Ao quarto dia ressuscitamos. O
pontapé de saída de hoje é com o Expresso Curto, por Pedro dos Santos Guerreiro.
No PG, este interim interruptivo deveu-se a… Não tem nada com isso. Ponto. Para quê referirmos as nossas desgraças se todos deviam saber que este país é uma
desgraça pegada e que as palavras sobre as nossas desgraças estão mais que “batidas”?
Adiante.
Angola é deles e há algumas
esperanças que com este novo presidente, João Lourenço, sobrem mais algumas
migalhas para os angolanos. Por lá têm sido tantos os que roubaram e só uns
quantos estão a ser “incomodados” ao de leve. Justiça é o que convém e não
arremedos titubeantes dessa especiaria que é fundamental para que a democracia
seja efetiva, entre outras especiarias, como a transparência, a distribuição
equitativa da riqueza. Pois. É verdade, aqui por Portugal também a “coisa está
preta”, é negativa. Uns quantos abafam o que é de todos e depois nada lhes
acontece a não ser, às vezes, umas “comichões incomodativas”. Olhem os gurus do
BPN, olhem os Salgados, olhem como no horizonte português eles são tantos no
recorte da serra das falcatruas e autênticos roubos. Tantos, premiados com
impunidade e canções de embalar que adormecem o povinho. Esse ícone de
estupidez asfaltada, só não inerte para produzir e distribuir riqueza aos
parasitas e salafrários dos poderes e suas ilhargas. Os tais vibrantes e
violentos nos futebois e nas futilidades que lhes impingem por saberem das suas
longas tranças de gentes que se julga em democracia e justezas que lhe pertencem
mas que estão em défice, na posse de uns quantos marmanjos e das corporações.
Adiante.
Avançando para o Curto lá vem
Angola. Lá vêm ladainhas costumeiras… Lá vem tanta coisa para agora e mais
tarde recordar em sépias da memória que fixaram e fixam a tal “raça” do “salve-se
quem puder”, teoria dos tantos medíocres e calhaus com olhos que constituem o
tal terço que anda a enganar os outros dois terços.
Vomitemos, irmãos. Tenham um bom
dia se acaso considerarem que tal é possível. Olhem que não. Olhem que não. Na
realidade, não. (MM | PG)
Bom dia este é o seu Expresso
Curto
Onde as galinhas põem os ovos
Pedro Santos Guerreiro | Expresso
“Não faço política. Faço
negócios”. Isabel dos Santos almoçava no restaurante Scott’s, em Mayfair, no
centro de Londres, com o jornalista do Financial Times. Estávamos em 2013,
meses depois de a Forbes a ter classificado como a mulher mais rica de África. A
entrevista foi citada em Portugal sobretudo por uma frase, em que a filha do
então Presidente explicava a sua vocação precoce: “eu vendia ovos de galinha
quando tinha seis anos”.
“Acredito que as galinhas não tenham posto os ovos só em Portugal”, disse no sábado o agora Presidente de Angola, João Lourenço, numa longa entrevista ao Expresso, intitulada “São conhecidos os que traíram a pátria”. O governante referia-se ao capital que saiu de Angola para empresas de fachada, dinheiro a que se podiam ter juntado mais 1,5 mil milhões de dólares que tentaram retirar do país à última hora. “Esta é a situação que encontrámos: os cofres do Estado já vazios com a tentativa de os esvaziarem ainda mais!” Na mesma entrevista, João Lourenço desafiou José Eduardo dos Santos a denunciar “quem beneficiou do banquete, as figuras que de forma vergonhosa delapidaram o erário público”.
Não foi o que José Eduardo dos Santos fez. Ontem, desmentiu ter deixado os cofres vazios; ontem, Isabel dos Santos alertou para uma "crise política profunda em Angola"; ontem, João Lourenço chegou a Portugal. A sua visita oficial começa hoje em Lisboa para depois terminar no Porto, prevendo-se a assinatura de mais de 20 acordos e protocolos entre os dois países.
As dívidas a empresas portuguesas são um dos problemas por superar, tanto mais que muitas delas não estão sequer registadas na contabilidade dos devedores. António Costa elogiou “a franqueza e a transparência” de Angola sobre este assunto, sem a resolução do qual é difícil João Lourenço cumprir um dos seus objetivos: captar investimentos portugueses.
“A forma como nos relacionámos com Angola é hoje completamente obsoleta”, diz Augusto Santos Silva, argumentando que não podemos continuar a olhar para Angola “para examinar a sua evolução política” ou “ver um mercado para obras públicas”, temos sim de perceber a oportunidade “vastíssima” da “lição que João Lourenço está a dar a toda a gente”.
