O Prefeito de Nova Iorque
declarou que os hospitais não têm máscaras, luvas e outros equipamentos. As
críticas são contundentes. Um manual do Conselho de Segurança Nacional (CSN)
foi ignorado por Trump. Na análise da Casa Branca reconhece-se que morrerão nos
EUA entre 200 a 250 mil pessoas.
M. Azancot de
Menezes | Jornal Tornado
Na opinião dos jornalistas Dan
Diamond e Nahal Toosi, publicada no passado dia 25 de Março no «Político», com
o título, Trump team failed to follow NSC’s pandemic playbook, o
manual do CSN, um documento de 69 páginas, concluído em 2016, não foi
considerado pelo governo de Trump.
A administração da Casa Branca
não seguiu as instruções existentes no manual, nomeadamente uma lista passo a
passo de prioridades em caso de pandemia – que foram ignoradas pela
administração.
O governo de Trump esperou mais
de um mês para solicitar financiamento de emergência mesmo havendo um
cronograma estabelecido no referido manual.
Conforme afirmaram os jornalistas,
no documento orientador, intitulado «Playbook for Early Response to Emerging
Infectious Disease Threats and Biological Incidents», há perguntas do tipo,
“existe equipamento de protecção individual suficiente para os profissionais de
saúde que prestam assistência médica?”, e várias chamadas de atenção, como
“questionar os números sobre a disseminação viral”, “garantir capacidade
diagnostica apropriada” e “verificar o stock americano de recursos de
emergência”, entre outras. Portanto, o manual põe em evidência diversas
estratégias, tácticas e recomendações para que o governo dos EUA muito
rapidamente pudesse detectar surtos potenciais, garantir financiamentos
suplementares e invocar a Lei de Produção de Defesa.
Em todos estes aspectos, Donald
Trump, irracionalmente, ficou aquém do cumprimento do cronograma estabelecido
no manual do CSN.
Estima-se que haverá entre 100 a
250 mil mortes nos EUA
Sobre o drama que vai atingir com
toda a força os EUA nas próximas semanas, Anthony Fauci, chefe do «Instituto
Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA», declarou que “tudo” será
feito para reduzir o número de mortes provocadas pela pandemia.
A coordenadora da Casa Branca
para o coronavírus reconheceu que no melhor cenário, haverá entre 200 e 250 mil
mortes, note-se, se e só se as actuais políticas de isolamento social até ao
final do mês de Abril forem garantidas, tais como a interrupção de reuniões, a
suspensão de outras actividades, entre outras medidas.
Depois de ter ignorado os perigos
da pandemia, por incompetência e má governação, chegando a sugerir durante uma
entrevista na Casa Branca que as pessoas usassem cachecol ou lenços, Trump,
tardiamente, tenta agora sensibilizar a população a cumprir com as recomendações
das autoridades. Mas, não ficou imune às críticas de Barak Obama no Twitter, no
dia 31, criticando aqueles que “recusaram as advertências” em relação à
pandemia da COVID-19.
Os EUA, até às 2 horas da
madrugada (horário de Angola) do dia 1 de Abril tinham registos oficiais de
187.729 infectados e 3.867 mortes confirmadas.
O estado de desespero do
inquilino da Casa Branca é de tal ordem elevado que aceitou ajuda da Rússia e
da China para combater a pandemia.
*M. AZANCOT DE
MENEZES - Publicado em Jornal Tornado
PhD em Educação / Universidade de
Lisboa
Sem comentários:
Enviar um comentário