terça-feira, 18 de dezembro de 2018

BRASIL TORNA-SE PREVISÍVEL CANCRO DA AMÉRICA DO SUL



1- No ano de 2003, há 15 anos, abordei no semanário ACTUAL, a vulnerabilidade do Brasil, por altura da candidatura de Lula às eleições no Brasil.

De tentativa em tentativa, para chegar à Presidência, Lula e o PT foram “moldando” seu discurso, seu argumento e sua prática, colocando-se a jeito do poder do império da hegemonia unipolar, desde logo acompanhado pelo sistema capitalista financeiro transnacional por via duma sensibilidade ao nível de George Soros.

A minha intervenção teve o título “O IMPONDERÁVEL DOMÍNIO SOBRE CONTRÁRIOS, OU AS MIGALHAS QUE SOBRAM DA MESA DOS RICOS” e o subtítulo “O CASO DO BRASIL, OU LULA NA CORDA BAMBA DO CIRCO GLOBAL”…

Recordo algumas passagens desse dossier:

“Em Junho de 2002, a candidatura de Lula da Silva à Presidência do Brasil era vista como a favorita dos Brasileiros, mas não dos mercados financeiros, que apostavam abertamente em José Serra.

No Império Romano, só os Romanos votam. No capitalismo global moderno, só os Americanos votam. Os Brasileiros não!

Essa síntese, por mais paradoxal e surpreendente que possa parecer, veio dum filósofo, que melhor que ninguém no Mundo Contemporâneo cultiva a maquiavélica simbiose que catalisa o domínio sobre os contrários ao serviço da própria aristocracia financeira Mundial: George Soros.

Se essa opinião foi dada em Junho de 2002, a 14 de Janeiro de 2003, segundo o Folha on Line, já George Soros dava outra opinião, numa acrobacia próxima dos 180º:

Mudei de opinião. Estou optimista em relação ao Brasil, disse Soros, antes de sua palestra no simpósio Progresso e paradoxo: As realidades da globalização no século 21, realizado em Nova York nesta terça-feira.

Em Junho de 2002, já o PT e Lula tinham sensibilidade acrescida em relação a George Soros e não podiam deixar de levar em linha de conta o maquiavelismo próprio dum híbrido, meio mega especulador e meio filósofo (achamos que devemos esquecer em definitivo o filantropo):

- Puderam verificar, como poucos, os seus dispositivos e acções na Argentina e a sua voracidade antes, durante e depois da crise (George Soros é considerado actualmente como o maior latifundiário e o maior criador de gado do País das Pampas).

- Puderam estudar os seus dispositivos e acções, além do Banco Central durante a governação de Fernando Henrique Cardoso, em Curitiba, a Suiça Brasileira, tendo em conta as experiências que se arrastaram por toda a década de 90, dos circuitos de relação Real – Dólar, desde o governo de Collor de Mello.

- Estavam previamente sensibilizados e precavidos em relação às intervenções de George Soros em relação à Libra Esterlina, (1992 / 1993), em relação à crise no Sudeste Asiático (1997) e em relação à crise na Rússia (1998).

O Companheiro Lula, podia conscientemente preparar-se para o grande circo global: esta era a sua quarta tentativa de chegar à cadeira da Presidência do Brasil e se ela soçobrasse, toda a estratégia do PT estaria em risco e, com ela, a esperança duma vida melhor para todo o Povo Brasileiro.

Por isso os analistas do PT verificaram desde logo quanto o Real era atacado pelos especuladores tendo George Soros na 1ª linha, sempre que Lula fazia os seus desassombrados pronunciamentos típicos da época eleitoral, assim como as penalizações e desvalorizações a que ficava sujeito o Real em relação ao Dólar, de acordo aliás com artigos que foram publicados em tempo oportuno pela Folha de São Paulo.

Por isso a inteligência do PT terá levado muito em consideração o papel de Armínio Fraga Neto, que sendo um dos magos incondicionais de George Soros, estava por dentro do Real desde a altura do seu parto, quando dirigiu as acções de liquidez que possibilitavam o seu projecto, até à instrumentalização do Banco Central durante o governo imediatamente anterior de Fernando Henrique Cardoso, onde ele, mais que exercício, teve oportunidade de deixar a casa bem arrumada para o que desse e viesse.

Armínio Fraga Neto continua a ser aparentemente na sombra, o gerente do grande circo Brasileiro, mesmo que não esteja presente para armar a sua barraca, beneficiando do espectro do mega especulador que paira como um imenso e quase invisível condor sobre o Real e, por tabela, sobre o Brasil.”


