sexta-feira, 27 de julho de 2018

EUA X China: 50 anos de guerra económica?


Washington crê em tarifas comerciais contra Pequim, mas não tem plano estratégico algum. Chineses apostam em vasto desenvolvimento tecnológico e na grande rede de infraestrutura da Eurásia

Pepe Escobar* | Outras Palavras

Foi muito mais que um primeiro tiro, à meia-noite, em 6 de julho; pode marcar o início de uma terrível guerra comercial. A queda de braços de tarifas entre EUA e China deve ser vista no contexto de grande virada no Grande Quadro geopolítico e económico.

O jogo de passar adiante as culpas, e todos os tipos de cenários de especulação de como pode evoluir a disputa de tarifas, são questões periféricas. O alvo crucialmente decisivo do que hoje se inicia não é algum “livre comércio” que seria disfuncional; o alvo é o projeto “Made in China 2025” – a China autoconfigurada como usina geradora de alta tecnologia equivalente ou mesmo superior à dos EUA e UE.

É sempre importante destacar que foi a Alemanha que, na verdade, forneceu o molde para “Made in China 2025”, mediante sua estratégia Indústria 4.0.

“Made in China 2025” tem por alvo dez campos tecno-estratégicos: tecnologia de informação, incluindo redes 5G e cibersegurança; robótica, aeroespaço; engenharia oceânica; ferrovias para vagões de alta velocidade; veículos movidos a novas energias; equipamento elétrico; maquinaria para agricultura; novos materiais; e biomedicina.

Para que o projeto “Made in China 2025” dê frutos, Pequim já investiu em cinco centros nacionais de produção de inovações e em 48 centros provinciais, parte de um projeto para chegar a 40 centros nacionais até 2025. E em 2030, via uma estratégia paralela, a China já deverá estar estabelecida também como líder no campo da inteligência artificial (IA).

“O Sonho Chinês”, mantra do presidente Xi Jinping, também conhecido como “o grande rejuvenescimento da nação chinesa”, é estritamente ligado não só a “Made in China 2025”, internamente, mas também, externamente, à Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE), conceito que dá organicidade à política exterior da China para todo o futuro planejável. E os dois tópicos – “Made in China 2025” e ICE – são absolutamente inegociáveis.

Em agudo contraste, não se vê nem sinal no horizonte de qualquer projeto “Made in USA 2025”. A Casa Branca parece modular todo o processo como uma batalha contra a “agressão económica dos chineses”. A Estratégia de Segurança Nacional define a China como principal força que desafia o poder dos EUA. A Estratégia de Defesa Nacional do Pentágono vê a China como “concorrente estratégico que usa economia predatória”. E como chegamos a isso?

Inovação ou morte

E indispensável conhecer um pouco do contexto-cenário.

David Harvey, em O Novo Imperialismo, recorre a The Global Gamble: Washington’s Bid for Global Dominance, de P. Gowan, para chamar atenção para o quanto ambos veem “a radical reestruturação do capitalismo internacional depois de 1973 como uma série de jogadas, tentadas pelos EUA, interessados em manter a própria posição hegemônica nos assuntos econômicos mundiais contra Europa, Japão e, depois, contra o Leste e o Sudeste da Ásia”.

Antes de o milênio acabar, Harvey já enfatizava o modo como Wall Street e o Tesouro dos EUA eram operados pelo Estado como “instrumento formidável de governança econômica para impulsionar os processos de globalização e as transformações domésticas neoliberais associadas.”

Agora a China, em velocidade alucinante, está finalmente pronta a investir na projeção de seu próprio poder econômico. Como Harvey já observou há mais de uma década, o próximo passo para o capitalismo da Ásia Oriental seria “afastar-se do muito que depende do mercado norte-americano”, rumo ao “cultivo de um mercado interno”.

Harvey descreveu o programa de modernização maciça da China como “uma versão interna de reorientação espaço-temporal equivalente ao que os EUA fizeram internamente nos anos 1950s e 1960s mediante a suburbanização e o desenvolvimento do chamado Cinturão do Sol”. Na sequência, a China estaria “gradualmente drenando o capital excedente do Japão, de Taiwan e da Coreia do Sul e, assim, reduzindo os fluxos para os EUA”. Já está acontecendo.

O presidente Trump não é exatamente o que se diria um estrategista geopolítico. A razão para as novas tarifas pode ser forçar as cadeias de suprimento das empresas norte-americanas a reduzir o muito que dependem, hoje, da China. Mas o modo como a economia global foi montada não aguenta o desmanche dessas cadeias de suprimento – com a produção sendo des-deslocalizada de volta aos EUA, como diz Trump. O local, local, local também rege a lógica do capitalismo turbinado: as empresas sempre privilegiarão a mão de obra mais barata e os menores custos de produção, não importa onde estejam.

Agora, comparem isso à China que investe em deslocalização da alta tecnologia integrada com centros de excelência norte-americanos. No que se trate da cabeça do combate na linha da inovação entre China e EUA, a estratégica do Zhongguancun Development Group (ZDG) é caso fascinante.

O grupo ZDG estabeleceu vários centros de inovação fora da China. O principal Centro ZGC de Inovação está instalado em Santa Clara, Califórnia, bem perto de Stanford e dos campus de Google e Apple. Há agora um novo centro em Boston à distância de um grito de Harvard e do MIT.

Esses centros fornecem o pacote completo – desde laboratórios que são o estado da arte até – fator crucialmente importante – o capital, mediante um fundo de investimento. A matrix vem do governo de Pequim, pelo tecnodistrito da cidade. E nem é preciso dizer que o grupo ZDG está integralmente alinhado com a ICE e a ênfase que jamais é esquecida na expansão, para “aprender a experiência de outros países, de um ecossistema de inovação”

Isso, num microcosmo, é do que trata o projeto “Made in China 2025”.

Meio século de guerra comercial?

Assim sendo, o que acontecerá?

Sob o atual tsunami de histeria, a análise sóbria que nos vem de Li Xiao, decano da Escola de Economia da Universidade Jilin, é mais que bem-vinda.

Li vai logo à jugular. Destaca o quanto “a ascensão da China é, essencialmente, um ganho de status dentro do sistema do dólar.” Do ponto de vista de Pequim, é imperativo mudar, mas a mudança será gradual. “O objetivo da internacionalização do yuan não é substituir o dólar. No curto prazo, o sistema do dólar é insubstituível. Nosso objetivo para o yuan é reduzir o risco e o custo, sob o sistema do dólar.”

Com muito realismo, Li também admite que “o conflito entre as duas maiores potências prosseguirá por, no mínimo, 50 anos, talvez mais. Tudo o que está acontecendo hoje é apenas um show preliminar, antes do espetáculo principal da história.”

Implícita na metáfora do show preliminar, antes do espetáculo principal, é a ideia de que a liderança chinesa parece interpretar o primeiro tiro do tarifaço, à meia-noite de hoje, como um modo de reaquecer o que se lê na Estratégia de Segurança Nacional dos EUA. A conclusão, para Pequim é uma só e inescapável: agora, os EUA começaram a ameaçar o Sonho Chinês.

