RTP
Os líderes da UGT e da CGTP deverão reunir-se na segunda-feira para debater a possibilidade de uma greve geral em resposta às medidas anunciadas pelo Governo na quinta-feira, disse hoje o secretário-geral da UGT.
"Tem que haver uma resposta do movimento sindical", afirmou o dirigente máximo da UGT numa conferência de imprensa em Lisboa, onde se pronunciou sobre as medidas inscritas no Orçamento do Estado para 2012 e que foram anunciadas quinta-feira à noite pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
Em relação a uma possível adesão da UGT a uma greve geral, João Proença admitiu que "todos os cenários são possíveis".
No entanto, alegou que uma reação às medidas divulgadas pelo chefe do Executivo, Passos Coelho passa por "várias formas de luta e não apenas uma".
Sobre a medida do Governo que prevê um aumento em meia hora por dia do trabalho semanal no setor privado, João Proença considerou que vai provocar uma subida "brutal do desemprego", considerando que a medida levanta dúvidas à UGT em termos de constitucionalidade.
O líder sindical admitiu também que as medidas do Orçamento de Estado para 2012 vão provocar "uma quebra do consumo" e uma "contração da economia" que será extensiva a todos os setores da atividade, com destaque para a restauração, comércio e turismo, bem como para o conjunto do setor produtivo.
"É nisto em que estamos. Somos o bom aluno e os campeões da asneira. Não há um mínimo de equilíbrio na repartição dos sacrifícios", sublinhou.
Além disso, referiu que a UGT já pediu uma reunião de urgência ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, estando a aguardar pela resposta.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou na quinta-feira que as medidas do Orçamento do Estado para 2012 visam garantir o cumprimento dos acordos internacionais, e que passam, entre outras, pela eliminação do subsídio de férias e de Natal para os funcionários públicos e pensionistas que recebem mais de mil euros por mês, enquanto durar o programa de ajustamento financeiro, até ao final de 2013.
Os vencimentos situados entre o salário mínimo e os 1000 euros ficarão sujeitos a uma taxa de redução progressiva, que corresponderá em média a um só destes subsídios.
As pensões acima do salário mínimo e abaixo de mil euros sofrerão, em média, a eliminação de um dos subsídios.
O chefe do Governo afirmou que há um desvio orçamental de três mil milhões de euros e anunciou também que o executivo vai reduzir o número de feriados e permitir que as empresas privadas aumentem o horário de trabalho em meia hora por dia, sem remuneração adicional.
*Foto EPA
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