2- A vulnerabilidade financeira do Brasil derivava da sua não ruptura em relação ao dólar, algo que naquela época, há 15 anos, era impossível acontecer, pelo que foi dado ao PT um benefício da dúvida, a prazo e com um “submarino” de George Soros acompanhando o expediente: Armínio Fraga Neto!… (https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Eleicoes/Arminio-Fraga-e-o-terrorismo-eleitoral-De-novo-/60/41552).

Ao invés de abruptamente produzir um sangrento choque neoliberal como aconteceu no Chile com o golpe do 11 de Setembro de 1973 sobre o governo democraticamente eleito de Salvador Allende, o império da hegemonia unipolar e seus tentáculos de capitalismo financeiro transnacional preferiram ir instrumentalizando processos de inteligência que não se ficaram pelos vínculos económicos e financeiros e minaram em tempo oportuno os circuitos dos instrumentos de poder da própria Presidência do Brasil.

Contou para isso o marcante facto do Brasil ser um dos componentes dos emergentes BRICS, que se propunham e se propõem ao multilateralismo…

O Brasil podia preencher neles o papel dum cavalo-de-troia, explorando a ilusão do argumento “progressista” de Lula e do PT, aliás estampado na própria bandeira do Brasil: “ordem e progresso”.

Com essa ilusão o Brasil seria mantido na sua essência financeira sob estrito controlo dentro do espaço dos BRICS, a fim de em momento escolhido, integrar o pacote das contramedidas da aristocracia financeira mundial, em resposta aos emergentes do multilateralismo.

Chegou a hora quando os componentes euro-asiáticos dos BRICS começaram a fazer negócios internacionais fora dos circuitos controlados pelo petrodólar e fora do alcance das possibilidades da hiper poderosa Reserva Federal, de há muito tomada pelos interesses privados da aristocracia financeira mundial.

O cavalo-de-troia, refém do capitalismo financeiro transnacional dominado pela aristocracia financeira mundial, não tinha a mesma capacidade de resposta da República Popular da China, pelo que como elo mais fraco e vulnerável dos BRICS, foi aprontado para, queimando-se uma etapa, instalar-se o autoritarismo de conveniência, sem sangue derramado conforme ocorreu o jeito dos crimes de Pinochet num estádio cheio de “comunistas”, mas um ambiente controlado por processos ditatoriais de carácter neofascista e neonazi, em suporte do “evangélico” lançamento de Bolsonaro, sub-repticiamente inculcados no ambiente sócio-político e ideológico do imenso país, em especial nas metrópoles do litoral!

No Brasil não era nada impossível, num país em que a independência foi obtida pela própria elite monárquica, duma realeza que tendo feito fuga da Europa, encontrou seu “eldorado” existencialista na América do Sul!...

No Brasil não foi necessário convulsão alguma para o rompimento com  colonialismo português, ao contrário do que aconteceu com o colonialismo espanhol…

A aristocracia financeira mundial recorria agora às “inauguradas” capacidades judiciais, mas sobretudo ao fundamentalismo da “civilização judaico-cristã ocidental”, conforme às ideologias e redes “stay behind” de recurso como por exemplo as do “Le Cercle” (http://www.voltairenet.org/article8691.htmlhttp://operation-gladio.net/fr/node/546).


3- Também nesse aspecto fui constatando quanto os instrumentos do poder da presidência brasileira estavam afectados, muito antes das últimas eleições, antes até de Lula chegar ao oder!

Há 5 anos produzi duas intervenções sob o título “UMA EMERGÊNCIA FRÁGIL E VULNERÁVEL”, a 7 e 8 de Outubro de 2013 no Página Global Blogspot.

Recordo o que escrevi no I (http://paginaglobal.blogspot.com/2013/10/uma-emergencia-fragil-e-vulneravel-i.html), no seguimento dum extracto sobre o discurso da Presidente Dilma na ONU:

“O Brasil tem toda a legitimidade em defender-se e à sua dignidade, perante um monstro que de há muito perdeu o sentido do respeito para com a humanidade, para com as promessas de democracia e liberdade que apregoa e para com os seus próprios concidadãos, um monstro que tem ultrapassado os limites da coerência e da decência, se comporta com arrogância e faz constante uso da mentira, da manipulação e do ódio!

Denunciar os meios de que se serve a hegemonia para realizar a espionagem, é a posição que também eu tenho vindo a sustentar pelo que ao longo do mês de Setembro e agora em Outubro de 2013 fui produzindo alguns artigos sobre o tema, evidenciando o papel da ilha-pirata de Ascensão no Atlântico Sul.

