quinta-feira, 1 de setembro de 2011

PAICV saúda PR eleito e marca reunião da Conselho Nacional para 10 e 11 de setembro




JSD - LUSA

Cidade da Praia, 01 set (Lusa) - A Comissão Política (CP) do PAICV felicitou hoje o presidente eleito de Cabo Verde e anunciou para 10 e 11 deste mês uma reunião do Conselho Nacional para definir a estratégia até às autárquicas.

Num comunicado, a CP do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), reunida quarta-feira, indicou hoje à tarde que as recentes presidenciais constituíram um "marco importante" na História da democracia cabo-verdiana, em que os eleitores votaram de forma "livre, madura e transparente".

Sem qualquer referência a Manuel Inocêncio Sousa, candidato derrotado e apoiado oficialmente pelo PAICV nas presidenciais (primeira volta a 07 de agosto e a segunda a 21 do mesmo mês), a Comissão felicitou o vencedor, Jorge Carlos Fonseca (do MpD, oposição) formulando votos para que o presidente eleito possa ajudar na consolidação da democracia no arquipélago.

Sobre a reunião de 10 e 11, que começará um dia após a tomada de posse de Carlos Fonseca, a CP do PAICV limita-se a dar conta de que o encontro do mais importante órgão entre congressos vai debater a atual situação política e preparar a estratégia para as autárquicas, previstas para o primeiro semestre de 2012.

O documento nada indica sobre a eventual convocação de um congresso extraordinário, exigido já por vários militantes e admitido implicitamente pelo líder do PAICV, José Maria Neves, igualmente primeiro-ministro, na sequência das divisões surgidas nas presidenciais.

Da esfera política do PAICV saíram dois candidatos às presidenciais, um oficialmente, Inocêncio Sousa, e outro como independente, Aristides Lima, antigo secretário-geral do partido e ex-presidente do Parlamento, que arrastou consigo a "ala conservadora", próxima do presidente cessante, Pedro Pires.

Entre os que apoiaram Lima figuram destacados dirigentes do PAICV, como Felisberto Vieira, que deixou mesmo o Governo e lidera a comissão regional de Santiago Sul (a mais importante em termos eleitorais), sabendo-se também, de antemão, que o Parlamento "não está seguro" para o partido.

Em causa está o facto de o "grupo" afeto a Lima contar com o apoio de 11 dos 38 deputados eleitos pelo PAICV nas legislativas de fevereiro, bastando, porém, três para, numa conjugação com os 32 do Movimento para a Democracia (MpD, oposição) e os dois da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID), alterar a correlação de forças.

Fontes do PAICV, contactadas pela Agência Lusa, admitiram a possibilidade de, na reunião de 10 e 11 deste mês, ser analisada a hipótese de convocação de um congresso extraordinário em nome da unidade do partido.

Neves já indicou que cabe ao Conselho Nacional do partido convocar um congresso extraordinário para analisar as divisões reinantes e que, fruto mais da derrota de Inocêncio do que da vitória de Fonseca, podem levar a alterações profundas na direção por si liderada desde 2001.

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