Hamilton Octavio de Souza – Correio do Brasil
Núcleo duro
Presidida pelo mega empresário Jorge Gerdau Johannpeter, a Câmara de Políticas de Gestão, instalada dentro do Palácio do Planalto, em Brasília, reúne quatro grandes empresários e quatro ministros do governo Dilma (Planejamento, Fazenda, Casa Civil e Indústria e Comércio). Agora responda com toda honestidade: nesse seleto grupo quem manda em quem, os representantes do capital ou os funcionários do Estado?
Paraíso tropical
Todo mundo sabe que o Banco Central é apenas um aparelho da Febraban e do capital financeiro nacional e internacional. A maior prova disso é que, segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, nos últimos três anos as tarifas bancárias aumentaram 30% acima da inflação do período. Os bancos esfolaram seus clientes. Quem deveria conter a ganância é o Banco Central, mas ele é deliberadamente omisso nessas questões.
Controle privado
Proposta pela empresa estrangeira Experian-Serasa, com o apoio da indústria, comércio e especialmente dos bancos, a Medida Provisória 518/10, que cria o cadastro positivo, foi aprovada dia 10 de maio pela Câmara dos Deputados. Se tiver a aprovação do Senado, esse cadastro é mais um instrumento de coerção nas mãos das empresas para discriminar pessoas e impedir que os direitos dos consumidores sejam usados. É abuso contra a cidadania!
Pressão popular
Mais um documento dirigido à presidenta Dilma Rousseff solicita a suspensão do processo de licenciamento da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, em Altamira (PA). Agora é um abaixo-assinado produzido por cientistas, pesquisadores, professores e intelectuais, que desde o dia 9 de maio circula nos meios universitários. O documento pede que seja “assegurado o direito dos Povos Indígenas e das Comunidades Tradicionais”.
Patriotismo
Interessada em aprovar rapidamente a reforma do Código Florestal, a bancada ruralista é constituída de proprietários de terras e de deputados e senadores financiados em suas campanhas eleitorais por grandes empresas do agronegócio. A pressa visa basicamente dois objetivos imediatos: liberar o desmatamento da Amazônia e do Cerrado e anistiar R$15 bilhões em multas aplicadas pelo Ibama de 2005 a 2009 e não pagas até hoje. Gente muito esperta!
Eternamente
Só agora, em 2011, a Justiça condenou o empresário Ricardo Mansur, proprietário das lojas Mesbla, que teve falência decretada em 1999, por ter se apropriado da contribuição previdenciária de seus funcionários, no valor de R$ 4,6 milhões. Prática comum no meio empresarial, esse tipo de golpe solapa o sistema público de assistência e aposentadoria dos trabalhadores. A demora no julgamento só estimula o crime.
Ponto polêmico
O Ministério da Cultura está recebendo inscrições para o seminário “A Modernização da Lei de Direitos Autorais: contribuições finais para o APL”, que será realizado em Brasília (Auditório do Superior Tribunal de Justiça) nos dias 31 de maio e 1º de junho. Vai tratar justamente de um dos temas que mais tem agitado os grupos que disputam o poder político no Minc. Tudo indica que o seminário será muito esclarecedor.
Terror oficial
Não satisfeito com sequestros e assassinatos em outros países, o governo dos Estados Unidos deverá contar, em breve, com novo e poderoso instrumento legal – em tramitação no Congresso daquele país – para deslocar tropas e promover ações militares em todos os locais do mundo considerados suspeitos de “associação com o terrorismo”. E ainda tem gente que acha o imperialismo uma questão superada!
Ataque midiático
A imprensa empresarial iniciou nova investida sobre a honestidade de membros do governo federal e do PT, agora para questionar o patrimônio acumulado pelo ministro Antonio Palocci, da Casa Civil, que teria adquirido imóveis – em 2009 e 2010 – no valor de R$ 7,4 milhões. É preciso que o ministro, o governo e o PT esclareçam o assunto rapidamente. E que as esquerdas, governistas ou não, não façam o papel de avestruz!
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