É nessa ilha que se encontram instaladas as grandes orelhas que permitem coleccionar todos os dados referentes aos países do hemisfério sul do Atlântico, tendo o Brasil um dos alvos dilectos para os interesses norte americanos que movem a iniciativa UKUSA-ECHELON-NSA!

A posição da Presidente Dilma Roussef na ONU vale pela posição de todos os países banhados pelo Atlântico Sul e na profundidade dos dois continentes, América e África!

Essa responsabilidade merece contudo ser sujeita à radiografia própria da consciência crítica: até que ponto essas palavras são substantivas e têm suporte consolidado? Até que ponto a posição não é mais um bluff, um desabafo num vazio?

Constato que as palavras da Presidente do Brasil mereceram outra interpretação de quem no Brasil tem cultivado pontos de vista críticos e patrióticos em relação à sua actuação enquanto Presidente e também em relação ao contexto da espionagem norte americana.

Para esses críticos, em muitos aspectos o Brasil está a proceder de modo a que, conforme as políticas neoliberais em curso, as portas sejam escancaradas para com aqueles que levam a cabo a missão de espiar em função dos interesses da hegemonia norte americana, na presunção de alguma coisa corresponder aos interesses estratégicos do Brasil!

Levar a cabo esse efeito é relativamente fácil; em muitos casos basta promover pontes a fim de absorver conceitos, tecnologias e investimentos… para justificar o estado de letargia próprio dos incautos… mas isso evidencia como, com quem e em nome do quê se estão a fazer as emergências pelo menos de dois dos BRICS: o Brasil e a África do Sul!”…


4- No II (http://paginaglobal.blogspot.com/2013/10/uma-emergencia-fragil-e-vulneravel-ii.html) dessa pequena série, abordei os laços do Sistema de Vigilância da Amazónia, subordinado à Agência Brasileira de Inteligência, com os sistemas dominados pelos Estados Unidos, inventariando algumas das suas evidentes repercussões:

“Desde que o Acordo Militar do Brasil com os Estados Unidos foi conhecido que o PCB tem mantido um posicionamento político interno crítico à política exterior do governo de Dilma, em alguns casos detalhando na sua argumentação.

As duas tónicas principais são romper os acordos militares com os EUA e suspender o leilão do Campo de Libra, mas qualquer uma dessas pretensões parece estarem a esbarrar com um muro de indiferença por parte do executivo.

O Brasil, se tem soluções para fazer face à espionagem norte americana, não pretende romper e esse posicionamento só pode favorecer as políticas de hegemonia unipolar do império, que são reforçadas com a absorção de novas tecnologias!

O modo de funcionamento do SIVAM, Sistema de Vigilância da Amazónia e da própria ABIN, Agência Brasileira de Inteligência, é vulnerável e, é preciso recordar, é uma herança do governo de Fernando Henrique Cardoso!

Para tornar operacional por exemplo o SIVAM, foram adquiridos equipamentos e tecnologias à norte-americana Raitheon e à francesa Thomson… não haverá demasiadas janelas abertas no próprio hardware instalado?

Assim sendo, o Brasil é, com a África do Sul, um dos elos mais fracos da cadeia dos maiores emergentes:

Os emergentes asiáticos aplicam, quase na generalidade, tecnologia de inteligência e militar com hardware por si fabricados, o que não acontece com os emergentes do hemisfério ocidental, situados na América e em África, demasiado dependentes das tecnologias ocidentais, particularmente das várias componentes da OTAN!

Mesmo assim a Rússia adquiriu recentemente à França 4 navios polivalentes da classe Mistral a fim de suprir a sua frota, carente desse tipo de meios e dos respectivos conceitos.

A título de exemplo, em relação ao Brasil:

O primeiro Navio de Patrulha Oceânica construído para as acções na Amazónia Azul, duma série de três, construído nos estaleiros da potência tutelar da ilha-pirata de Ascensão!... quanto mais me espionas, mais eu gosto de ti!...

…A entrega se realizou no prazo de apenas seis meses, após a assinatura do contrato de £133 milhões, prevendo o fornecimento de três Navios de Patrulha Oceânica e a prestação dos serviços auxiliares de suporte. De acordo com o contrato, caberá à BAE Systems fornecer também treinamento a mais de 80 membros da tripulação do Amazonas, baseados atualmente em Portsmouth. O treinamento abordará áreas como operação do navio, sistemas eletrônicos e propulsão. O navio rumará para Plymouth, em julho, onde a tripulação completará seu programa de treinamento, antes de seguir para o Brasil, em agosto.