Dado que o Sonho Chinês, o “rejuvenescimento da nação chinesa”, “Made in China 2025”, a ICE, o multipolarismo e a China como motor da integração da Eurásia são itens absolutamente não negociáveis, não surpreende que o cenário esteja montado para forte, inevitável turbulência.

*Pepe Escobar - Jornalista brasileiro, correspondente internacional desde 1985, morou em Paris, Los Angeles, Milão, Singapura, Bangkok e Hong Kong. Escreve sobre Asia central e Oriente Médio para as revistas Asia Times Online, Al Jazeera, The Nation e The Huffington Post.

Portugal | Saúde: bem público, direito de todos


Discussão lançada, há que combater os que pretendem fazer uma nova Lei de Bases que seja uma «via verde» aos lucros dos privados à custa da nossa Saúde.

Setembro trará o retomar da discussão em torno de uma nova Lei de Bases da Saúde. Depois da lebre lançada pelo BE, que levou uma proposta a discussão no Parlamento, ainda que a decisão tenha ficado para mais tarde, têm-se sucedido posicionamentos diversos e o Governo já prometeu uma iniciativa própria, encomendada a uma comissão liderada pela ex-ministra e consultora da Luz Saúde Maria de Belém.

Duas coisas ficaram claras na discussão: se a actual composição da Assembleia da República permitiu dar determinados passos, na matéria em apreço (como noutras), as contas podem ser outras; não é a actual Lei de Bases que não permite a resposta aos problemas que o Serviço Nacional de Saúde enfrenta. 

Estes são vários, como temos vindo a noticiar, mas têm em comum a falta de meios, com o subfinanciamento como pano de fundo. E, como também já abordámos, parte da explicação reside nos recursos públicos que são colocados no sector mas acabam nos cofres dos privados. Nenhum destes factores é imposto pela lei actual, como não é a existência de taxas moderadoras: havendo vontade política, a situação pode ser mudada sem uma alteração legislativa.

Uma proposta de Lei de Bases da Saúde que pretenda fazer face aos problemas do Serviço Nacional de Saúde deve ter como prioritário o combate a esta realidade de dependência que prejudica as condições de acesso a este direito constitucional. Mas, do que se conhece, o Governo minoritário e o PS estão mais disponíveis para agravar a situação do que para a resolver, num quadro de mexida na lei.

Se do PSD e do CDS-PP se sabe o que esperar, também o PS aparenta estar refém dos interesses da saúde privada. A nomeação de Maria de Belém deu logo um sinal, que se materializou na proposta feita pela comissão que, no essencial, vai ao encontro dos desejos formulados pelo Presidente da República e pelo líder do PSD, ao deixar intocáveis as parcerias público-privado e a entrega de áreas essenciais dos cuidados de saúde a terceiros, como acontece com os exames complementares de diagnóstico ou nas cirurgias.

Não só a direita política, mas todos os interesses que se movem em torno do negócio da Saúde aproveitaram o momento e a oportunidade para colocarem em cima da mesa as suas exigências. O documento subscrito por várias personalidades – de Bagão Félix a Vítor Melícias, de Couto dos Santos a Henrique Monteiro – lançou dez «princípios orientadores para uma Lei de Bases da Saúde».

Lá está, no sexto ponto, que o «Sistema de Saúde» (nome que não é inocente e que procura esvaziar de sentido o nosso Serviço Nacional de Saúde) deve dar resposta às necessidades dos cidadãos «independentemente da natureza pública, privada ou social das instituições prestadores de saúde».

Os pontos seguintes reforçam a ideia, caso não tenha ficado clara: «as instituições de saúde privadas e sociais têm contribuído e devem contribuir [...] para a prestação dos cuidados em Portugal» e «o Estado deve actuar através de serviços próprios e por via de acordos com entidades privadas e sociais».

É certo que não escondem ao que vêm, mas o Governo e o PS não podem esconder-se atrás de Maria de Belém e seguir recomendações dos que sempre quiseram destruir o Serviço Nacional de Saúde e abrir esse negócio multimilionário aos apetites dos grandes grupos económicos.

AbrilAbril | editorial | Foto: Inácio Rosa / Agência LUSA

Cultura | Fim de semana está aí. Saiba o que pode ver à borla em Lisboa e no Porto


Julho tem sido tímido no que a sol diz respeito, mas nada tímido quando falamos de ofertas culturais.

Eis mais um fim de semana que chega.

Há alegrias que se repetem e outras novas que chegam. Mas antes de vermos com mais detalhe que ofertas culturais gratuitas temos nós, aproveitamos para lembrar que domingo de manhã há muitos museus e monumentos pelo país fora de portas abertas.

Vamos então ver o que podemos esperar nestes dias 27, 28 e 29 de julho. Adiantamos desde já que há cinema ao ar livre, há Luís Represas em conversa com fãs, música e exposições e tanto mais para ver.

Prepare a agenda, que a hora é de cultura grátis.

Grande Lisboa

Cinema no Pólo Cultural Gaivotas
O Pólo Cultural Gaivotas é um centro cultural lisboeta que conta com animação bem variada. O cinema ao ar livre, gratuito, como se quer nesta agenda, é destaque a ter em conta num evento chamado Lusco-fusco que vai a caminho da terceira edição. Conheça o programa completo aqui.

Lisboa por 'Half-a-Dozen' de estrangeiros
A convite, seis fotógrafos fotografaram Lisboa, em 2016. O resultado tem estado em exibição no espaço Collector's Marvila, um local que já começou a deixar a sua marca na Lisboa dos nossos dias. Eis o que há a reter: julho está a chegar ao fim e, com o adeus do mês, irá também embora a última oportunidade de ver a exposição. 

Em julho há Janeiro na Fnac
Depois do Festival da Canção, Janeiro prossegue os seus passos musicais. O músico e cantor com quem falámos este ano vai estar esta sexta-feira e sábado nas Fnac. 

Onde
Centro Comercial Colombo
Quando

Sexta-feria, 27 de julho, às 21h30

Onde
Centro Comercial CascaiShopping
Quando

Sábado, 28 de julho, às 16h30

Há festas de Loures a decorrer

Loures, aqui bem próximo de Lisboa, vive animadas noites. Até 29 de julho há festas a decorrer, que dão vida a vários locais. Música, exposições, teatro, animação de rua e desporto dão vida a diferentes espaços do concelho. Este fim de semana há concertos de Voodoo Marmalade, Resistência, The Black Mamba, Dj Marfox, entre outros. Ora veja!

Cinema ao ar livre na Fábrica da Pólvora
Este sábado à noite há 'Viver Depois De Ti', um drama de Thea Sharrock, para ver este sábado ao ar livre, que verão e cinema combinam na perfeição. Encontro marcado na Fábrica da Pólvora, em Barcarena. Saiba tudo aqui.

Festival ao Largo despede-se
O Festival ao Largo fez de julho mês especial no não menos especial Largo de São Carlos, no 'coração' da capital. Este fim de semana é de adeus, um que vale a pena dizer no local. Saiba o que ainda há para descobrir.

