quinta-feira, 23 de junho de 2022

Dinheiro desviado: Angola quer recuperar 50 mil milhões de dólares até 2027

Estado angolano estima recuperar, nos próximos cinco anos, cerca de 50 mil milhões de dólares retirados ilicitamente do erário público. Até ao momento já foram recuperados efetivamente pouco mais de 5 mil milhões.

A informação foi avançada na quarta-feira (22.06) pela diretora do Serviço Nacional de Recuperação de Capitais (Senra).

Eduarda Rodrigues adiantou que desde o início da luta contra a corrupção em Angola foram efetivamente recuperados 5,2 mil milhões de dólares, parte em dinheiro e parte em património. 

No âmbito de processos criminais, foram apreendidos 12,9 mil milhões de dólares, enquanto no exterior do país estão apreendidos 6,1 mil milhões de dólares (5,6 mil milhões de euros), disse a responsável, que falava na sétima edição do Café Cipra sobre o "Combate à Corrupção e a Recuperação de Ativos", em que foram também oradores o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, e o inspetor-geral da Administração do Estado, Sebastião Gunza.

"Em Angola, a nível de apreendidos, temos bens no valor de 6,7 mil milhões de dólares, estes são os valores efetivos", frisou.

Dinheiro desviado

A diretora do Serviço Nacional de Recuperação de Ativos salientou que, de acordo com as investigações em curso, saíram ilicitamente do país 150 mil milhões de dólares entre 2003 e 2017.

Eduarda Rodrigues realçou que dados da União Africana indicam que anualmente saem do continente de forma ilícita mais de 50 mil milhões de dólares.

"Para quem tem alguma dúvida de que efetivamente possam ter saído 150 mil milhões de dólares é só olhar para esse dado e estamos a falar de um período, do início dos anos 2000 até 2017, portanto, isto é uma luta, não se recupera de um dia para o outro, é através de cooperação internacional", destacou.

De acordo com a responsável, todos os bens recuperados até à data foram no âmbito de entregas voluntárias, enquanto a nível dos processos judiciais o Estado "continua a correr". "Temos bens apreendidos e estamos na luta", disse.

Deutsche Welle | Lusa

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