O primeiro de sua classe, o Amazonas, foi construído nas instalações da BAE Systems, em Portsmouth. Os outros dois navios de sua classe, o Apa e o Araguari, foram construídos nos estaleiros de Scotstoun, às margens do rio Clyde, sendo que a entrega de ambos está prevista para dezembro de 2012 e abril de 2013, respectivamente…

O rugido de Dilma foi apenas para a ONU ouvir: de mau humor desses está mesmo o inferno cheio e, entre rugidos, até nas fotografias continua a ser explícito o sorriso de Obama!”…


5- O “salto para a frente” encetado por Lula e por Dilma, de nada valeu porque na essência os poderes do estado ficaram sempre sob insuspeito e subtil controlo da aristocracia financeira mundial, pelo que o PT ao avançar na trilha do progresso, apenas conseguiu gerar ilusões atrás de ilusões em “pés de barro”, tornando-se em época eleitoral e depois do golpe de Temer, vulnerável à capacidade “evangélica” em suporte das alienações que estão na base da ficcionada eleição de Bolsonaro e agora catapultam o “modelo” neofascista de gestão do Brasil, em estrita vassalagem aos antigos propósitos da Doutrina Monroe!

A Amazónia Azul acabou por ser uma das maiores ilusões, iludindo as espectativas que eu próprio tinha em 2009 (“BRASIL – A AMAZÓNIA AZUL, UMA DAS ÚLTIMAS FRONTEIRAS” – Página Um Blogspot, artigo retirado da Internet):

“Foi preciso chegar-se ao século XXI para esse imenso país de desafios que é o Brasil conseguir capacidades e recursos para tratar de suas últimas fronteiras: o espaço e o Atlântico numa profundidade de 350 milhas da sua linha de costa.

Quem iniciou a saga da estabilidade das enormes fronteiras do Brasil foi o Barão do Rio Branco, que em 1903 encerrou a última questão territorial com o Tratado de Petrópolis.

Desde aí o Brasil pode-se orgulhar por ser um dos poucos países do mundo com vasta fronteira com outros países, onde não existe litígio internacional de áreas.

O Brasil ficou desde então pronto para enfrentar os grandes desafios que essencialmente existem dentro do seu imenso espaço nacional, tão grande como um continente e agora para lá dele.

Desde então parece que em cada cinquenta anos surgem os desafios estratégicos que mobilizam a sociedade brasileira, na sua própria descoberta.

O primeiro grande desafio contemporâneo ocorreu eram volvidos um pouco mais de cinquenta anos, na segunda metade do século XX, com o governo de Juscelino Kubitschek de Oliveira: ao implantar a capital em Brasília, em cumprimento das Constituições de 1891, de 1934 e de 1946, possibilitou ao Brasil reconhecer a Amazónia e lançar as bases do exercício moderno de soberania nesse espaço decisivo para a América e para a Humanidade.

O governo de Lula da Silva no início do século XXI, para fechar com chave de ouro um mandato que persegue a longa luta pela humanização da democracia brasileira, cinquenta anos depois do início da odisseia da Amazónia Verde, responde ao repto da Amazónia Azul e do espaço, as duas últimas fronteiras.”…

No princípio de 2018 tinha alertado meus camaradas da Venezuela, para a perigosa deriva do Brasil, com base nas intervenções menos optimistas do passado.

Além do mais, sob o ponto de vista físico-geográfico, o Arco Mineiro do Orinoco apresentava-se e ainda se apresenta mais vulnerável a qualquer acção ofensiva proveniente do Brasil (tendo em conta as linhas de penetração que se podem distender a partir de Roraima na direcção de Ciudad Bolivar), do que da Colômbia.

É na Roraima onde há diamantes como no Arco do Orinoco…

Em Junho deste ano, em “MULTIPOLARISMO À FORÇA” (http://paginaglobal.blogspot.com/2018/06/mulpolarismo-forca.html), escrevi em jeito de alerta:

…“Por isso os Estados Unidos estão a fazer o que melhor sabem desde a projecção do choque neoliberal a 11 de Setembro de 1973 no Chile: disseminar a subversão por via do caos, do terrorismo e da desagregação, recorrendo a correntes filosóficas e ideológicas mercenárias e contrarrevolucionárias servis ao modelo neoliberal, sobretudo contra o campo das resistências progressistas na América, de certo modo tirando o pé ali onde já está em desequilíbrio.