Somersby Out Jazz continua
Já foi novidade mas, a cada ano que passa, é cada vez mais tradição. E uma que vale muito bem a pena manter. O Out Jazz junta música ao vivo em fins de tarde nos espaços verdes mais nobres de Lisboa. No mês de julho é o Parque Eduardo VII que vai receber os concertos do Somersby Out Jazz. 

Quando e Onde

 Domingo, 22 de julho, a partir das 17h - Parque Eduardo VII
Quem

Adilan Ferreira | Ketzal

Roy Liechtenstein no Colombo
Uma exposição com 41 obras do pintor norte-americano Roy Lichtenstein, desde pop art, paisagens e cartazes, está a dar cor e vida ao Centro Comercial Colombo. Saiba mais sobre este artista e esta iniciativa louvável do Colombo aqui. Uma oportunidade tão simples quanto imperdível, para ver até dia 23 de setembro.

Grande Porto

Encontro com Luís Represas
Luís Represas, a voz que se destacou a solo e 'ao leme' dos Trovante, tem álbum novo e vai falar sobre este novo projeto com os fãs, num encontro marcado para esta sexta-feira.

Onde
Fnac do NorteShopping
Quando

Sexta-feira, 27 de juho, às 22h

Verão na Casa da Música
A Casa da Música, espaço privilegiado não apenas na Invicta mas em todo o país, também não esquece o verão. Até 11 de setembro há um programa variado que incluiu algumas oportunidades que não são de desaproveitar. Saiba tudo clicando aqui.

João Só ao vivo no MAR Shopping
O MAR Shopping está empenhado em ter programas para todos os gostos. Eis o que deve chamar a sua atenção. À sexta-feira à noite há música com João Só, ao domingo há workshop para os mais novos, nos já famosos Dominguinhos. Saiba mais aqui.

João Couto ao vivo nas Fnac
A Fnac continua a dar-nos concertos gratuitos, em ambiente mais intimista, que são ótima oportunidade para (re)descobrir artistas. João Couto atua esta sexta-feira, 27 de julho, às 22h, na Fnac do GaiaShopping. No sábado há nova oportunidade, às 17h, na Fnac do NorteShopping.

Bom fim de semana e boas ofertas culturais!

Notícias ao Minuto

Portugal | Os milhões de Robles e os falsos moralistas do PSD e seus iguais


Há um vereador (parece que agora a definição mudou para deputado municipal porque é mais “fino e isso cola com os finórios dos poderes) que hoje foi eleito saco de boxe. De sua graça Ricardo Robles, leva pancada daqui e dali porque está em vias de fazer um negócio de milhões com uma casarota em Alfama. Propriedade dele e da irmã. Querem comprar e dão-lhe milhões. Não é roubado. Não faz parte dos cambalachos habituais do PSD, nem do PS. Nos tais em que os portugueses ficam a “arder”, sustentando autênticos chicos-espertos parasitas. É o que mostram jornais como o Correio da Manha e outros. Ponto.

Acresce que Robles é do Bloco de Esquerda e insurge-se amiúde contra a “especulação imobiliária na capital”, como refere o site no ECO – Economia Online. E agora a especulação caiu-lhe no colo por via do imóvel em Alfama. Pode vender por milhões o que comprou com tuta-e-meia de euros. Ena!

Vai daí os críticos da direita mais ressabiada e falsa moralista, parece que mais acintosamente o PSD, atirou-se a Robles como gato a bofe. Ai os descarados! Ai os filhos da mãe! Para não usar aqui termos considerados palavras e nomes feios. Então o Robles vai receber milhões por uma xafarica em Alfama? Questionam, invejosos e a quererem parecer muito honestos, muito contra a especulação, a corrupção, o conluio e o nepotismo.  A fingir, é só mesmo a fingir. Porque Robles é do Bloco de Esquerda, não é do PSD, nem do CDS, nem do MIRN, nem da Rede Bombista, nem do ELP, nem cavaquista… Se não estariam caladinhos que nem rato.

O PSD exige a demissão de Robles de vereador/deputado municipal, refere em título o ECO. Pois. A razão é o que é e vimos escarrapachada nos semblantes daqueles tão bons rapazes, que tão bem representam os interesses dos munícipes e até das prostitutas lisboetas, com que se confundem nas artes de bem-fazer de conta.

É verdade que Robles nunca devia ser proprietário de uma colher cheia de mel coado para poder falar com propriedade. Devia ser um teso, um pobrete mas alegrete. Agora um Robles com uma xafarica em Alfama e por via disso poder vender por milhões não deixa de ser impróprio à luz da sua luta contra a especulação imobiliária. Mas isso não dá direito ao PSD, nem ao PS, nem ao CDS, de armar a chinfrineira a que hoje assistimos e amanhã e dias seguintes continuará. Não, porque quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras para os telhados dos outros. O risco que o PSD, no caso, corre é de o assemelharmos a uma prostituta que critica as outras apesar de ser muito mais prostituta. Isto a nível de municípios e também a outros níveis da política e órgãos de representação para que foram eleitos militantes seus. Governo e AR, para ficarmos por aqui. Ou o PSD quer um historial de tudo isso? Quantos dos seus – os mais ou menos descobertos – já foram parar à cadeia? Quantos já se esquivaram a isso por “artes mágicas”. Alguns que até foi perceptível publicamente. Ministros, ex-ministros, ex-autarcas, autarcas, militantes “ilustres”… Enfim, a podridão e a desonestidade em tons laranja.

Robles não está a vigarizar ninguém. Não rouba nada a ninguém. Compram-lhe propriedade sua e da irmã por milhões, não por cambalachos. Ele não está a trocar a vivenda Mariani por aquela casinha do Cavaco no condomínio privado da Coelha, nem fez “confusões” com a SISA e o mais que aconteceu. Isto é só um exemplo. Vendo mais longe ou mais perto outros “negócios” andam pelas bocas dos plebeus. Verdade, mentira? Pois. É que quem cabritos vende e cabras não tem de algum lado lhes vem…

Limpinho, limpinho é o caso Robles. O errado é ele ser um crítico da especulação imobiliária e agora poder-se dizer com toda a propriedade que pela boca e pela bolsa morre o peixe. Talvez, ainda não é certo. Porém, isso não faz dele um vereador/deputado municipal desonesto por "favores" ou materialmente (não rouba, nem vigariza) mas sim incongruente e desautorizado a dar continuidade a criticas sobre a especulação. Até pode dar o lugar a outro, se quiser os milhões. Ou não, se não os quiser, se deles prescindir. Robles é que sabe o que fazer. Na pior das hipóteses ele poderá vir a ser desonesto intelectualmente e politicamente. Nunca um ladrão, um vigarista, como aqueles que no cardápio do PSD, do PS e do CDS abundam e de que a justiça já deu provas. Fora outros que têm escapado pelos intervalos da chuva.

