sexta-feira, 28 de outubro de 2022

LIBERTAÇÃO POR VIA DA LUTA ANTI-TERRORISTA -- Martinho Júnior

Martinho Júnior, Luanda

A COOPERAÇÃO, A SOLIDARIEDADE E O MULTILATERALISMO, AO INVÉS DA COMPETIVIDADE QUE SÓ INTERESSA AO PODER DA HEGEMNIA UNIPOLAR.

“A OTAN está rastejando para o leste e construindo sua infraestrutura militar. Entre outras coisas, está implantando sistemas de defesa antimísseis e aumentando a capacidade de ataque de suas forças ofensivas. Isto é hipocritamente atribuído à necessidade de reforçar a segurança na Europa, mas na verdade está ocorrendo exatamente o contrário. Além disso, as propostas sobre medidas de segurança mútua, que a Rússia apresentou em dezembro passado, foram mais uma vez desconsideradas.

Eles precisam de conflitos para manter sua hegemonia. É por esta razão que eles destinaram o povo ucraniano para ser usado como bucha de canhão. Eles implementaram o projeto anti-Rússia e foram coniventes com a disseminação da ideologia neonazista. Eles olharam para o lado quando os residentes de Donbass foram mortos aos milhares e continuaram a despejar armas, inclusive armamentos pesados, para uso do regime de Kiev, algo que eles persistem em fazer agora.”…

Discurso de Putin na 10ª Conferência de Moscovo sobre Segurança Internacional – http://sakerlatam.org/discurso-aos-participantes-e-convidados-da-10a-conferencia-de-moscou-sobre-seguranca-internacional/ 

LIBERTAR O ESTREMO OESTE DO IMENSO CONTINENTE ASIÁTICO-EUROPEU, PONDO FIM À HEGEMONIA UNIPOLAR…

PONDO FIM À “CANIBALIZAÇÃO” DO “JARDIM”, PARA QUE NÂO HAJA MAIS “SELVA”.

A plataforma com o nome de Ucrânia, constitui o fulcro dum campo de manobra muito mais vasto, que abrange não só as componentes europeias filiadas na União Europeia e Organização do Tratado do Atlântico Norte, mas também e sobretudo, os que desde os Estados Unidos aplicam a geoestratégia da hegemonia unipolar arrastando consigo o Canadá no âmbito da OTAN, assim como a Austrália e a Nova Zelândia, no âmbito da AUKUS.

Nesse sentido o documento sobre a Estratégia de Segurança Nacional de 10 de Outubro de 2022, produzido pela Casa Branca sob a administração Biden – Harris, é por si esclarecedor, pois comporta a descaracterização da China e da Rússia, em função do seu próprio estigma obsessivo, numa visão que revive os parâmetros da guerra psicológica ao jeito da chamada Guerra Fria que esteve em curso desde o final da IIª Guerra Mundial em 1945, até ao início da década de 90 do século passado.

Portugal | A SUSPEITA MORA EM SÃO BENTO

Paulo Baldaia* | TSF | opinião

O secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves, enquanto presidente da Câmara de Caminha, empenhou a sua palavra em defesa de um grupo de investidores privados que, afinal, de grupo não tem nada, tratando-se apenas de um cidadão dado a trapalhadas, que tem por hábito criar empresas que não têm grande actividade. 

Desse contrato, para a construção de um Centro de Exposições Transfronteiriço no concelho, pavilhão municipal multiusos com capacidade para milhares de espectadores, o dito empresário Ricardo Moutinho já recebeu um adiantamento de rendas no valor de 300 mil euros. Passaram-se dois anos e nada de pavilhão.

Esta é a síntese de um negócio feito com dinheiros públicos que cheira a esturro, mas que não condena ninguém sem direito de defesa. O problema é que Miguel Alves, actualmente adjunto do primeiro-ministro António Costa, entende que não tem de se defender. Prefere viver sob suspeita na praça pública do que dar explicações, em primeiro lugar aos munícipes de Caminha e em segundo lugar aos contribuintes que pagam impostos para que o Estado, central ou local, faça o que tem de ser feito.

