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Díli, 21 mai (Lusa) -- O ministro dos Negócios Estrangeiros considera que, da capacidade de Portugal afirmar os seus interesses em Timor-Leste, dependerá a imagem na região, hoje determinante porque o eixo da economia se desloca do Atlântico para o Pacífico.
Luís Amado, que falava num almoço de convívio com a comunidade portuguesa, no quartel do Sub-Agrupamento Bravo da GNR, em Díli, considerou Timor-Leste e a região como "de especial interesse estratégico para o país", defendendo que deve ser mantida uma presença forte em todos os setores, apesar das dificuldades.
"Há um esforço a fazer, numa década que vai ser decisiva para a afirmação dos nossos interesses em toda esta região, e passa muito pela capacidade que demonstrarmos de afirmar os nossos interesses aqui em Timor-Leste", afirmou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chamou a atenção de que se trata de "uma das regiões de economia mais vibrante e mais dinâmica", e que "o eixo da economia mundial está-se a deslocar do Atlântico para o Pacífico, e a relação de forças do sistema internacional está a acompanhar a mudança que a economia e as finanças induzem".
Por isso, acrescentou, "esta região é demasiado importante, com especial interesse estratégico" para o país.
"Independentemente das dificuldades, estou convicto que os governos olharão para a nossa presença em Timor-Leste com renovado interesse e como grande prioridade, porque é absolutamente indispensável que possamos garantir uma presença muito forte em todos os setores da vida deste país, o mais possível, durante os próximos anos", referiu.
Luís Amado sublinhou que Portugal ainda tem, pelo seus laços seculares, "uma imagem de potência histórica que subsiste no imaginário destes povos", considerando que "há um conjunto de circunstâncias que permite olhar com confiança para o futuro na região" que não vêm apenas desses tempos.
"O país ganhou uma imagem renovada de respeito e confiança nesta região com o êxito que foi a descolonização de Timor, encerrada há apenas uma década", adiantou.
Portugal ganhou uma capacidade de diálogo e de afirmação nesta região que não tinha, precisamente porque a bandeira de Timor e o seu direito à autodeterminação condicionou muito a nossa relação com toda esta região", disse.
Luís Amado lembrou ainda que houve constrangimentos com os países da zona pela "permanente e obsessiva pressão, para que a autodeterminação fosse um êxito", mas realçou que "a partir do momento em que se conseguiu garantir as condições políticas, no plano internacional, para que Timor exercesse o seu direito à autodeterminação, Portugal passou a ser muito respeitado e credível na cena internacional, em particular nesta região".
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