Artur Queiroz*, Luanda
Os falsários atacaram em Moçambique com todos os seus arsenais. O partido PODEMOS apresentou recursos na Comissão Eleitoral com base numa “contagem paralela” de 50 por cento das actas eleitorais. E esse material continha mais do que a totalidade dos votantes moçambicanos! Reprovados e os documentos enviados para o Ministério Público. Abaixo os falsários e seus correligionários.
Lúcia Ribeiro, presidente da Comissão Constitucional de Moçambique, já tinha anunciado publicamente que não existia qualquer recurso no que diz respeito à eleição presidencial. A confusão e crimes de rua às ordens de Venâncio Mondlane, nada tinham a ver com os resultados eleitorais.
Confirmado oficialmente: Daniel Chapo, candidato apoiado pela FRELIMO, foi eleito com 65,17 por cento dos votos. O candidato da internacional fascista, Venâncio Modlane, teve 24,19 0or cento dos votos. É o presidente dos bandidos que estão a partir Moçambique. Mas como em democracia esse cargo não existe, a partir de hoje acabou a confusão. Quem for para a rua partir, assaltar, saquear e matar está sujeito, a partir de agora, à mão pesada da Lei.
Nos mandatos de deputados houve correcções. O partido FRELIMO ficou oficialmente com 171 deputados, PODEMOS 43, RENAMO 20 e MDM 6 deputados. Está fechado. Maioria qualificada para o partido fundador da democracia moçambicana. O povo não esquece quem derrotou o colonialismo, os racistas de Pretória e seus ajudantes moçambicanos. Não é um canalha ao serviço da internacional fascista que derrota os libertadores da Pátria Moçambicana.
Daniel Chapo discursou logo a seguir à proclamação dos resultados eleitorais pela Comissão Constitucional. E assumiu um compromisso solene: Lutar pela paz. Defender a paz. A partir de agora, quem optar pelo banditismo político e atentar contra a paz tem de responder pelos seus actos. O Povo Moçambicano triunfou.A FRELIMO elegeu todo os governadores provinciais e tem maiorias qualificadas em todas as assembleias locais. Uma vitória nunca antes conseguida. Daniel Chapio vai ser empossado como Presidente da República em condições políticas extremamente favoráveis e com um apoio esmagador do Povo Moçambicano.
Agora a nossa casa. O Jornal de Angola publicou uma peça sobre Manuel Lima, assinada por Isaquiel Cori. As aldrabices do costume, manipulação e uma comissão gravíssima. O autor apresenta partes de uma entrevista concedida por Manuel Lima na qual ele diz que saiu do MPLA, em 1963, por estar em desacordo com as propostas políticas de Agostinho Neto. Qualquer jornalista que não tenha o intestino grosso ligado ao cérebro e das suas mãos não saiam fezes malcheirosas, perguntava ao entrevistado quais eram os pontos do seu desacordo com o novo líder. Nada. Uma omissão gravíssima.
Viriato da Cruz, o candidato derrotado nessas eleições para o Comité Director do MPLA, defendia que os mestiços e brancos só podiam estar na segunda linha, meros auxiliares. Não podiam participar na luta armada! Agostinho Neto defendia que todos tinham de estar disponíveis para lutar de armas na mão contra o colonialismo. E lançou a célebre palavra de ordem, muito criticada pelos traidores e desertores: Todos para o Interior!
É disto que Manuel Lima discordou?
Viriato da Cruz, maoista, defendia que o MPLA se devia fundir na UPA/FNLA em nome da unidade nacional. Uma vez na instituição, os revolucionários e progressistas tomavam o poder derrubando Holden Roberto e seus parceiros tribalistas.
Agostinho Neto defendia a unidade na luta mas cada movimento mantinha a sua identidade porque cada um também defendia princípios e valores diferentes. MPLA e UPA/FNLA só coincidiam na defesa da ideia da Independência Nacional. Neto defendia: O MPLA é um amplo movimento. No seu seio cabem todos os que estão dispostos a lutar contra o colonialismo. Todos são bem-vindos!
Foi disto que Manuel Lima discordou?
Agostinho Neto, mal foram contados os votos e confirmado como líder do MPLA, imediatamente declarou guerra ao imperialismo (Casa dos Brancos), ao colonialismo, ao racismo, ao tribalismo.
Foi isto que levou Manuel Lima a discordar de Agostinho Neto?
Agostinho Neto pôs a luta armada em primeiríssimo lugar. Naquele ano de 1963 os guerrilheiros estavam praticamente abandonados pelo Comité Director. Agostinho Neto apostou tudo na guerrilha.
Foi esta decisão que levou Manuel Lima a sair para sempre, até morrer, do MPLA?
Muitos militantes e dirigentes desertaram quando o líder determinou que os militantes do MPLA eram todos, sem excepção, políticos com armas na mão na luta contra o colonialismo.
O jornalista angolano (do Sumbe) Carlos Veiga Pereira, uma das figuras mais importantes do Jornalismo de Língua Portuguesa, escreveu uma carta ao seu amigo e camarada Agostinho Neto. O documento é importante para compreender os tempos conturbados da primeira metade dos anos 60. Estavam no exílio muitos angolanos, quase todos estudantes universitários, ansiosos por se juntarem à luta armada de libertação nacional.
A resposta de Agostinho Neto devia ser lida em todas as escolas angolanas de todos os graus de ensino. Ele contava a Carlos Veiga Pereira o que estava a sofrer para combater o racismo e o tribalimo nas fileiras do MPLA. Mas deixou uma promessa: A luta continua até acabarmos com o colonialismo, o racismo e o tribalismo!
Aproveito para desejar boas festas às famílias de Agostinho Neto e Carlos Veiga Pereira. Boas festas para todos os que no seio do MPLA lutaram de armas na mão contra o imperialismo (Casa dos Branco), o colonialismo o racismo e o tribalismo.
Os meus pêsames à família de Manuel Lima pela perda e a Isaquiel Cori pela falsificação e omissão. Um jornalista que de comporta assim vai de castigo para o Bureau Político de João Lourenço.
* Jornalista
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