O jornal Público, que deu à estampa este negócio, dava ontem conta que o Ministério Público já está a investigar e nós agradecemos. Afinal, é o nosso dinheiro, uma vez mais, que está a ser utilizado sem que quem o faz entenda sujeitar-se ao escrutínio da comunicação social. Miguel Alves recusa-se a responder às perguntas dos jornalistas, mas não tem como escapar às perguntas do procurador que lhe bater à porta. Ao Ministério Público devemos pedir celeridade e aconselhamos que, para adiantar trabalho, peçam aos jornalistas que lhes forneçam as perguntas que enviaram para o secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro.

Fazer negócios em que se adiantam 300 mil euros de rendas futuras e dois anos depois está tudo na mesma parece mau, mas pode ter alguma explicação que os cidadãos dificilmente conseguem vislumbrar só a olhar para o berbicacho. Recusar explicar o racional do negócio, e prestar contas sobre a utilização do dinheiro que é de todos nós, é que não tem nem explicação, nem desculpa.

*Jornalista

"As pessoas estão mesmo desesperadas." A pobreza ao lado do Palácio de Belém

No dia em que o Presidente da República convocou o Conselho de Estado para falar sobre a situação económica e social, as associações que lidam com a pobreza pedem mais apoio.

Não são mais do que 20 minutos a pé desde o Palácio de Belém até ao bairro social do Casalinho da Ajuda. Mas entre uma zona e outra vai toda uma Lisboa de diferença. "Quando existem crises, desde a Covid até às crises bancárias, normalmente é a população deste território que fica mais prejudicada", garante Miguel Cordeiro. É presidente da Academia de Jovens do Casalinho da Ajuda, uma associação que faz trabalho na área social, na saúde, desporto e cultura. Começou por criar uma equipa de futsal que já ganhou o prémio de melhor equipa de bairro em Lisboa. Tenta, assim, integrar os jovens e combater o abandono escolar.

Há umas semanas, com a ajuda do projeto "Bairros Saudáveis", distribuiu 50 cabazes de alimentos, mas depressa teve que esticar o dinheiro para mais. "Começou o boca a boca e a população começou a saber que estávamos a distribuir cabazes alimentares."

Na segunda vez já distribuíram 80 cabazes. "Houve mais gente que apareceu e que precisava e, infelizmente, não conseguimos satisfazer essa necessidade", relata. Agora, Miguel vai na rua e ouve constantemente a pergunta: "Sr. Miguel, quando é que distribuem cabazes novamente? Será que vão distribuir no Natal?", conta.

Num bairro em que vivem cerca de 2500 pessoas, a Academia dá apoio a vários níveis à população: além da criação da equipa de futsal, tenta integrar os jovens através de uma escola de dança. Criou também uma escola de fado e apoia a saúde oral da população.

Se pudesse dizer alguma coisa aos conselheiros de Estado, Miguel Cordeiro pedia que apoiassem mais as associações que lidam no terreno com a pobreza. Do encontro promovido por Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Academia de Jovens do Casalinho da Ajuda espera muito pouco.

"Já estive na Assembleia da República, tenho participado em tudo o que são fóruns sociais e tenho visto que há pessoas que dizem frases muito bonitas e bem construídas, mas depois isso não se reflete naquilo que precisamos, que são apoios", lamenta.

Maria Augusta Casaca | TSF

Portugal | ENQUANTO VAI E VEM...


 Henrique Monteiro | Henricartoon

ELEIÇÕES NO BRASIL SÃO DECISIVAS PARA O PLANETA - diz The New York Times

Jornal dos EUA ressalta importância da preservação da Amazônia para sobrevivência do planeta e compara políticas de Lula e Bolsonaro para o clima. "O dia mais importante para a Terra é o 30 de outubro."

#Publicado em português do Brasil

O jornal americano The New York Times publicou nesta quinta-feira (27/10) um vídeo em que explica por que o resultado das eleições presidenciais no Brasil poderá ser determinante para o futuro do planeta.

O jornal afirma que "está em jogo algo mais importante do que somente a liderança de uma das maiores economias do mundo". "Quem vencer as eleições herdará o controle sobre mais da metade da floresta tropical da Amazônia e, por extensão, determinará as condições da vida na terra", diz o texto que acompanha o vídeo no portal do NYT.

No vídeo, a líder indígena brasileira Txai Suruí afirma que a votação deste domingo pode ser a última chance de salvar a Amazônia, com o desmatamento desenfreado ocorrido nos quatro anos do governo de Jair Bolsonaro.