Esta reversão, no âmbito duma neo Doutrina Monroe, começou com o golpe de estado nas Honduras, a 29 de Junho de 2009 e, tornando-se crónica, está a procurar destruir, inviabilizar, ou vulnerabilizar as instituições internacionais progressistas da América Latina e cada um dos seus principais mentores: Cuba, Venezuela Bolivariana, Nicarágua Sandinista, Equador, Bolívia…

O domínio hegemónico na América Latina arrasta por um lado um cortejo de oligarquias vassalas, obstruindo as instituições democráticas e mantendo-as reféns, por outro promovem caos, terrorismo e desagregação, conforme os exemplos últimos na Venezuela e na Nicarágua!

A ameaça duma coligação de forças se atiçar contra os estados progressistas está a aumentar de intensidade desde a criação do grupo de Lima e entre os sucessos conta com a possível aderência duma Colômbia devassada pelos clãs da droga à NATO (reforçando o Comando Sul do Pentágono), ou um Brasil filtrado até à medula do poder de estado, Agência Brasileira de Inteligência incluída!

Os esforços da Venezuela e da Nicarágua para garantirem a paz, não se podem resumir assim ao enfrentamento que resolutamente travam face às oligarquias vassalas dos Estados Unidos, mas também face às tentativas múltiplas de golpes de estado brandos e ao risco dum embate militar, passando pela contínua desestabilização económica e financeira de que se tornaram dilectas vítimas por vontade do império da hegemonia unipolar.

As resistências dos progressistas latino-americanos é a única via de luta e o seu reforço deve ser uma prioridade para todos os emergentes que se articulam no multipolarismo, pois os Estados Unidos não podendo impor no mesmo pé a hegemonia unipolar como na década de 90 do século XX, está já forçado, ainda que não o reconheça, à oportunidade de integrar as múltiplas plataformas multipolares que se vão arquitectando em nome da paz por todos os continentes!

A fronteira entre a civilização e a barbárie, está bem nítida nos relacionamentos internacionais!”

A fermentação neofascista no Brasil vai ser uma ameaça em crescendo contra a Venezuela Socialista e Bolivariana determinante na América do Sul ao persistir em processos de integração identificados com a Pátria Grande de Simon Bolivar e só as alterações democráticas surgidas no México constituem o dado novo que na imensa região da América pode colocar algum travão ao propósito duma agressão armada avassaladora dos estados reféns do império da Doutrina Monroe, isso e a aliança da Venezuela com uma Rússia que recuperou desde a década de 90 do século passado, duma situação corrosiva, agravada então com a dissolução do Pacto de Varsóvia, do Bloco Socialista Europeu e a implosão da URSS.

Os BRICS entram em fase de progressiva ainda que recuperável ruptura, uma turbulência que pode ocorrer ainda durante as duas décadas por diante.

A propaganda brasileira dirigida em termos “cristão democratas” (ao bom estilo do “Le Cercle”), contra a Venezuela Socialista Bolivariana está a expandir-se e um catalisador dessa expansão é o Defesa Net (http://www.defesanet.com.br/) ligado à ala militar mais radical do Brasil.

No Brasil supostamente aliado da Rússia, a Defesa Net optou por ilustrar a escala da aviação estratégica russa no Aeroporto Internacional Simon Bolivar em Maiquetia, Estado de Vargas, a norte de Caracas, uma notícia com o título“Venezuela urgente”… (http://www.defesanet.com.br/ven/noticia/31439/Venezuela-Urgente---Pousam-2-Tupolev-TU-160-Blackjack-na-Venezuela/), produzindo depois uma “análise” cuja motivação é propaganda alinhada ao Pentágono (http://www.defesanet.com.br/ven/noticia/31440/Exclusivo-Analise---Tupolev-TU-160-na-Venezuela/).

Os próximos 5 anos serão muito críticos na América Latina e a tentativa estado-unidense de assalto à Venezuela ainda não atingiu o seu clímax… faltava um Brasil com a configuração do neofascismo de Bolsonaro, que agora está a ser lançado conforme uma estratégia que George Soros teve em 2002 o “cuidado” de fazer partir:

“No Império Romano, só os Romanos votam. No capitalismo global moderno só os Americanos votam. Os Brasileiros não!”

Martinho Júnior - Luanda, 11 de Dezembro de 2018.


Imagens:
ACTUAL nº 374 de 6 de Dezembro de 2003 – dossier – O caso do Brasil, ou Lula na “corda bamba” do circo global;
Discurso de Dilma na ONU, há 5 anos;
Encontro de Dilma com Obama, há 5 anos;
A Doutrina Monroe continua em vigor;
A heroica revolução cívico-militar da Venezuela Socialista Bolivariana vai enfrentar um clímax de desestabilização, subversão e agressão durante os próximos 5 anos.

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