Segue-se o caso no ECO e demais comunicação social. Perspectiva-se "novela" para durar no tempo se Robles não tomar rapidamente a decisão que deve aos olhos dos que o elegeram: milhões ou representante dos munícipes? Nunca poderá ser o PSD ou outros dos partidos que todos nós sabemos a exigir seja o que for. Não têm autoridade moral nem política para o fazer enquanto partidos políticos "enlameados". Primeiro varram a “casa”, depois comprovem que está limpinha… Façam por merecer a autoridade moral e política que falsamente querem aparentar possuir mas que não possuem. Pelo menos até agora, que se saiba. (PG)

PSD Lisboa pede demissão de Ricardo Robles após polémica com negócio imobiliário em Alfama

Paulo Ribeiro, presidente da concelhia de Lisboa do PSD, exige a saída de Robles da Câmara de Lisboa. Isto depois de ter sido avançado que deverá realizar uma mais-valia de 4,7 milhões com um prédio.

O PSD Lisboa exige a demissão do vereador do Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa. Um pedido que é feito depois de o Jornal Económico ter avançado que Ricardo Robles, um dos maiores críticos da especulação imobiliária na capital, prepara-se para realizar uma mais-valia de 4,7 milhões de euros com um prédio em Alfama. 

“O PSD Lisboa exige a demissão do vereador Ricardo Robles por manifesta falta de ética, de seriedade e de credibilidade política para permanecer no cargo de vereador na cidade de Lisboa“, lê-se num documento assinado por Paulo Ribeiro, presidente da concelhia de Lisboa do PSD.

“Queremos ainda registar que este caso vem mostrar que os discursos e as posições do Bloco de Esquerda são uma chocante fraude política que manipula os eleitores e se proclama publicamente contra a ‘especulação imobiliária’, quando um dos seus principais eleitos faz negócios milionários à sua custa”, refere ainda o PSD.

"O PSD Lisboa exige a demissão do vereador Ricardo Robles por manifesta falta de ética, de seriedade e de credibilidade política para permanecer no cargo de vereador na cidade de Lisboa.

PSD

A exigência do partido liderado por Rui Rio é feita depois de o Jornal Económico ter avançado que Robles, juntamente com a irmã, terá adquirido em 2014, um velho edifício de três pisos à Segurança Social. O imóvel, situado na Rua do Terreiro do Trigo, em Alfama, perto do Museu do Fado, teve um custo de 347 mil euros.

Depois da compra os dois irmãos terão investido 650 mil euros em obras, tendo chegado a acordo com a maioria dos inquilinos para rescindir os contratos de arrendamento. Já no final de 2017, com o edifício totalmente reabilitado, e com mais um andar, colocaram-no à venda numa imobiliária especializada em imóveis de luxo, com uma avaliação de 5,7 milhões de euros, podendo vir a obter uma mais valia potencial de 4,7 milhões de euros.

No Twitter, Robles veio dar mais justificações: “Absolutamente ninguém foi despejado: a única família que lá vivia, lá continua, agora com casa recuperada e contrato em seu nome, por 8 anos e renda de 170€. Todos os direitos protegidos”.


O que estão a dizer os políticos nas redes sociais sobre o negócio imobiliário de Robles

Redes sociais inundadas com comentários à notícia de que o vereador da Câmara de Lisboa, Ricardo Robles, poderá vir a ganhar milhões com um prédio em Alfama.

Ricardo Robles, vereador da Câmara de Lisboa e um dos maiores críticos da especulação imobiliária na capital, prepara-se para realizar uma mais valia de 4,7 milhões de euros com um prédio em Alfama. Um negócio milionário que depressa gerou polémica nas redes sociais, dando origem a inúmeros comentários, inclusive do próprio bloquista, que quis explicar o sucedido.


 · 14h

Comprei um imóvel com a minha irmã, em 2014, como parte de um negócio de família. Absolutamente ninguém foi despejado: a única família que lá vivia, lá continua, agora com casa recuperada e contrato em seu nome, por 8 anos e renda de 170€. Todos os direitos protegidos.

A decisão de venda, ainda não concretizada, obedece a constrangimentos familiares que não dependem apenas da minha vontade. Todas as minhas obrigações legais, fiscais e de transparência foram cumpridas.

Portugal | Vereador do BE pode ganhar milhões com prédio em Alfama


Ricardo Robles explica-se no Twitter

Ricardo Robles, vereador do Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa, um dos maiores críticos da especulação imobiliária na capital, prepara-se para realizar uma mais valia de 4,7 milhões de euros com um prédio em Alfama.

A história, contada na edição desta sexta-feira, pelo Jornal Económico (acesso pago) é simples. Robles, juntamente com a irmã, terá adquirido em 2014, um velho edifício de três pisos à Segurança Social. O imóvel, situado na Rua do Terreiro do Trigo, em Alfama, perto do Museu do Fado, teve um custo de 347 mil euros.

Depois da compra os dois irmãos terão investido 650 mil euros em obras, tendo chegado a acordo com a maioria dos inquilinos para rescindir os contratos de arrendamento.

Já no final de 2017, com o edifício totalmente reabilitado, e com mais um andar, colocaram-no à venda numa imobiliária especializada em imóveis de luxo, com uma avaliação de 5,7 milhões de euros, podendo vir a obter uma mais valia potencial de 4,7 milhões de euros.

Questionado pelo Jornal Económico, Ricardo Robles  confirma a compra do imóvel a meias com a irmã, que terá residência na Bélgica, mas desmente que tenha havido despejo dos inquilinos. Ricardo Robles garante ainda que não existe qualquer contradição com as posições que defende relativamente ao mercado imobiliário: “Não há qualquer condição”, disse ao semanário, acrescentando que apenas um dos cinco inquilinos era residente no prédio e que este aceitou fazer umnovo contrato de arrendamento, mais elevado e por oito anos.

No Twitter, Robles veio dar mais justificações: “Absolutamente ninguém foi despejado: a única família que lá vivia, lá continua, agora com casa recuperada e contrato em seu nome, por 8 anos e renda de 170€. Todos os direitos protegidos”.

No tweet seguinte, diz que foi transparente: “A decisão de venda, ainda não concretizada, obedece a constrangimentos familiares que não dependem apenas da minha vontade. Todas as minhas obrigações legais, fiscais e de transparência foram cumpridas“.
O ECO pediu uma reação oficial ao Bloco de Esquerda, mas o partido para já não quer comentar.

(Notícia atualizada às 10h18 com o pedido de reação ao Bloco de Esquerda)

Eco

Depois do caixão | O eclipse, a Comporta e o Macron


Curto ao meio-dia, culpa nossa. Pela parte do Expresso o Curto já está na “montra” de acesso a todos que queiram pelas 9 horas da matina. Pois é, somos uns atrasadinhos.

Hoje há Macron. Não lemos mas recomendamos. Nem sabemos se ele, o Macron, é servido, cozido, grelhado ou em caldeirada. Não levem a mal mas prometemos ler mais logo.