É isso que o presidente de Angola procura: investimentos e relações políticas normalizadas, mas sem fazer grandes juras de amor. João Lourenço tem aberto canais comerciais e de investimento com vários países, como França, Alemanha, China e Estados Unidos. Não está a colocar os ovos todos em Portugal.
“Acredito que as galinhas não tenham posto os ovos só em Portugal”, disse no sábado o agora Presidente de Angola, João Lourenço, numa longa entrevista ao Expresso, intitulada “São conhecidos os que traíram a pátria”. O governante referia-se ao capital que saiu de Angola para empresas de fachada, dinheiro a que se podiam ter juntado mais 1,5 mil milhões de dólares que tentaram retirar do país à última hora. “Esta é a situação que encontrámos: os cofres do Estado já vazios com a tentativa de os esvaziarem ainda mais!” Na mesma entrevista, João Lourenço desafiou José Eduardo dos Santos a denunciar “quem beneficiou do banquete, as figuras que de forma vergonhosa delapidaram o erário público”.
Não foi o que José Eduardo dos Santos fez. Ontem, desmentiu ter deixado os cofres vazios; ontem, Isabel dos Santos alertou para uma "crise política profunda em Angola"; ontem, João Lourenço chegou a Portugal. A sua visita oficial começa hoje em Lisboa para depois terminar no Porto, prevendo-se a assinatura de mais de 20 acordos e protocolos entre os dois países.
As dívidas a empresas portuguesas são um dos problemas por superar, tanto mais que muitas delas não estão sequer registadas na contabilidade dos devedores. António Costa elogiou “a franqueza e a transparência” de Angola sobre este assunto, sem a resolução do qual é difícil João Lourenço cumprir um dos seus objetivos: captar investimentos portugueses.
“A forma como nos relacionámos com Angola é hoje completamente obsoleta”, diz Augusto Santos Silva, argumentando que não podemos continuar a olhar para Angola “para examinar a sua evolução política” ou “ver um mercado para obras públicas”, temos sim de perceber a oportunidade “vastíssima” da “lição que João Lourenço está a dar a toda a gente”.
É isso que o presidente de Angola procura: investimentos e relações políticas normalizadas, mas sem fazer grandes juras de amor. João Lourenço tem aberto canais comerciais e de investimento com vários países, como França, Alemanha, China e Estados Unidos. Não está a colocar os ovos todos em Portugal.
OUTRAS NOTÍCIAS
Não foi de Angola que António Costa. Em entrevista à Lusa publicada hoje à meia-noite, o primeiro-ministro acusa o PSD de “esquizofrenia” sobre orçamento, insiste na repetição de acordos à esquerda num novo governo depois das legislativas do próximo ano. E diz que se o acordo entre PSD, CDS, Bloco de Esquerda, PCP e PEV para se contabilizar todo o tempo de serviço congelado aos professores for a sério, “esse entendimento não é sério”. Sobre política internacional, António Costa espera “um Brexit ordenado e não algo de caótico”. Ah, e sobre o IVA das touradas, salienta que o bem-estar animal consta do Programa do Governo…
O Banco de Portugal e o Ministério Público estão a investigar suspeitas de que o aumento de capital do Montepio realizado em dezembro de 2013, de 200 milhões de euros, tenha sido financiado em mais de 30 milhões de euros do próprio banco, avança a RTP. Se assim foi, foi irregular. Os 30 milhões terão sido emprestados a testas de ferro, entre os quais o filho do construtor José Guilherme, que ficou famoso pelas “prendas” de milhões de euros dadas a Ricardo Salgado. O caso envolve Tomás Correia, que é candidato à presidência da mutualista, numa eleição marcada para daqui a dias.
Rui Rio foi chamado à comissão de inquérito do caso da escarpa da Arrábida, no Porto. A sua comparência é facultativa, neste caso que ainda vai dar muito que falar. Em causa estão dúvidas sobre uma alegada contrapartida secreta, negociada em 2009, no acordo do Parque da Cidade.
A Marinha vai usar hoje um submarino com controlo remoto nas buscas que resultam do colapso da estrada em Borba, explica a Renascença. Ontem, o Expresso Diário noticiou que o Estado licenciou a pedreira em causa sabendo que violava regra de segurança. Já Assunção Cristas diz que “o Estado falhou”.
O Algarve vai ter novas rotas no inverno: são mais 210 mil lugares de avião. Milão, Basileia, Bordéus, Cork ou Marselha são alguns dos novos destinos no aeroporto de Faro, onde o tráfego aéreo deverá crescer 18% em novembro e 25% em dezembro, gerado sobretudo com voos da Ryanair e Easyjet.
