Futuro Presidente
da República nas mãos de Guebuza
19 de Setembro de
2012, 09:29
Luís Andrade de Sá,
da Agência Lusa
Pemba, 19 set
(Lusa) - A previsível confirmação de Armando Guebuza como líder da Frelimo, no
X Congresso do partido, que se realiza este mês, aumenta a possibilidade de
que, no futuro, seja o atual Presidente da República a controlar o seu
sucessor.
Guebuza, atual
Presidente de Moçambique, não poderá candidatar-se a um terceiro mandato, mas a
decisão da Frelimo em mantê-lo na liderança do partido vai criar uma situação
de dois poderes, na qual o futuro Presidente da República, se for eleito pela
Frelimo, deve obediência ao comité central, liderado pelo atual inquilino da
Ponta Vermelha.
A situação pode
resumir-se na velha máxima "Se pensas que pensas, pensas mal; quem pensa
por ti é o comité central", até porque, segundo os estatutos do partido,
caberá a este órgão "pronunciar-se sobre a composição do governo da
Frelimo", a qual, contudo, no regime presidencialista moçambicano, é da competência
do Presidente da República, que preside aos conselhos de ministros.
A Frelimo ainda não
indicou o seu candidato às presidenciais de 2014, nas quais é a principal
favorita, dado o crescente apagamento da Renamo e a fraca implantação do MDM a
nível nacional.
O cenário de um
futuro Presidente obediente ao comité central tem inquietado analistas
políticos e membros do partido no poder, ainda mal refeitos da certeza
manifestada em julho pelo secretário-geral da Frelimo, Filipe Paúnde, de que
"o partido é que orienta o governo".
O partido é
dirigido pela comissão política do comité central, na qual o Presidente da
República, o presidente do parlamento e o primeiro-ministro têm assento por
inerência mas sem direito a voto.
No entanto, há quem
defenda que o atual Presidente deverá seguir os passos de Joaquim Chissano que,
em 2005, lhe cedeu o comité central da Frelimo, depois de Guebuza o suceder na
presidência do país.
"A seu tempo,
Guebuza saberá retirar-se para deixar amplamente livre quem o suceder", previu,
no semanário Domingo, Sérgio Vieira, fundador da Frelimo e que vai abandonar o
comité central, ao fim de 50 anos, no congresso que arranca no dia 23 de
setembro em Pemba.
Se não o fizer,
considera o historiador Egídio Vaz, citado no semanário Savana, Guebuza ficará
"com uma imagem completamente apagada já que o (próximo) Presidente da
República quererá assumir algum protagonismo".
No mesmo jornal, o
professor de Direito Gilles Cistac considera que se trata de uma manobra de
"captura do Estado" pelo partido no poder.
"Esta ideia
foi precipitada e acelerada depois de ter falhado o projeto de levar atuais
dirigentes políticos para o terceiro mandato", defendeu o académico,
referindo-se ao limite constitucional de duas eleições presidenciais
consecutivas.
A Lusa pediu em
julho uma entrevista ao secretário-geral da Frelimo, Filipe Paúnde, a qual foi
confirmada mas, desde então, sucessivamente adiada.
LAS
Sucessão de Guebuza
paira no congresso, mesmo sem se falar no assunto
19 de Setembro de
2012, 09:29
Luís Andrade de Sá,
Agência Lusa
Pemba, 19 set
(Lusa) - O assunto está fora da agenda mas é a sucessão de Armando Guebuza na
Presidência de Moçambique que vai dominar o X Congresso da Frelimo que no
domingo arranca em Pemba, no norte do país.
O candidato da
Frelimo às eleições de 2014 sairá de uma decisão posterior do comité central,
órgão que será eleito neste congresso e que voltará a ser dirigido por Armando
Guebuza, mas a reunião magna do partido no poder desde a independência de
Moçambique, em 1975, poderá clarificar as várias posições.
Tudo indica que o
candidato da Frelimo, seja ele quem for, será o próximo Presidente da
República, saído das eleições de 2014, as quais a Renamo ameaça não disputar e
que encontram o MDM, terceiro partido da oposição, ainda sem grande
implementação fora do centro do país, onde domina as cidades da Beira e
Quelimane.
O interesse quase
que reside em saber quem será o candidato da Frelimo que sucederá a Armando
Guebuza, 69 anos, impedido constitucionalmente de concorrer a um terceiro
mandato.
Nos círculos
presidenciais, tem surgido com insistência o nome do primeiro-ministro, Aires
Ali, um discreto muçulmano que foi governador de Inhambane e ministro da
Educação no último governo de Joaquim Chissano.