E então é assim: Chega. Servimos-vos a “cafeína” e abalamos. Tremam o que puderem mas cuidado com a tensão arterial. Muito café faz mal (dizem). Por aqui já bebemos uma meia-dúzia. E ainda agora a procissão vai no adro, só falta o caixão do féretro. Pois. Mas falta pouco para completar essa falha de pormenor. Mais caixão, menos caixão... (PG)

Bom dia este é o seu Expresso Curto

Ça marche, Macron? O dia D da Comporta… ou talvez não. Vem aí o maior eclipse total da Lua

Paula Santos | Expresso

A frase, que inspira o título e o arranque deste texto, ainda lá está se consultarmos a edição impressa do jornal “Le Parisien”. É uma daquelas frases, a ilustrar uma foto com o Presidente da República francesa no meio de uma multidão, que parece distante, à luz dos dias que se seguiram. Mas tem poucos meses. Emmanuel Macron, sorridente, no meio de uma multidão. Tal como esteve em Moscovo, sentado entre adeptos do futebol, num mundial onde só houve dias de glória franceses. E por contágio, do seu Presidente. Por essa altura, o “ça marche” não tinha qualquer ponto de interrogação. Nem merecia dúvidas.

As questões nasceram dias depois. E tiveram desenvolvimentos nas últimas horas com a confirmação, por parte dos deputados do partido “Les Républicains” da entrega de uma Moção de Censura que vai ser discutida e votada na terça-feira, dia 31. A oposição já sabe que não vai derrubar o Governo (de maioria absoluta), mas quer levar o protesto ao Parlamento no caso que ficou conhecido como o “affaire Benalla”.

Alexandre Benalla, o homem em torno de quem se criou o caso, era assessor do vice -chefe do gabinete presidencial e foi responsável pela segurança da campanha de Macron em 2017. Foi identificado num vídeo, publicado pelo “Le Monde” a agredir um manifestante no dia 1 de Maio. Estava entre as forças policias, utilizando equipamento policial, mesmo sem pertencer às forças políciais. O que começou como uma pequena polémica, ganhou dimensão durante os cinco longos dias em que o Presidente e o Governo estiveram em silêncio.

Terá Macron criado uma força de segurança paralela no Palácio do Eliseu? O Governo desmente.

Benalla quebrou ontem o silêncio, em entrevista ao mesmo jornal que denunciou o caso. Admite que cometeu erros, diz que cometeu uma falha, mas não acha que tenha traído o Presidente.

O chefe de Estado francês, 24 horas antes, tinha utilizado a palavra “traição” ao referir-se ao ex-colaborador. Mas também lhe deixou elogios. E assumiu para si as culpas e responsabilidades numa espécie de vitimização contra tudo e todos. Jornalistas e oposição.

É no seu pior momento político que Emmanuel Macron chega hoje a Lisboa. Sem cancelar nenhum dos dois momentos previstos em Portugal. De manhã, vai estar na Gulbenkian, ao lado do Primeiro-Ministro para falar do futuro da Europa. A iniciativa chama-se “Encontro com os cidadãos sobre os desafios da Europa”.

Depois de um almoço de trabalho com António Costa, junta-se a Pedro Sánchez para a realização da Cimeira das interligações energéticas . O encontro interessa especialmente à Península Ibérica, à procura de ultrapassar o isolamento energético. A Luísa Meireles explica.

Ainda a Grécia.

Nas últimas horas, a suspeita de mão criminosa por trás dos incêndios de terça-feira. O Ministro grego da Ordem Pública, Nikos Toscas, utilizou, em conferência de imprensa as palavras “indícios sérios”. Porque as chamas terão deflagrado, quase ao mesmo tempo, em vários locais. Com as investigações a decorrer, é muito cedo para certezas absolutas. Se é que alguma vez existirão.
Depois da tragédia, com a contagem das vitimas em atualizações permanentes (o último balanço refere 85 mortos) a notícia de um dilúvio que se abateu também sobre a zona de Atenas. O jornal Ekathimerini mostrou as primeiras imagens de carros encavalitados. Da lama e das inundações, das chamadas de emergência. E das previsões da meteorologia que indicam que a chuva vai continuar a cair com força e vai chegar à zona atingida pelos incêndios. O Expresso reproduz.
Gotas que em nada atenuam os efeitos de uma tragédia que conhecemos tão de perto. As semelhanças com Pedrogão estão lá, desde o primeiro minuto.
Os Gregos deram rapidamente conta disso e é a olhar para o passado português que o mesmo jornal procura explicações e aponta um exemplo.
A resignation is imperative” é o título escolhido para editorial num texto onde se pode ler o nome de Constança Urbano de Sousa. “A demissão da Ministra portuguesa está fresca na nossa memória. A demissão de, pelomenos um Ministro grego, vai mostrar que o Governo respeita as vitimas, após esta tragédia”.
Pedem-se responsabilidades políticas na Grécia.

OUTRAS NOTÍCIAS

Avaliações.
Há novidades desta manhã.
As horas anteriores foram marcadas pelas garantias do Presidente da Associação Nacional de Diretores dos agrupamentos e escolas públicas que os prazos tinham sido cumpridos.
O Expresso contou-lhe, no sábado passado, que ainda havia mais de 75 mil alunos por avaliar.
O Governo estabeleceu como limite o dia 26. Sob pena das férias dos professores não serem autorizadas.
Filinto Lima fez as contas para concluir que a situação está agora resolvida.
Adiantou que o receio agora é que o clima de tensão entre professores e Governo regresse em Setembro.

Catarina Martins quer mais dinheiro para a Saúde.
Com o orçamento à porta, a líder do Bloco esteve na Figueira da Foz onde fez um desafio ao Governo: “Portugal precisa de um investimento (em saúde) que se aproxime dos 6% do PIB. É preciso um caminho de coragem”
O Expresso revelou, na edição do último sábado, que em 2017, o investimento ficou pelos 4,3%, o mais baixo dos últimos quinze anos.
A líder do bloco não diz o que fará se a proposta não for aceite. Mas em matéria de orçamento, a discussão ainda mal começou. O arranque dos comícios de verão do Bloco fez o pleno nos destaques deste início de manhã nas rádios portuguesas.

Dia D para a Comporta… Ou talvez não.
O prazo esgota-se e termina esta sexta-feira. A assembleia do fundo da Comporta reúne-se esta manhã para escolher um projeto vencedor para a compra da maior propriedade privada em Portugal.
Entre os 3 candidatos, a guerra para garantir quem corta a meta em primeiro lugar já vai longa. E há de tudo nesta batalha por este apetecível e valioso pedaço de terra.
Desde trocas de acusações a ameaças de processos, seja qual for o resultado da escolha, o processo ainda vai fazer correr muita tinta. E pode não ficar fechado hoje.
Entre os candidatos à compra estão um aristocrata francês, o consórcio da empresária Paula Amorim e do milionário Claude Berda e o consórcio da Oakvest e da Portugália.

A história de um negócio imobiliário do vereador do Bloco
Conta o jornal que Ricardo Robles comprou um prédio por 400 mil euros em 2014, que agora vai ser posto à venda por 5,7 milhões de euros.
Pelo meio foram feitas obras de reabilitação e negociadas saídas com inquilinos.

