Carlos Gomes Júnior
recandidata-se a presidente do PAIGC
19 de Setembro de
2012, 16:53
Bissau, 19 set
(Lusa) - O presidente do maior partido da Guiné-Bissau, o Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Carlos Gomes Júnior,
recandidata-se ao cargo no congresso marcado para janeiro de 2013, disse hoje à
Lusa fonte oficial.
Carlos Gomes
Júnior, primeiro-ministro da Guiné-Bissau até 12 de abril, quando foi afastado
por um golpe de Estado, está atualmente em Portugal, de onde enviou uma carta
ao PAIGC a anunciar a candidatura, indicou a mesma fonte.
"Apresento-me
como candidato" ao 8.º congresso do PAIGC, agendado para janeiro em
Cacheu, disse Carlos Gomes Júnior na carta, onde se diz também disponível para
fazer um debate público com os outros candidatos à liderança do partido.
PAIGC assinala
falhas no processo de transição, em dia de aniversário
19 de Setembro de
2012, 17:42
Bissau, 19 set
(Lusa) - O PAIGC, maior partido da Guiné-Bissau, considerou hoje que "os
fatores de sucesso do período de transição não estão a ser observados e
implementados" e alertou para "os riscos decorrentes desta
situação".
Augusto Olivais, o
secretário-geral do partido, falava em Bissau, na cerimónia comemorativa dos 56
anos do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde),
fundado a 19 de setembro de 1956.
No discurso em que
lembrou a história do partido fundado por Amílcar Cabral, o dirigente recordou
também que "no lusco-fusco de 12 de abril" passado "o eco das
armas anunciou" uma nova etapa para o país e um período de transição política
de um ano.
O PAIGC, disse,
optou pela "ação diplomática, o diálogo nacional, a solução pacífica do
conflito, o consenso e a unidade nacional", mas, ainda assim,
"persiste o impasse total na Assembleia Nacional Popular, com
consequências negativas em todo o processo de transição" que o partido
quer que seja "inclusiva e pacífica".
Soares Sambú, do
bureau político do partido, falou também, em declarações aos jornalistas, do
"sentido de responsabilidade e patriótico" do partido, que o leva a
procurar consensos, o que poderá mesmo significar integrar o governo de
transição.
Se "integrar
um, ou outro órgão, naturalmente que o PAIGC o fará com humildade e sentido de
responsabilidade que o país exige", disse.
E se integrar o
governo significar prorrogar o tempo de transição, Soares Sambú respondeu:
"quando se procura consenso tudo é possível e tudo poderá estar em cima da
mesa".
Até agora, adiantou
"não estão reunidas" as condições indispensáveis para que "o
processo de transição possa decorrer em ambiente de inclusão e
apaziguamento", porque não há uma agenda política, não há a aprovação de
um programa de governo pela Assembleia Nacional Popular (ANP) e também não há
um Orçamento Geral do Estado.
Mas o PAIGC, disse,
está a fazer diligências para que a ANP seja "o epicentro de toda a
transição" e está disponível para discutir o assunto com o PRS (Partido da
Renovação Social, o maior partido da oposição) "à hora a que for
necessário".
De resto, disse,
"a moral continua em alta" no partido e todos estão disponíveis para
"contribuir para endireitar o processo e para o bem-estar do país e do
povo".
Hoje, no salão
nobre do partido, reuniram-se dirigentes e militantes para assinalar o
aniversário, com mensagens das crianças (os pioneiros), dos jovens, das
mulheres, dos antigos combatentes, dos quadros e dos deputados.
E aplaudiu-se o
regresso ao partido de Augusto Mango e de Alama Nchianhassé, que foram do
PAIGC, que saíram para formar outros partidos e que agora regressaram.
Apelou-se à unidade da "família PAIGC", cantou-se, assistiu-se a
momentos de dança, lembrou-se Cuba e Fidel Castro, a antiga URSS, a África do
Sul e Nelson Mandela, os líderes africanos das independências e a criação do
partido.
A 19 de setembro de
1956, Amílcar Cabral, perante um pequeno grupo de companheiros, propôs a
criação de um partido político para alcançar a independência da Guiné e de Cabo
Verde.
Chamou-lhe Partido
Africano da Independência (PAI). A reunião durou uma hora e nela participaram
também, lembrou hoje Augusto Olivais, Aristides Pereira, Luís Cabral, Fernando
Ferreira Fortes, Júlio de Almeida e Elsisée Turpin.
A 24 de setembro de
1973, na região de Boé, era proclamado o Estado da Guiné-Bissau, reconhecido
até final desse ano por cerca de 40 países.
FP.
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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