Suruí chegou a entrar na Justiça para que o governo agisse na proteção do clima. Seu depoimento durante a Conferência da ONU sobre o Clima em Glasgow, em 2021, ganhou grande repercussão internacional, mas lhe rendeu críticas diretas de Bolsonaro.

O vídeo explica que a perda de milhões de árvores resulta na diminuição das chuvas, o que também afeta regiões muito distantes. Como exemplo, o NYT lembra que as chuvas na região agrícola da Califórnia vêm da Amazônia. Além disso, bilhões de toneladas de carbono são apreendidos pelas árvores.

O vídeo destaca que o Brasil possui sistemas de satélite para monitorar o desmatamento na Amazônia, mas afirma que 98% dos alertas gerados por esses sistemas não são investigados, uma vez que Bolsonaro "eviscerou a agência que combate crimes ambientais".

Projeto de lei "mais destrutivo do mundo"

O NYT alerta para o que chama de "o projeto de lei menos conhecido e mais destrutivo no mundo hoje em dia", o PL2633, proposto pelo governo, que visa "legalizar as terras que os criminosos roubaram". O projeto, segundo o vídeo, "não somente perdoa os crimes ocorridos no passado, mas abre caminho para que novos crimes sejam cometidos".

O jornal afirma que Bolsonaro mantém o desejo de "sacrificar a Amazônia, suas áreas de conservação e terras indígenas para o agronegócio".

Por outro lado, o texto diz que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "promete cessar a destruição e já provou que pode ser rígido contra os crimes ambientais", lembrando resultados positivos obtidos nos dois mandados de Lula à frente do governo.

O NYT afirma que, para muitos brasileiros, esta será uma "eleição dolorosa entre dois candidatos profundamente imperfeitos", mas ressalta que, "para o futuro da vida humana neste planeta, há somente uma opção correta".

"O dia mais importante para o planeta Terra e para a sobrevivência é o 30 de outubro", conclui o texto.

Deutsche Welle | rc (ots)

QUE BRASIL QUEREMOS DE VOLTA NESTE DOMINGO?

Jean Marc von der Weid* | Outras Palavras

Não há passado idílico a retomar: nossa história é violenta e excludente. Mas a eleição de Lula pode devolver a capacidade de divergir sem ódio, lutar por direitos sem ser trucidado e inventar um país rico, fraterno e sustentável – como nunca houve

#Publicado em português do Brasil

Não, eu não idealizo o Brasil anterior à noite sombria em que o bolsonarismo caiu sobre nós. Também não creio que ele tenha sido apenas um infeliz acidente no percurso da nossa democracia. Não acho que derrotá-lo no próximo dia 30 vai nos trazer de volta os bons tempos em uma terra idílica onde das “fontes jorravam leite e mel”. Aliás, nunca entendi esta imagem bíblica. Afinal de contas, a história mostra que já nos tempos do êxodo e da chegada a Canaã, os hebreus conheciam a cerveja e o vinho. Quem redigiu o livro sagrado devia ser abstêmio.

O Brasil tem uma história que não é ensinada nas salas de aula. A terra de Santa Cruz foi “descoberta” pelos bravos navegadores portugueses (cuja imagem não se encaixava na dos personagens das piadas de português tão constantes no meu tempo de guri). Seria uma terra quase desabitada onde tribos selvagens que comiam carne humana e passavam o tempo na ociosidade, quando não estavam se entrematando. Nos bancos escolares não sabíamos dos mais de 5 milhões de nativos que aqui viviam integrados de forma sustentável com a natureza. Não nos disseram que a terra “descoberta” e apropriada pela coroa portuguesa foi, de fato, conquistada de forma violenta pelos recém-chegados em vários séculos de extermínio. Ficamos sabendo que os conquistadores deram início à predação da rica fauna e flora que encontraram, extraindo pau-brasil para as indústrias de tinturas europeias e levando araras, papagaios e outras lindas aves para alegria das damas e cavalheiros das cortes. 