O deputado menos “alinhado”.
É do PS. Paulo Trigo Pereira, um independente, votou 122 vezes, em 4 anos, contra a orientação da bancada socialista. O Expresso online já lhe deu conta desta notícia. O DN falou com o próprio que se justificou dizendo que faz o que entende correto e que não está preocupado se essa postura vai ter consequências nas próximas listas de candidatos.

Números.
O défice. São boas notícias para a economia. O défice recuou 406 milhões de euros no primeiro semestre de 2018. Resultado das receitas do IVA que subiram, à boleia do crescimento económico.

Acabou bem.
Um avião da companhia aérea Air China foi forçado a regressar a Paris, depois de ter levantado voo a caminho de Pequim. Uma suposta ameaça terrorista esteve por trás de decisão. Foi um mal entendido, dizem as autoridades francesas. O aparelho aterrou em segurança e não houve problema entre os passageiros. Não passou de um susto.

O maior eclipse total da luaneste século, acontece esta noite.
Não vai querer perder.
É mais longo destes últimos 18 anos. E não se repete antes de 2100…
Dizem os entendidos na matéria, que a Terra, ao colocar-se entre o Sol e a Lua, oculta o planeta satélite, mas não ao ponto de o tornar invisível.
A Lua fica com uma tonalidade avermelhada.
Nada como ver para crer.
Estamos nós, portugueses e europeus, bem colocados geograficamente para espreitar o fenómeno. Há horas e locais que favorecem a visibilidade.

Já ouviu falar no Sporting Comunicado de Portugal?
A guerra leonina passa agora pelo texto-contra-texto.
O momento do clube explicado pelo Editor de desporto do Expresso, Pedro Candeias.

MANCHETES

Público: “Só em Lisboa e no Porto houve 4300 ações de despejo em cinco anos”
JN: “Doentes oncológicos esperam há um ano por uma prótese”
Jornal de Negócios: “licenças caducadas condicionam futuro da Comporta”
Jornal I: “Eu era muito ingénua antes do 25 de Abril, tornei-me mais triste” – Maria Filomena Mónica
Correio da Manhã: “Suborno. Chefe do SEF cobra 500 euros por imigrante”

O QUE ANDO A LER

Para mim é um reencontro, anos depois de o ter espreitado na adolescência.

O livro é poderoso. O texto, de uma intensidade brutal.

Quem procura, para os dias de verão, uma escrita leve, romântica, de sorriso abundante, não se vai rever nesta minha escolha.

Mas vale muita a pena perdermo-nos nos vendavais de Yorkshire, descritos por Emily Brontë, onde há pouco espaço para raios de sol e para a brisa ligeira.

A história de amor e ódio de Catherine e Heathcliff é um clássico da literatura inglesa.
Um retrato de duas gerações de uma família que começa na infância de 2 irmãos, surpreendidos pelo pai que acolhe em casa uma terceira criança. É em torno desse rapaz que se desenvolve um mundo repleto de traumas onde a paixão e a raiva crescem, alimentados por um plano de vingança e crueldade.

“O Monte dos Vendavais” foi originalmente publicado em 1847 e mereceu críticas severas numa sociedade que não conseguia compreender uma escrita sem floreados e a intensidade de uma história, que nada tinha a ver com os romances convencionais da época.

Emily Brontë morreu um ano depois, longe de imaginar o impacto que o seu texto teria nas gerações seguintes.

“Wuthering Heights” , o nome original da obra, passou do papel para a tela várias vezes.
Uma das primeiras versões, realizada em 1939 por William Wyler, tinha como protagonistas Laurence Olivier, David Niven e Merle Oberon.
Espero ter-lhe aguçado o apetite!

Por agora é tudo.

A todo o instante, a atualidade renova-se no Expresso online e na SIC Notícias.

Mais à tarde, pouco depois das 18h, o Expresso Diário tem nova Edição com as manchetes do dia.

No sábado, servimos-lhe o jornal.

Como sempre, com as notícias que vão marcar a atualidade.

Boa sexta-feira!

Israel assume crime contra a humanidade


A nova Lei Fundamental define que Israel é o Estado-nação do povo judeu, o que outorga os direitos nacionais exclusivamente a judeus. Árabes, muçulmanos ou cristãos, são excluídos. Chama-se apartheid.

José Goulão | AbrilAbril | opinião

Na ressaca da aprovação, pelo Parlamento de Israel, da Lei Fundamental que define o país como «o Estado-nação do povo judeu» tem vindo a ser ocultado o facto de as medidas agora passadas a escrito, e com valor constitucional, incorrerem na prática internacionalmente tipificada como «crime contra a humanidade». Perante a identidade inequivocamente segregacionista agora assumida, às claras, pelo Estado de Israel, será que as instâncias reguladoras do direito internacional vão continuar a comportar-se como se nada se passasse?

Alguns dos comentários avulsos que é possível encontrar sobre esta decisão gravíssima assumida, em 19 de Julho, pela maioria dos deputados do sionismo sublinham que, afinal, Israel limitou-se a transformar em Lei fundamental a política de apartheid que já praticava contra os cidadãos não-judeus. Grande parte dessas análises omite que a maioria parlamentar fascista, nacionalista e fundamentalista religiosa de Israel apenas se atreveu a constitucionalizar uma política criminosa porque a chamada «comunidade internacional» nunca reagiu à crueza das evidências e permitiu o avanço e consolidação das atrocidades contra os não-judeus, principalmente os palestinianos. As grandes potências mundiais e as principais instâncias internacionais – formais ou informais – sejam a ONU, o G7, G8 ou G20, a NATO, a União Europeia e seus governos são cúmplices do comportamento vergonhoso e desumano da cúpula do Estado de Israel. A partir de agora, se tais instâncias mantiverem o colaboracionismo – activo ou passivo – tornam-se parte de um crime contra a humanidade.

A Lei Fundamental aprovada pelo Parlamento estabelecendo que o direito de exercer a autodeterminação nacional e a soberania do Estado de Israel pertence exclusivamente ao povo judeu viola o espírito e a letra da Convenção Internacional para Supressão e Punição do Crime de Apartheid, a chamada Convenção do Apartheid. Este documento define que as práticas de apartheid, incluindo a legislação que as enquadra, «são crimes contra a humanidade»1.

Como se dá corpo a um novo apartheid

Para os que continuam a ser vítimas do mainstream mediático global e que, por inerência, não tomaram conhecimento deste acontecimento tão transcendente como ignóbil, resumo o essencial da nova lei constituinte do Estado de Israel, que aliás é uma entidade que não tem Constituição, não tem fronteiras registadas e cujo povo habita em todo o mundo, mas tem na Palestina histórica o seu «lar nacional».

A lei define que o Estado de Israel é o Estado-nação do povo judeu, o que outorga os direitos nacionais exclusivamente aos judeus, quer vivam no interior da chamada «linha verde», no exterior ou em qualquer parte do mundo. Esses direitos são negados a cerca de 20 por cento da população residente do Estado de Israel que são não-judeus, maioritariamente árabes muçulmanos ou cristãos.

