segunda-feira, 15 de maio de 2023

Portugal | AUMENTA O DESEMPREGO E A PRECARIEDADE

Enquanto a taxa de desemprego sobe para os 7,2%, os postos de trabalho criados no primeiro trimestre de 2023, segundo o INE, foram, em parte, assentes em vínculos precários. Diminui o direito ao trabalho e o trabalho com direitos. 

Desde 2020 que não se assistia aos actuais números do desemprego. A situação económico-social degrada-se a olhos vistos e a criação de emprego desprotege quem trabalha. A confirmação é dada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que esta semana divulgou os dados relativos ao primeiro trimestre de 2023. 

Segundo o Instituto, 4,925 milhões de pessoas estão empregadas, mais 0,5% do que no período homólogo, no entanto, no mesmo período, o trabalho por conta de outrem, que também aumentou, ficou a dever-se sobretudo ao crescimento dos contratos a termo ou a tempo parcial. Os dados indicam que, entre 2022 e 2023, os contratos a termo aumentaram 7,7%. Isto confirma a tendência já verificada de desprotecção dos trabalhadores e de aumento da incerteza nas suas vidas. 

Analisando mais a fundo, os contratos sem termo continuam a ser predominantes no mercado de trabalho nacional, representando 83% dos 4,189 milhões de trabalhadores por conta de outrem. Mas, ao contrário do que aconteceu com os vínculos precários, tiveram um recuo homólogo de 0,2%. A precariedade que os trabalhadores sentem na pele materializa-se também com o trabalho a tempo parcial, que teve um aumento de 6,5%, algo que tem reflexo directo nos salários.

Este aumento do emprego que se verifica explica-se pela redução da população inactiva que diminuiu em relação aos dois períodos de comparação e coincide com um aumento de pessoas a entrar no mercado de trabalho. 

Sobre os dados do desemprego, segundo o INE, o primeiro trimestre de 2023 regista um aumento, fixando-se em 7,2%, o número mais alto desde 2020 e o quarto trimestre (7,3%), ano de pandemia. A taxa de desemprego aumenta em todas as regiões, e em particular no Norte do país.  

AbrilAbril | Imagem: José Coelho / Lusa

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