Artur Queiroz*, Luanda
O mundo está perigosíssimo. O estado terrorista mais perigoso do planeta e arredores (EUA) apostou em submeter tudo e todos aos seus interesses. Todos espezinhados sob a sua patorra. Albert Einstein, uma das poucas vozes que condenou o ataque a Hiroshima e Nagazaki com bombas atómicas, disse na época: “O mundo é um lugar perigoso para viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que deixam o mal acontecer”. Não é para me gabar, mas nunca fiquei atrás do manto covarde do silêncio.
A senhora Úrsula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, é caixeira viajante da indústria bélica dos EUA. Já foi várias vezes a Kiev vender armas e emprestar biliões na lógica da agiotagem dos “mercados”. Promotora de vendas. Lobista para o negócio da guerra na Ucrânia ter sucesso, por cima dos cadáveres de ucranianos que nem conseguem fugir.
A presidente da Comissão Europeia tem sido ajudada no lóbi mortífero pelo seu propagandista Josep Borrell. O espanholito nem finge que está ao serviço dos traficantes de armas. Outro lobista das armas e da guerra na Ucrânia é Charles Michel, presidente do Conselho Europeu. Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu, faminta de dinheiro, é uma das mais esforçadas lobistas da guerra na Ucrânia. Todos têm uma característica comum. Pertencem à extrema-direita europeia sem faca na boca nem cabeça rapada. Lobos com pele de carneirinho caraculo com o pelo encaracolado.
A grega Eva Kaili, vice-presidente do Parlamento Europeu, ousou dizer ante os deputados que o Catar é neste momento o país mais aberto do Médio Oriente. O Iraque está nas mãos de agentes da CIA xiitas e sanguinários. O Koweit é uma espécie de quintalão de uma família milionária do petróleo. Não há direitos naquela espécie de país. Nem humanos nem desumanos. A Arábia Saudita, a pedido do estado terrorista mais perigoso do mundo, deixa as mulheres conduzir automóveis. É uma ditadura sangrenta, estagnada na época medieval.
Eva Kaili foi presa num dia e no dia seguinte expulsaram-na de tudo quanto é sítio. Os seus bens foram confiscados. Ninguém faz esta pergunta singela: Então o Estado de Direito? Onde está a presunção de inocência até uma condenação transitada em julgado? Onde estão os direitos de defesa? Se isto tivesse acontecido num país africano as amnistias internacionais e outros traficantes dos direitos humanos faziam logo um miango ensurdecedor. Como se passa na Bélgica, está tudo certo. A irmandade nazi vai de vento-em-popa.
Eva Kaili tem razão. O Catar é neste momento o estado mais progressista da região! Se ela recebeu dinheiro para dizer a verdade, não me choca. Fico chocadíssimo com Úrsula von der Leyen, Charles Michel, Roberta Metsola ou Josep Borrel quando dizem que na Ucrânia há uma democracia. Que Zelensky defende os valores democráticos da Europa. Mentira descarada. O regime ucraniano é nazi. Golpista. Inimigo jurado da liberdade e da democracia. A polícia belga não prende estes lobistas? Não lhes confisca os milhões que já meteram no bolso à custa da guerra na Ucrânia? O mundo está muito perigoso.
A SIC do senhor Balsemão e os Media angolanos noticiaram que a empresária Isabel dos Santos está a pagar os honorários dos seus advogados com dinheiro do seu negócio de diamantes. Isso é crime? É notícia? Tenham maneiras e respeitem a profissão. Sabem quem pagou milhares de milhões pelo armamento com que fez a guerra entre 1992 e 2002? A UNITA. Sabem como? Com diamantes. Sabem como as pedras preciosas roubadas ao Povo Angolano foram qualificadas pela ONU? Diamantes de sangue. Sabem o que aconteceu aos dirigentes da UNITA? Sofreram pesadas sanções da ONU.
A Justiça Angolana o que fez aos sicários da UNITA que compraram armas à Ucrânia e a outros traficantes de armamento com os diamantes de sangue? Nada. Algum Media angolano denunciou que o Galo Negro comprou armas no valor de biliões de dólares que conseguiu com o roubo dos diamantes do Povo Angolano? O Procurador-Geral da República falou disso nem que fosse por falar, como sempre faz? Nada.
O condecorado Rafael Marques publicou um texto onde elogia dois sujeitos que chamaram gatuno ao Chefe de Estado e estão a contas com a Justiça. Diz que não está certo, porque na verdade o Presidente João Lourenço “é o nosso gatuno”. Afirma que os dois autores do gravíssimo ataque â honra do mais alto magistrado da Nação é apenas um exercício de liberdade de expressão. Diz-me quem condecoras eu dir-te-ei quem és. Segundo o condecorado Rafael Marques, não tem nada que saber: O nosso gatuno. Luanda paga aos traidores dos seus generais e aos insultadores do seu Chefe de Estado.
Carlos Panzo, antigo secretário
para os Assuntos Económicos do Presidente João Lourenço, foi acusado pela
Justiça Angolana de crimes graves. Por isso a Procuradoria-Geral da República
pediu a sua extradição para Angola. Em
Portugal seguiu o mesmo caminho no que diz respeito à prisão e extradição do cidadão angolano Carlos Panzo. O Supremo Tribunal de Justiça proferiu o Acórdão n.º 157/21, intitulado "Confirmação de Sentença Penal Estrangeira", onde afirma que o pedido de extradição de Carlos Panzo, solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana, não "satisfaz as normas de independência do Poder Executivo".
Isto não dignifica a Justiça Angolana. Não bate certo com a honra e a dignidade de um Povo que se bateu de armas na mão pela Independência, pela Soberania Nacional e Integridade Territorial. A presença do Presidente João Lourenço em Washington chamado pelo chefe do estado terrorista mais perigoso do mundo também não é bom para Angola. Os Chefes de Estado africanos que aceitaram o convite do patrão estão a ser muito criticados.
O Presidente João Lourenço, nesta altura do campeonato, podia ter pensado melhor. Há esforços muito sérios para acabar com o mundo unipolar. Dirigentes políticos de países que sempre foram amigos de Angola estão apostados em acabar com o mundo de joelhos ante os senhores de Washington. O Presidente José Eduardo dos Santos foi a Washington e Bill Clinton pediu-lhe ajuda para acabar com os partidos africanos que protagonizaram as independências. Ele recusou e disse ao chefe da Casa Branca que isso é um erro monumental. Biden, o zero de Washington, vai ouvir um não do Presidente João Lourenço? Oxalá!
*Jornalista
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