O interesse nacional israelita é, deste modo, determinado de acordo com os interesses colectivos sionistas transnacionais, impondo a discriminação local dos não-judeus. Os cidadãos israelitas de origem árabe estão submetidos aos impostos do Estado, por exemplo, mas são impedidos de alinhar os seus direitos pelos da população judaica. Direitos esses que podem ser compartilhados por qualquer «cidadão judeu» em qualquer parte do mundo onde viva.

Um quinto da população residente em Israel, e com documentos de identificação israelitas, é discriminada por lei. «Quem não pertence à nação judaica não pode identificar-se com Israel como seu Estado-nação», explica o deputado Avi Dichter, do partido Likud do primeiro-ministro Netanyahu e também um dos autores do articulado. «Os palestinianos não podem definir Israel como o seu Estado-nação», acrescenta.

A nova lei estipula ainda que deverá ser incentivada a «judaização de espaços» e encorajada a multiplicação de colonatos na Palestina em regiões de maiorias não-judaicas, consumando-se assim a intenção de criar «superioridades demográficas», ou seja, anexar os territórios ocupados. A limpeza étnica praticada há mais de 60 anos vai acelerar-se.

A lei que define agora o carácter étnico-religioso de Israel como exclusivamente judeu é discriminatória, etnicamente segregacionista, ofende o princípio da igualdade dos cidadãos perante a lei, viola as leis e convenções internacionais aplicáveis em territórios sob ocupação, nega a ligação dos cidadãos nativos palestinianos ao seu lar nacional.

A língua árabe deixa de ser um dos idiomas nacionais de Israel, relegada para um «estatuto especial». O hebraico é agora a única língua oficial do Estado.

Da convergência destas determinações ressalta, da maneira mais óbvia, o carácter discriminatório, segregacionista, racista e de apartheid assumido agora pelo Estado de Israel.

Será esta situação compatível com o estatuto de «única democracia do Médio Oriente», o mantra proclamado pelos dirigentes sionistas e com os quais continua a fazer coro, por exemplo, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, mesmo face à nova lei?

O corajoso e frontal jornalista judeu Gideon Levy respondeu assim no jornal israelita Haaretz: «Se o Estado é judeu é democrático, porque não permite a igualdade entre judeus e não-judeus; se o Estado é democrático não pode ser judeu, porque a democracia não é compatível com a instauração de privilégios fundamentados na etnicidade».

Entendeu, senhor ministro Santos Silva? Apartheid: «desenvolvimento independente”, coexistência separada – definiam os próprios segregacionistas sul-africanos. Israel é diferente? Nem sequer na criação de territórios equivalentes – para pior – a bantustões, como são os casos de Gaza e de tantas comunidades palestinianas da Cisjordânia cercadas pelo muro de separação e vítimas das restrições às suas autonomia e sobrevivência, designadamente os check-points militares e as estruturas de serviço exclusivas dos colonatos hebreus.

«Democracias iliberais»

Apesar de a situação agora reforçada por lei em Israel cair no âmbito do «crime contra a humanidade» previsto na Convenção do Apartheid, a ONU e respectivo secretário-geral continuam a fazer-se desentendidos. Talvez seja por causa da silly season e, daqui a umas semanas, ouçamos então anunciar medidas destinadas a reparar os danos às comunidades de não-judeus e à lei internacional. Acreditam nisso?

E a União Europeia, esse brilhante farol da democracia e dos direitos humanos? Também a banhos, provavelmente; ou então ocupada em ajustar contas com Trump, por sua vez orgulhoso do alento que deu a este passo decisivo dos dirigentes sionistas ao reconhecer a unificação de Jerusalém.

Há muito, aliás, que a União Europeia entendeu ser desnecessário mostrar preocupações com a democracia e os direitos humanos. Vive tranquilamente com associações de nações a caminho do fascismo no seu interior, como é o grupo de Visegrado, formado por Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia. A que poderiam juntar-se outros como a Itália e a Áustria. Porém, não são regimes nacionalistas, nem fascistas, nem aberrações democráticas. São – reparem nesta preciosidade semântica, saída da mente brilhante de Macron e logo adoptada por governantes da União – «democracias iliberais».

Israel, que goza de um privilegiado estatuto de associação com a União Europeia, passa assim a pertencer a esse grupo, quiçá «futurista» e «progressista», das «democracias iliberais». Aliás, mal aprovada a lei do apartheid Netanyahu recebeu, com todas as honras, o primeiro ministro da Hungria, Viktor Orban, por sinal um admirador confesso de Miklos Horthy, o ditador de Budapeste aliado de Hitler que participou, sem rebuço, na carnificina de judeus e outros não-arianos a quem foram negados os direitos próprios da raça pura, até o direito à vida – como hoje acontece aos palestinianos na Palestina.

E não pensem em Netanyahu e seus parceiros legisladores como vítimas de uma contradição insanável ao acolherem admiradores de carrascos de judeus como gente de bem. Grupos terroristas sionistas que serviram de base ao actual exército nacional, como o Irgun e o Stern2ofereceram os seus serviços aos nazis3 enquanto milhões de judeus eram sacrificados nos campos de concentração, porque o seu principal objectivo, na época, era combater os britânicos na Palestina.

Os inimigos dos nossos inimigos nossos amigos são, não é? Por isso foi possível encontrar, anos mais tarde, Israel no grupo restritíssimo dos aliados e colaboradores do isolado apartheid sul-africano, apoiando até os esforços de Pretória para ter a bomba atómica – sonho esfumado por Nelson Mandela.

Mandela, cujo centenário se cumpriu em 19 de Julho, o dia em que o Parlamento israelita proclamou solenemente a existência de outro regime de apartheid no planeta. A História consegue ser muito traiçoeira…

Notas:
1. Recordem-se as palavras do jurista John Dugard que, na Biblioteca de Direito Internacional das Nações Unidas, acompanham a apresentação do texto integral da convenção: «It may be concluded that the Apartheid Convention is dead as far as the original cause for its creation – apartheid in South Africa – is concerned, but that it lives on as a species of the crime against humanity, under both customary international law and the Rome Statute of the International Criminal Court».
2. Fundado por Avraham Stern, que pregava a tomada da Palestina (então sob mandato britânico) pela força, como ponto de partida para um «Grande Israel» aliado do nazismo e do fascismo
3. Os documentos, traduzidos do alemão pelo historiador Lenni Brenner, podem ser consultados aqui.

Na foto: Guardas israelitas detêm um jovem palestino durante uma manifestação na entrada principal do complexo de mesquitas de Al-Aqsa. Jerusalém, Palestina, 17 de Julho de 2017.CréditosAhmad Gharabli / AFP / Getty Images

Robótica: Mais mentiras da elite corrupta


Paul Craig Roberts

Durante duas décadas a deslocalização de empregos americanos para a Ásia e o México destruiu as carreiras e rendimentos de dezenas de milhões de cidadãos estado-unidenses, a base fiscal para pensões dos governos estaduais e locais, a base fiscal federal para a Segurança Social e o Medicare e a sociedade de oportunidade que outrora caracterizou os Estados Unidos da América.

