estão atualmente
em outras pastas, como a Polícia Federal e o Coaf, que estão envolvidas nessa
operação.
Os dois conversaram sobre o
desejo do presidente eleito de ver o magistrado como ministro da Justiça ou do
Supremo Tribunal Federal, quando houver vaga.
A agenda de Bolsonaro desta
quinta inclui a visita dos embaixadores da Espanha e dos Estados Unidos, além
de entrevista a emissoras católicas.
Questionado sobre o que o motivou
para o encontro com Bolsonaro, o juiz afirmou que o país precisa de uma agenda
anticorrupção e anticrime organizado.
“Se houver a possibilidade de uma
implementação dessa agenda, convergência de ideias, como isso ser feito, então
há uma possibilidade. Mas como disse, é tudo muito prematuro”, destacou Moro.
Ao desembarcar no aeroporto
Santos Dumont, pela manhã, o magistrado não falou com a imprensa e, antes de
chegar à casa do presidente eleito, fez uma pequena parada em um hotel que vem
sendo usado como uma espécie de QG para quem visita Bolsonaro.
No Santos Dumont, Moro
desembarcou diretamente na pista de pouso do aeroporto, de onde partiu em um
carro da Polícia Federal.
Ao aceitar o convite para compor
com Bolsonaro, Sergio Moro divulgou a seguinte nota:
“Fui convidado pelo Sr.
Presidente eleito para ser nomeado ministro da Justiça e da Segurança Pública
na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para
a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que
abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma
forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição,
a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa
consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar
riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguira em
Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar
controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes.
Curitiba, 01 de novembro de 2018. Sergio Fernando Moro”
Pragmatismo Político
Na foto: Sergio Moro ao lado de
Eduardo Bolsonaro
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