16 devedores da Caixa deram
perdas de 1,3 mil milhões antes de o Estado capitalizar o banco
Caixa Geral de Depósitos tinha, à
data da útlima capitalização, 16 grandes devedores. Um deles causou perdas
superiores a 540 milhões
Os 16 maiores devedores da Caixa
Geral de Depósitos foram responsáveis por perdas reais superiores a 1,3 mil
milhões de euros nos cinco anos que antecederam a capitalização de 2017, quando
o Estado colocou 3,9 mil milhões de euros no banco público. Estes são dados
retirados do relatório
publicado pelo Banco de Portugal, em que os grandes devedores dos bancos
não são identificados, mas os montantes das dívidas sim.
Neste conjunto de perdas
incorridas entre 2012 e 2017, há três devedores que mais prejuízos causaram à
instituição financeira hoje em dia comandada por Paulo Macedo: foram de 542 milhões,
268 milhões e 187 milhões, cada.
Estas são perdas reais de todos
estes grandes devedores sendo que, além disso, há também imparidades (dinheiro
colocado de lado para precaver eventuais perdas futura) associados aos 16
créditos de 1.242 milhões.
Os números referem-se a junho de
2017, meses depois de o Estado ter capitalizado o banco público com 3,9 mil
milhões, por determinação do plano acordado com a Comissão Europeia. Aliás,
é por essa ajuda ter sido recebida que há esta divulgação.
Ao todo, estas perdas tiveram
origem em créditos concedidos inicialmente no valor global de 3,99 mil milhões
a estes 16 grupos económicos – não se sabe quando começou a relação comercial
com a entidade bancária. O capital reembolsado nestes empréstimos foi de 201
milhões até esta data. Mas ainda havia uma exposição agregada de todos eles de 1.675
milhões.
O Banco de Portugal divulgou,
como manda a lei e após trabalhos com a Assembleia da República, os dados
relativos aos maiores créditos concedidos pelos bancos portugueses que foram
auxiliados pelo Estado nos últimos 12 anos: CGD, BCP, BES/Novo Banco, BPI, BPN,
BPP e Banif. O Novo Banco tem um só devedor que causou perdas de 2,9 mil
milhões: é
o BES Angola.
A CGD foi alvo de uma comissão de
inquérito precisamente por ter sido conhecido publicamente uma auditoria sobre
os seus grandes devedores. O relatório da comissão será votado, na sua versão
final, esta quarta-feira, 17 de julho, tendo já sido divulgada a versão
preliminar, da autoria do deputado centrista João Almeida.
Diogo Cavaleiro | Expresso
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