O país foi sendo ocupado por expedições, apresentadas como heroicas empreitadas dos bandeirantes, cujo objeto era “prear” índios para fazê-los trabalhar nos assentamentos do litoral. E ficamos sabendo que estas “entradas” pelo interior do país (que levaram à ocupação de uma área muito maior do que a designada pelo papa no tratado de Tordesilhas) acabaram em um impasse, porque os indígenas eram “indolentes e não se deixavam dominar facilmente”. Esta curta frase que ficou na minha memória das aulas de história do Brasil é um resumo do genocídio gigantesco que marcou a colonização. Com os indígenas sumindo pelo interior selvagem à medida que os ocupantes se apropriavam de suas terras, a carência de mão de obra gerou a segunda chaga da nossa história, o comércio de escravos negros trazidos da África, para trabalhar até a morte no segundo empreendimento econômico dos colonizadores: a cultura da cana de açúcar. As vastas terras disponíveis pela expulsão dos povos originários foram tratadas do mesmo modo que as matas e os trabalhadores: prevaleceu um modo predatório de lidar com o solo. Preocupados em extrair o máximo de lucros no que muitos consideram o primeiro modelo capitalista de produção no mundo, os colonizadores não se importavam com a predação dos solos. Quando a produção caía, eles buscavam novas terras e seguiam adiante. O nosso agronegócio moderno guarda algo desta raiz até hoje. O avanço na exploração das terras para as sucessivas culturas de exportação que foram se estabelecendo foi deixando um rastro de destruição ambiental cuja marca mais evidente é o desaparecimento de quase 90% do bioma Mata Atlântica, o primeiro a sofrer da fúria destruidora dos conquistadores. Como o país é grande e as terras vistas como infinitas, a agricultura predatória foi se espalhando pelos interiores, século após século.

Foram quantos os negros escravizados que aqui chegaram? Cálculos muito aproximados falam em 6 milhões, sem contar os muitos, talvez um terço dos que aqui chegaram, e que morreram de forma atroz nos navios negreiros. Nas escolas, nos foi vendido que os negros já eram escravos na África e que o nosso escravismo era (relativamente) benévolo. A miscigenação dos portugueses com os indígenas e os negros nos foi apontada como a “prova” de que aqui não havia racismo. Esqueceram que isto provava outra coisa, o abuso das mulheres nativas ou africanas pelos brancos que exploravam estas raças. 

Eleições no Brasil: O que está em jogo na segunda volta das presidenciais?

Com uma polarização nunca antes vista no Brasil, eleitores esperam que a democracia prevaleça na segunda volta das eleições gerais. O ex-Presidente Lula da Silva mantém o favoritismo contra o atual PR Jair Bolsonaro.

O Brasil é chamado às urnas no próximo domingo (30.10) para a segunda volta das eleições gerais, para eleger o próximo Presidente da República. Na disputa estão o atual Presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), e o ex-Presidente e favorito nas pesquisas Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT).

Na última semana da corrida eleitoral, a guerra de ideologias entre os dois candidatos à presidência brasileira ficou ainda mais acirrada.

Durante um evento de campanha no Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro defendeu que "no próximo domingo, mais do que eleger um Presidente da República", os eleitores vão escolher se querem "uma Nação de paz, tranquilidade e progresso", ou as "velhas práticas de corrupção do Partido dos Trabalhadores".

Por seu turno, Luiz Inácio Lula da Silva falou em democracia. "Esta eleição significa a luta da democracia contra a barbárie; a luta da democracia contra o fascismo; a luta pelo restabelecimento da dignidade do povo brasileiro", afirmou o candidato do PT num comício em São Paulo.

Cenário eleitoral polarizado

Assim, Bolsonaro e Lula da Silva tentam ainda convencer uma parcela de eleitores indecisos. A tarefa não é fácil, principalmente num cenário cada vez mais polarizado, onde as questões políticas já deram lugar a questões ideológicas.

O ativista congolês, naturalizado brasileiro, Prosper Dinganga, avalia que, "independentemente da pessoa que vai ser eleita nesse domingo, vamos ter uma parcela muito relevante da população que não se vai identificar com essa política, seja do lado do atual Presidente ou do ex-Presidente que tenta se eleger".

Lula da Silva venceu a primeira volta com 48,4% dos votos contra 43,2% de Bolsonaro. E a poucos dias da segunda volta, as sondagens confirmam o favoritismo do candidato do PT, que defende o resgate de políticas económicas que marcaram o seu Governo (entre 2003 e 2010), além do fortalecimento de políticas sociais.

Do lado de Bolsonaro, porém, o que chama a atenção dos eleitores são políticas económicas que fortalecem o agronegócio, além de questões polémicas como o porte de armas.