A ascensão dos lucros corporativos que resultou da substituição do trabalho americano por trabalho estrangeiro premiou executivos e conselhos de administração corporativos, hedge funds, grandes accionistas e a Wall Street com lucros a expensas da população e da economia dos EUA.

As baixas taxas de crescimento económico afirmadas desde a alegada recuperação da crise financeira de 2008 resultante da desregulamentação financeira, um enorme erro feito por políticos ao serviço da cobiça capitalista, estão baseadas inteiramente na subavaliação da inflação. Alegadamente, os americanos não sofreram inflação durante uma década, mas qualquer um que compre qualquer coisa sabe que isto é uma mentira. O que os empregos deslocalizados fizeram foi destruir o crescimento na produtividade baseado no poder de compra do consumidor que conduzia a economia dos EUA. Em suma, a visão míope de executivos, conselhos de administração e Wall Street prejudicou a procura agregada nos EUA.

O corrupto Federal Reserve [banco central] sob o incompetente Alan Greenspan aumentou a dívida do consumidor para substituir o crescimento em falta do mesmo. Isto funciona até que os consumidores não possam acumular mais qualquer dívida. O presidente posterior do Federal Reserve manteve o castelo de cartas de pé ao bombear milhões de milhões (trillions) de dólares para aumentar os preços de activos financeiros.

Na minha época tal comportamento inadequado do Federal Reserve provavelmente teria sido considerado um crime capital. O presidente do Federal Reserve possivelmente teria sido preso e levado a julgamento. No mínimo ele teria sido forçado a demitir-se por resgatar (bailing out) cinco bancos a expensas da população dos EUA.

Como nada foi feito, hoje temos preços de activos financeiros baseados na impressão de moeda pelo Federal Reserve e seus cúmplices — o banco central japonês, o banco central da UE e o Banco da Inglaterra. A criminalidade financeira é à escala mundial.

Por má que seja a situação, ela está prestes a ficar pior. As mesmas elites egoístas que dizem ao indiferente povo americano que a deslocalização de empregos criaria mais e melhores empregos para americanos estão agora a dizer-lhe a mesma coisa acerca da robótica.

A firma de contabilidade PricewaterhouveCoopers foi contratada por alguém para deitar cá para fora um "estudo" a dizer que os robots criarão mais novos empregos para americanos removidos dos seus empregos do que aqueles que destruirão. Esta mentira será repetida infindavelmente pelos economistas neoliberais e os media financeiros, assim como repetiram infindavelmente que a deslocalização de empregos faria o mesmo.

Tendo perdido empregos profissionais qualificados na manufactura tais como engenharia de software, a robótica ataca os empregos de serviço não transaccionáveis que não podiam ser deslocalizados, embora alguns deles, como enfermagem, pudessem ser preenchidos trazendo enfermeiros com vistos de trabalho sob a falsa afirmação de que haveria uma escassez de enfermeiros americanos. Empregos em serviços domésticos têm sido aproximadamente 90% ou mais dos novos empregos desde que acompanho as estatísticas de emprego, ou seja, desde há muitos anos. Agora, os americanos estão em vias de perder muitos empregos de serviços domésticos em favor dos robots.

Não é necessária a inteligência artificial para que os robôs sejam programados para fazer os serviços domésticos que hoje constituem o grosso dos empregos nos EUA. Além disso, o nível actual de robótica impõe o custo de fazer negócios ao cliente. Se duvida disso, considere sua experiência na última vez que tentou entrar em contacto com um provedor de serviços.

As pessoas estão a ser tornadas irrelevantes. Dentro de pouco tempo, elas nem saberão como conduzir um carro, porque carros autónomos também terão lhes terão retirado essa função. Os despreocupados seres humanos sentar-se-ão nos carros ao terem os seus cérebros lavados pela propaganda vinda dos seus écrans de vídeo. Deixarão de experimentar uma existência humana e, com isso, tornar-se-ão descartáveis.

Além de descartá-los, de que forma livrar-se de milhões de pessoas que não têm empregos que as sustente, pessoas cujo apoio provavelmente será considerado um peso morto a onerar os lucros dos ricos?

A robótica possivelmente não pode funcionar para uma sociedade humana a menos que os meios de produção sejam socializados. Infelizmente, os povos do ocidente estão com os cérebros tão lavados e tão indiferentes que eles são incapazes de revolução.

Você quer ser apagado? Isso é o que o capitalismo americano está a fazer consigo. 

23/Julho/2018

EUA entregam mais de 1,8 mil crianças imigrantes a familiares. Mas...


Pouco antes de encerrar prazo dado por juiz para união de famílias separadas na fronteira com o México, governo americano apresenta resultados e alega impossibilidade de cumprir medida com mais de 700 menores.

O governo dos Estados Unidos afirmou nesta quinta-feira (26/07) que entregou a familiares mais de 1,8 mil crianças entre 5 e 18 anos que foram separadas de seus pais na fronteira com o México.

O anúncio foi feito poucas horas antes do fim do prazo dado por juiz à administração do presidente Donald Trump para união das 2,5 mil crianças que foram afetadas pela política de tolerância zero com migrantes.

De acordo com o governo, 1.442 crianças foram entregues aos seus pais que estavam em centros de detenção, outras 378 foram devolvidos a familiares e pais que não estavam sob custódia. Outros 711 menores não estariam elegíveis por diversos motivos. Destes em mais de 400 casos, os pais já não estão mais nos EUA.

Ativistas de direitos humanos disseram que alguns imigrantes podem ter sido coagidos ou enganados para voltar para seus países de origem, acreditando que essa seria a única maneira de rever seus filhos. Autoridades negam essa acusação e alegam que todos os detidos foram informados sobre seus direitos.

A política de tolerância zero a migrantes ilegais levou à separação de cerca de 2,5 mil crianças de seus familiares na fronteira do país com o México entre 5 de maio e 9 de junho.

Anunciada em abril pelo procurador-geral Jeff Sessions, a medida previa que todos aqueles que tentassem cruzar ilegalmente a fronteira em direção aos EUA, inclusive requerentes de refúgio, fossem indiciados. A política resultou na separação das crianças, que não foram alvo de uma acusação criminal, dos adultos, sem que houvesse procedimentos claros para a reunificação entre os familiares. 

A medida gerou indignação nos Estados Unidos e no exterior. Diante da enxurrada de críticas, Trump assinou em junho uma ordem executiva para impedir que crianças fossem separadas de seus familiares na fronteira com o México.

Poucos dias depois, o juiz Dana Sabraw, de San Diego, ordenou que o governo reunisse as crianças que já haviam sido separadas até o fim desta quinta-feira. O magistrado chegou a criticar alguns aspectos do processo de reunificação adotado pela administração Trump, porém, nos últimos dias elogiou os esforços governamentais.

CN/efe/rtr/ap | Deutsche Welle

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