A Autoeuropa já viu cancelados sete navios para transporte de carros no porto de Setúbal, por causa da greve dos trabalhadores portuários. Para esta manhã estava previsto o carregamento de 2500 automóveis que há mais de duas semanas esperam por um navio. Desde as seis da manhã que trabalhadores grevistas lá se encontram, num ambiente que começou por ser de tensão.
Para cumprir as metas do Acordo de Paris, a venda de carros a gasolina e gasóleo na União Europeia têm de acabar em 15 anos, revela o estudo “Roteiro para a descarbonização dos veículos ligeiros na Europa”. Em Portugal, a venda de carros elétricos regista um crescimento “exponencial”.
Ainda sobre o Brexit, as negociações continuam, estando a declaração política sobre a futura parceria longe de estar fechada. A questão de Gibraltar levantada por Espanha não está resolvida, o que pode levar a um veto espanhol.
Bruxelas mantém o braço-de-ferro com Itália por causa do Orçamento. E ameaça abrir um procedimento por défice excessivo no início do próximo ano, por causa da dívida pública.
Os esforços de Steve Bannon, antigo estratega de Donald Trump, para ajudar partidos populistas de direita na Europa confrontam-se com possíveis ilegalidades na maioria dos países onde está a intervir, avança uma investigação do The Guardian. Nos últimos meses, Bannon tem tentado angariar partidos europeus para o seu grupo de consultoria Movement mas, segundo o jornal britânico, em nove dos 13 países onde está a operar, os seus métodos não cumprem as leis eleitorais.
Em 18 anos, houve 220 tiroteios em escolas dos Estados Unidos, contabiliza o El Pais, citando dados do Washington Post. Neles morreram 128 pessoas, a maioria dos quais estudantes. 2018 é o ano com piores dados: 23 assaltos armados só entre janeiro e maio.
No Iémen, 85 mil crianças terão morrido de fome durante a guerra nos últimos três anos. Mais de 300 mil crianças da Venezuela que migraram para a Colômbia precisam de atenção especial, diz o "defensor do povo", uma espécie de provedor de justiça venezuelano. Na Arábia Saudita, ativistas que defenderam o direito das mulheres a conduzir terão sido torturadas.
“Até os republicanos estão enervados”. O Congresso norte-americano ordena Trump a abrir uma investigação oficial ao príncipe herdeiro saudita por causa das suspeitas da CIA de que Mohammad bin Salman esteve mesmo envolvida no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. Donald Trump parece mais do que relutante em admiti-lo: escreveu uma carta a defender a Arábia Saudita que deixou muita gente furiosa.
O Estoril Praia deixou de anunciar os resultados dos escalões mais jovens de futebol. Porquê? Para humanizar, explica a Tribuna Expresso.
Foram divulgadas as estrelas do Guia Michelin deste ano. Os vencedores portugueses estão todos aqui.
As Obras Completas de Vitorino Nemésio vão ser editadas ou reeditadas. A apresentação do primeiro volume é feita hoje na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, explica a Vida Extra.
Leia aqui, na Blitz, os concertos de música que ainda vai poder ver até ao fim do ano e em 2019.
Ontem à noite, o projeto 2:59, do Expresso, ganhou o Prémio Sapo na categoria de Serviço Público. Pode ver o episódio desta semana, “Porque é que é se foge de um país que tem as maiores reservas de petróleo do mundo?”, aqui. E consultar os mais de 120 episódios deste projeto aqui.
FRASES
“Tencionamos suceder a nós próprios”. António Costa, à Lusa.
“Quero espetar uma estaca no vampiro de Bruxelas”. Steve Bannon, no The Guardian.
“Sou o último dos que com esta idade ainda dançam, saltam e divertem-se”. João Botelho, 69 anos, no DN.
“Num momento agudo para Portugal foram os chineses que vieram a jogo”. Eurico Brilhante Dias, na Rádio Renascença.
O QUE EU ANDO A LER
Um livro: “Por Saramago”, de Anabela Mota Ribeiro, uma edição belíssima, “forma de prestar tributo e agradecer o legado”, que reúne entrevistas e conversas da jornalista com José Saramago e também com Pilar del Río. Conversas
Jornalismo: lê-se de uma penada e está cheio de informação que ajuda a compreender a desigualdade dos Estados Unidos, em gráficos. É um trabalho do Politico, que explica que “a América é uma terra de oportunidades… desde que se viva o sítio certo”. Ou como o país se divide geograficamente entre comunidades com empregos e riqueza e comunidades de escassez.
Uma colunista: Maria João de Almeida, uma atriz portuguesa a estudar
Tenha um excelente dia.
Sem comentários:
Enviar um comentário