quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Novo capítulo da repressão sangrenta a greve na África do Sul

 


Depois de 34 mineiros terem sido mortos pela polícia na semana passada, a empresa para a qual trabalham ameaça agora com demissões coletivas
 
Esquerda.net – Outras Palavras
 
A administração da Lonmin, empresa proprietária da mina de platina Marikana, a noroeste de Johannesburgo, onde 34 mineiros em greve foram mortos pela polícia na quinta-feira, ameaça agora despedir todos os grevistas.
 
Uma declaração da empresa, que tem sede em Londres, afirma que a greve é ilegal e que os trabalhadores têm até esta segunda-feira para regressar ao trabalho.
 
Mas para o mineiro Kaizer Madiba, ouvido pelo Times, “já morreram pessoas e não temos nada a perder… Vamos lutar pelo que acreditamos que é uma luta legítima por melhores salários. Preferimos morrer como os nossos camaradas do que recuar”.
 
Os mineiros ganham atualmente entre 4.000 e 5.00 rands (390 e 487 euros) e reivindicam aumentos de salários para 12.500 rands (1.217 euros).
 
No domingo, o Presidente Jacob Zuma decretou uma semana de luto depois do massacre e criou uma comissão interministerial para lidar com a crise, que já foi classificada como o pior banho de sangue em confrontos entre polícia e trabalhadores desde o fim do apartheid, em 1994.
 
Mas ainda nada aconteceu aos responsáveis da polícia pelo assassinato a tiro dos 34 grevistas, e o chefe da Polícia, Riah Phiyega, defendeu a atuação da sua força, argumentando que os polícias atuaram em legítima defesa.
 
Em contrapartida, 259 grevistas detidos nos protestos comparecem esta segunda-feira em tribunal, acusados de assassinato, tentativa de assassinato, roubo armado, violência pública e danos à propriedade.
 
As ações da Lonmin, a terceira maior produtora de platina do mundo, caíram 5% esta segunda-feira.
 

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