Os eleitores não escondem a ansiedade para o resultado destas eleições. "Todos têm medo, mas [o resultado] é algo que é muito incerto. Os dois candidatos estão muito próximos um do outro. Só vamos ter certeza no domingo", diz Richard Chagas, do Rio de Janeiro.

O jogo da democracia

Mas o que é que está em jogo na segunda volta das presidenciais no Brasil?

Para o ativista congolês Prosper Dinganga, a resposta é a democracia. "Seja qual for o resultado que vai dar nesse domingo, o povo precisa aceitar esse resultado, porque é o jogo democrático".

Já para o digital influencer angolano Esmael Nzuzi, que vive há oito anos na cidade de Criciúma, no estado de Santa Catarina, no sul do país, o que está em jogo nestas eleições é o próprio Brasil.

"O que está em jogo nestas eleições é o Brasil. A unidade do povo brasileiro com a Nação, e que as pessoas mais pobres se sintam parte do Brasil e tenham orgulho de serem brasileiros", afirma Nzuzi, que produz conteúdos sobre o continente africano nas suas redes sociais.

"Esperança na vida das pessoas"

Ser brasileiro é o que motiva o ativista da República Democrática do Congo (RDC), que deixou o seu país de origem devido à perseguição política que sofria. Prosper Dinganga, aos 36 anos, vive desde 2013 em São Paulo e vai votar pela primeira vez para eleger o próximo Presidente da República.

"Eu, como cidadão brasileiro, que chegou já adulto na condição de refugiado e depois se naturalizou brasileiro, que consegue também opinar sobre estas eleições, eu espero que o país volte a crescer… A qualidade do ensino, a qualidade da saúde pública seja melhor. Nós esperamos que o Presidente que vai ser eleito volte a colocar esperança na vida das pessoas", diz o jovem ativista que trabalha com a regularização de migrantes no Brasil.

O jovem angolano Esmael Nzuzi, de 29 anos, também tem esperança "que o melhor candidato vença e que o povo brasileiro se sinta orgulhoso das suas escolhas".

"Que o pobre seja valorizado e o rico não seja excluído. E que o país também valorize os estrangeiros e assim eu acredito que o Brasil, cada vez mais, se tornará um país próspero", conclui.

Thiago Melo | Deutsche Welle

PRESIDENTE ANGOLANO NACIONALIZA PARTICIPAÇÕES DE ISABEL DOS SANTOS

O Presidente angolano transferiu para o Estado, por via de nacionalização, as participações da Vidatel e da Geni na Unitel, que eram detidas pela empresária Isabel dos Santos e pelo general "Dino".

Na prática, o Estado angolano fica detentor do total do capital social da Unitel, já que cada participação correspondia a 25% e os restantes 50% já eram controlados pela petrolífera estatal Sonangol. 

O anúncio foi feito através da página oficial da Presidência angolana no Facebook que justifica as decisões presidenciais com o "excecional interesse público" da Unitel para o Estado tendo em conta a sua posição estratégica do setor, por um lado, e as ações judiciais contra parte dos acionistas da Vidatel (Isabel dos Santos) e as fortes medidas restritivas no país e no estrangeiro contra o beneficiário efetivo da Geni (general 'Dino'). 

Tanto Isabel dos Santos como o general "Dino" já tinham perdido, no entanto, o controlo acionista destas participações e não estavam a receber dividendos da Unitel, tendo as quotas respetivas sido aprendidas pela Procuradoria-Geral da Republica (PGR) em janeiro deste ano.

No caso de Isabel dos Santos, a empresária e filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos perdeu o controlo da Vidatel em dezembro de 2020, por decisão do Tribunal Supremo das Ilhas Virgens Britânicas onde estava registada aquela empresa, passando a ser representada nas assembleias-gerais por um administrador judicial daquela jurisdição

Segundo o semanário Expansão, também o general Dino já tinha dissolvido e liquidado a sua quota antes de ter sido apreendida pela PGR.

A operadora nunca clarificou quem são os seus atuais acionistas.

No decreto em que formaliza a nacionalização da Vidatel, João Lourenço refere que se encontram ações judiciais pendentes contra parte dos acionistas, dificultando o estabelecimento de relações comerciais e deteriorando a situação financeira da empresa.

