quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Instituto afirma que pobreza está a transformar a Amazónia numa rota principal...




... de tráfico de drogas e armas

CSR - LUSA

Genebra, 01 set (Lusa) -- O Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) afirmou, num estudo recente, que a pobreza está a transformar a Amazónia numa das principais rotas do tráfico internacional de armas e drogas no mundo, divulgou hoje a imprensa brasileira.

A investigação do IISS (sigla em inglês), publicada recentemente e divulgada hoje pelo jornal O Estado de São Paulo, referiu que não é a falta de efetivos de segurança ou de um novo sistema de radares que está a transformar a Amazónia numa das principais rotas do tráfico internacional de armas e drogas no mundo, mas sim a miséria na região.
O IISS é um dos principais centros de estudos sobre estratégia no mundo, com sede em Londres.

Para o instituto, o projeto do Governo brasileiro de investir 10 mil milhões de reais (4,3 mil milhões de euros) até 2019 na proteção das suas fronteiras na Amazónia tem grande probabilidade de fracassar, enquanto a pobreza não for erradicada nas comunidades que vivem na região.

De acordo com o estudo, a pobreza afeta 42 por cento da população da Amazónia, acima da média de 28 por cento no resto do Brasil. Apenas um terço da população - que vive na região do mundo com mais recursos hídricos - tem acesso a água limpa.

Segundo o documento, a Estratégia Nacional de Defesa de 2008 não foi capaz de conter o tráfico de armas e drogas na Amazónia e o país fez uma avaliação estratégica "ultrapassada" sobre os riscos que a região enfrenta.

O Brasil insiste que o maior perigo é a invasão da Amazónia por outro Governo, no entanto, segundo o estudo, a floresta já está a ser ocupada por "grupos armados ilegais".

Nos onze mil quilómetros de fronteiras da região, o Brasil tem menos de mil agentes da polícia federal e apenas 13 por cento das Forças Armadas.

"Além disso, metade do equipamento militar nacional está em más condições e não é utilizável", revelou o estudo.

Os investigadores afirmam que, apesar dos esforços brasileiros nos últimos anos, a Amazónia passou a ser rota do tráfico internacional, mantendo uma relação direta com a violência nas favelas do Rio de Janeiro e de São Paulo.

A Amazónia é um caminho cada vez mais frequente para a droga que sai da Bolívia e do Peru.

A inclusão da Amazónia na rota do tráfico de droga é explicada também pelo sucesso do governo colombiano em combater os guerrilheiros das FARC, que acabam por cruzar a fronteira com o Brasil, e a explosão do consumo de drogas na Europa.

O IISS admitiu que a região está a ser alvo de maior atenção dos militares desde o governo de Lula da Silva, continuando agora com Dilma Rousseff, mas sublinha que a questão vai para além da segurança das fronteiras, passando também pelo fator social.

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