Ali, 56 anos, tem
mantido uma boa imagem junto dos diversos setores, mesmo da oposição, e sabido
gerir presenças pontuais em grandes eventos, como nas missas em estádios
organizadas pela IURD ou na recente vitória da seleção de futebol de Moçambique
sobre Marrocos.
Já o
"lobby" maconde da Frelimo, liderado pelo general Alberto Chipande, a
quem se atribui o primeiro tiro disparado contra o colonialismo português, tem
dado indicações de que gostaria de ver na Ponta Vermelha o ministro da Defesa,
Filipe Nyusi, um engenheiro mecânico de 53 anos, oriundo daquela etnia do norte
do país.
Mais fortes, os
homens de Chissano ensaiaram recentemente a hipótese de Luísa Diogo, 54 anos,
antiga primeira-ministra e que, com Guebuza, passou da lista das 100 mulheres
mais influentes do mundo, organizada pela revista Time, para o quase eclipse
político.
Outros candidatos
que têm sido aventados são a atual primeira-dama, Maria da Luz Guebuza, que
passou os últimos meses em presidências abertas e em viagens oficiais ao
exterior, as quais, cobertas pela comunicação social como se fosse uma
dirigente eleita, lhe deram grande visibilidade, o próprio Chipande e Graça
Machel, a atual mulher de Nelson Mandela e viúva de Samora.
No entanto, nenhum
destes presumíveis candidatos se chegou à frente, porque, apesar de pertencer
ao campo social-democrata da internacional Socialista, na Frelimo permanece a
"memória leninista" do passado que impede candidaturas extemporâneas
e à revelia dos órgãos centrais.
LAS
Polícia pede aos
pais para não ensinarem filhos menores a conduzir para reduzir acidentes
19 de Setembro de
2012, 12:30
Maputo, 19 set
(Lusa) - A polícia moçambicana pediu hoje aos pais e encarregados de educação
para não ensinarem os filhos a conduzir, nem emprestarem carros, após a
detenção, esta semana, de 31 pessoas por condução ilegal, incluindo menores sem
carta de condução.
Nas últimas três
semanas, 100 pessoas morreram na sequência de acidentes de viação, disse o porta-voz
do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique, Pedro Cossa.
As autoridades
policiais têm vindo a registar um crescente número de casos de condução ilegal
por menores, disse.
"Temos casos
de pais que emprestam as viaturas aos filhos menores para passear. Outros
ensinam os filhos a conduzir, mas estes depois roubam as chaves dos carros dos
progenitores para saírem à noite, e ir a festas e discotecas com amigos,
envolvendo-se muitas vezes em acidentes", disse Pedro Cossa.
Só na semana
passada, a polícia registou 42 acidentes de viação, resultantes de condução
ilegal, que resultaram em 30 mortos e 77 feridos.
No período em
análise, 23 mil viaturas foram fiscalizadas, resultando na aplicação de 5.369
multas por violação das regras do código das estradas. A polícia apreendeu
ainda 118 veículos e 206 cartas de condução.
Dados
governamentais indicam que, em Moçambique, os acidentes de viação causam um
prejuízo anual de 46 milhões de euros.
MMT.
Camionistas mortos
em roubo de combustível
19 de Setembro de
2012, 13:07
Chimoio, 19 set
(Lusa) Dois camionistas estrangeiros de longo curso foram mortos, com recurso a
catanas, nas últimas duas semanas na província de Manica, centro de Moçambique,
quando transportavam combustível do porto para o interior, disse hoje à Lusa fonte
policial.
Os camionistas,
segundo a polícia, foram surpreendidos quando descansavam no interior das suas
viaturas nos distritos de Barue e Gondola (Manica), tendo neste último os
supostos ladrões retirado, do camião-cisterna, 30 mil litros de combustível,
que se destinavam a abastecer o Malaui.
"O último caso
deu-se domingo em Nhamatema (Barue) onde um camionista malaui e uma
acompanhante zimbabueana foram mortos no interior do camião em que se faziam
transportar. Os ladrões só levaram os documentos, mas há suspeitas de que o
alvo era o saque de combustível", explicou à Lusa Belmiro Mutadiua,
porta-voz da polícia.
Três pessoas estão
detidas por suposta ligação aos crimes.
Entretanto a
polícia esta a investigar se os crimes têm alguma ligação com a crescente onda
de venda de combustível no mercado negro, sobretudo ao longo das estradas
nacionais (N6 e N7) que formam os corredores de Sofala e Tete, que ligam o
porto da Beira, no oceano indico, aos países do 'interland'.
AYAC
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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