Quanto à Geni, o decreto salienta que "o beneficiário efetivo se encontra sujeito a fortes medidas restritivas no país e no estrangeiro", e é alvo de sanções por parte do US Office Foreign Assets Control (departamento norte-americano de controlo de ativos no exterior)

Tanto num como noutro caso foram "esgotadas todas as possibilidades de acordo com o acionista visado" e houve concordância de outro acionista,  "sendo por isso a apropriação considerada o meio mais adequado,  necessário e proporcional para a salvaguarda da situação jurídica da empresa e garantia do interesse do Estado".

As ações apropriadas através do diploma presidencial são "transmitidas para o Estado independentemente de quaisquer formalidades, livres de quaisquer ónus ou encargos, sendo oponíveis a terceiros após o registo"

Vão ser geridas pelo Instituto de Gestão de Ativos do Estado  (IGAPE), sendo o ministério das Finanças responsável pelo pagamento de indemnização,  "quando e se devida, nos termos  da lei".

Deutsche Welle | Lusa

Angola | OPINIÕES LIVRES E INSULTOS GRAVES – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Ontem escrevi um texto intitulado “O Pai dos Pobres e as Notas”. As reacções, regra geral, foram adversas. Ainda bem. Quando há muita gente a concordar comigo, fico logo preocupado. Mas ninguém passou as marcas. Muito menos recorreu ao insulto. Nem sequer os faxinas Lungo e Miala. Mas do jornalista José Luís Mendonça recebi um email, nestes termos:

“Foda-se! Estão a pagar-te mais. Mas, na tua idade, não precisas de ser tão estúpido. Foda-se!!!!"

Afirmar que um jornalista que vai a caminho dos 57 anos de profissão sem nunca aceitar donos nem imposições, sempre lutando pela liberdade de imprensa, escreve um texto de opinião porque lhe pagam, é um insulto muito grave. Uma ofensa imperdoável. Chamar-me estúpido, é insultuoso mas José Luís Mendonça tem alguma razão. Quando ele estava acomodado num tacho oferecido pelo Governo Angolano, em Paris, fiz tudo para que ele fosse dirigir o jornal Cultura, da Empresa Edições Novembro. E colaborei nesse jornal. 

Só um estúpido por confiar em alguém que muda de campo como quem muda de camisa, sendo que deve tudo e mais alguma coisa ao MPLA e a quem lhe deu generosamente os tachos. 

Por isso, não deixei o canalha sem resposta, que quero partilhar com todas e todos. Pedindo desde já desculpa pelos excessos de linguagem.

José Luís Mendonça:

Bateste à porta errada. Eu é que pago. E quando não pago, ficam a dever-me. Como tu, por exemplo.

Desde que te meteste mentirosamente no negócio das “vítimas” do 27 de Maio deixei de seguir o teu pensamento. Não consigo decifrar se fizeste aquilo por loucura, por despeito, por estupidez ou por dinheiro. Pensei esclarecer contigo. Mas desisti. Se foste capaz de semelhantes baixezas, deixaste de me interessar como pessoa e tudo o resto. Não me interessa o porquê dos teus dislates com sabor a traição.

Hoje afirmas que escrevo a soldo e sou estúpido. Fiquei confuso. Os teus insultos foram ditados por atacar o estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA)? Agora eles andam a comprar, baratinho, desgraçados mentais como tu.

Os insultos devem-se a ter falado dos faxinas Lungo e Miala fardados de generais? Não me digas que agora és bufo dessa escória humana!

Reagiste com insultos por atacar os sicários da UNITA, os teus novos donos? Estás ressabiado porque perdeste as eleições? Já tinhas um tacho garantido? Podes descer baixinho, mas não desças abaixo de cão tinhoso. 

Os insultos foram ditados porque critiquei o Presidente João Lourenço? Não me digas que recebes a dois carrinhos dele e da UNITA. Que grande filho da puta me saíste.

Os teus insultos de hoje não vão cair em saco roto. Vais pagar. Desta vez não me ficas a dever. Nem que seja a última coisa que faço na vida.

Não voltes a insultar-me porque considero uma emergência, pôr-te na ordem. Isso quer dizer que não vou esperar pela melhor oportunidade. 

Tem juízo e quando quiseres ser porco, dirige-te à tua família e a quem te paga.

Estás na minha lista dos filhos da puta irremediáveis e dos leprosos morais.

Artur Queiroz

Relacionado: Angola | O PAI DOS POBRES E AS NOTAS – Artur Queiroz

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