quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Angola: MPLA É FAVORITO NAS ELEIÇÕES GERAIS DE AMANHÃ

 


Diogo Vaz Pinto – ionline
 
UNITA não reconhecerá legitimidade do vencedor devido a alegada fraude no processo eleitoral
 
Ao contrário do que acontece em Portugal, o dia de reflexão, hoje, em Angola, é um dia de trabalho normal, mas para as eleições de amanhã foi concedida tolerância de ponto, de modo que os angolanos possam ir às urnas votar. O resultado destas eleições gerais determina não apenas o governo para os próximos quatro anos, mas também quem assumirá a Presidência da República, dado que, com a alteração constitucional de 2010, o país concentrou num único acto a escolha dos seus representantes. Os resultados deverão ser conhecidos ao fim de 48 horas, mas no sábado, com a chegada dos parciais, já será possível confirmar uma tendência na divisão dos votos.
 
Os 30 dias da campanha eleitoral, que ontem chegou ao fim, puseram em evidência o claro domínio do MPLA, no poder desde a independência de Angola, em 1975. O partido desenhou a sua campanha de forma que os comícios realizados em 10 das 18 províncias alinhassem com inaugurações no país.
 
O partido de José Eduardo dos Santos apostou num discurso de mobilização e união, prometendo um futuro generoso para o país. O presidente quis fazer uma campanha pela positiva, acusando os seus opositores de apostarem na “destruição” e de tentarem dividir os angolanos, enquanto o MPLA prossegue a “construção” do país. No comício de fecho de campanha, Eduardo dos Santos prometeu “aprofundar a democracia participativa” e aumentar “a luta contra a fome, a pobreza e o analfabetismo”.
 
Do lado da oposição, com oito partidos a enfrentarem o MPLA, as queixas foram para a desigualdade nos tempos de antena na televisão pública e na estratégia de cobertura informativa conduzida pelos órgãos de comunicação oficiais, que levou os partidos mais destacados da oposição – UNITA, PRS e CASA-CE – a criticar a falta de equidade na forma como foram tratados.
 
A UNITA destacou-se ainda nas denúncias de um conjunto de irregularidades detectadas no processo eleitoral. A Comissão Nacional Eleitoral angolana (CNE) recebeu um documento elaborado pela UNITA com queixas relativas a diversos aspectos do processo de escrutínio, mas afastou-as, considerando-as “infundadas”, o que motivou a manifestação do passado sábado convocada pela UNITA.
 
No sábado, o líder do partido do galo negro, Isaías Samakuva, manifestou disponibilidade para o adiamento por 30 dias do acto eleitoral para que o processo não fosse realizado “à margem da lei” e deixou bem claro que, sem uma resposta cabal da parte da CNE às queixas apresentadas, o partido que amanhã sair vencedor das eleições não verá a sua “legitimidade reconhecida”.
 

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