domingo, 26 de agosto de 2012

Percurso de Eduardo dos Santos lembrado na celebração dos seus 69 anos de vida

 


Aniversário - 28 de Agosto de 2011, Eduardo dos Santos chega à respeitável idade de 69 anos
 
 
De novo, as celebrações terão o perfil de outros aniversários: um programa público, oficial, preenchido pelo intercâmbio de ideias sobre a figura de Estado, o político, o Presidente, mas também o líder do partido que detém as rédeas do poder em Angola, o MPLA, este por isso mesmo, aliás, o ponto de partida principal das iniciativas que marcam a data; por outro lado, o ritual mais reservado, a celebração em família, com os amigos, o direito sagrado ao espaço pessoal que cargo algum, por mais alto que se mostre, deve obstruir.
 
O elemento novo das comemorações será, quiçá, o clima de précampanha que não pode deixar de estar naturalmente desenhado no panorama político da nação, embora não tenham sido ainda formalmente convocadas as próximas eleições.
 
Basta, contudo, o saber-se que em 2012 acontece a consulta popular que abre a hipótese da conservação do poder ou a alternância, a filosofia basilar do exercício da governação em sociedades democráticas.
 
Sendo esse o momento que se adensa no horizonte, torna-se implícito e inevitável que as celebrações do aniversário do cidadão que representa, afinal, a incógnita maior e mais debatida de qualquer disputa eleitoral, terão sempre uma grande carga política a marcá-las. À direita e à esquerda, o mesmo é dizer, no seio da sua família política, o MPLA, que trabalha obviamente pela manutenção do status quo repetindo o triunfo de há quatro anos nas urnas, e nas hostes também dos seus adversários políticos, a Oposição organizada e todos os que, por opção ou modismo, entendem colocar-se em rota contrária à dos ideais do Presidente da República. A comemoração acontece, pois, a duas vozes.
 
É líquido, porém, que a quota mais visível e de maior expressão, corresponde à dos que se juntam em grande estilo aos festejos, não à da ala da contestação, esta sempre confinada ao seu peso real no meio em que disputam espaço e notoriedade: uns disparos verbais aqui e ali, umas presenças críticas no circuito editorial, uma ruidosa onda de ataque nos canais do ciberespaço e pouco mais.
 
Os que dão a cara, com a candeia do MPLA sempre à frente para iluminar duas vezes, procuram os lugares mais nobres, os espaços mais valiosos, os horários mais funcionais e as pessoas de maior relevo social para fazerem do aniversário do seu líder um acontecimento abrangente, com a transversalidade que garante os ganhos políticos tão preciosos em tempos de disputa democrática do poder.
 
Luís Fernando - 26 de Agosto de 2011
 

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