Diário de Notícias, com foto
Cinco pessoas foram
detidas esta noite na manifestação frente à Presidência da República, quatro
por arremesso de petardos e um por resistência às autoridades. O Conselho de
Estado acabou por volta da uma da manhã, com os conselheiros a saírem todos ao
mesmo tempo, de carro. (Notícia atualizada
às 01.00)
O Conselho de
Estado começou pelas 17.15. Espera-se que após a saída dos conselheiros seja
lida uma nota à comunicação social. Nas ruas, ouviram-se assobios e gritos de
"gatunos" quando estes passaram de carro.
A polícia de
intervenção presente no local foi ao início da noite reforçada com vários
elementos, numa altura em que o ambiente ficava mais tenso, tendo mesmo sido
arremessadas garrafas contra os agentes. Foi por volta das 22.00 que a situação
se mostrou mais tensa.
Durante a tarde, à
chegada dos Conselheiros de Estado, os manifestantes gritaram palavras de ordem
de cada vez que um carro entrava na residência oficial do Presidente.
"Cavaco escuta, o povo está em luta", diziam.
As pessoas
aproveitaram o protesto não só para mostrar o seu descontentamento com
cartazes, mas também cantando várias canções de intervenção, entre as quais o
"Acordai", de Fernando Lopes Graça com poema de José Gomes Ferreira,
a "Internacional" e a "Grândola Vila Morena", de Zeca
Afonso.
A reunião do
Conselho de Estado, no qual participou a título extraordinário o ministro das
finanças, Vítor Gaspar, terá como tema central as reformas da TSU anunciadas
pelo primeiro-ministro e pelo titular da pasta das Finanças nas últimas duas
semanas.
"Exigimos uma
outra solução para o país, um outro governo de legitimidade popular. É
necessária a demissão deste país que já demonstrou incapacidade", afirmou
à SIC Frederico Aleixo, organizador da manifestação "Que se lixe a
troika!" que marchou por Lisboa no sábado passado.
"Faço parte de
uma geração e fomos mandámos para uma guerra sem retorno onde nos portámos com
heroismo. Agora o que sonhámos para os nossos netos foi-nos tirado. Sinto-me
traído", afirmou um militar na manifestação à SIC. Também estudantes
trajados a rigor se reúnem em frente ao Palácio.
Em declarações aos
jornalistas enquanto decorre a manifestação frente ao Palácio de Belém, em
Lisboa, o deputado comunista Miguel Tiago frisou que "este Governo não tem
condições para continuar e que o Presidente da República que jurou cumprir a
constituição devia ter isso em conta".
Mas para o PCP,
Cavaco Silva "está comprometido com outros interesses que não os do povo,
de contrário já teria usado os seus poderes para travar esta política
desastrosa e destruidora".
Já a deputada
bloquista Catarina Martins considerou que a manifestação "mostra a
democracia a funcionar" e sublinhou que Cavaco deve ouvir o povo, que
pretende a demissão de um Governo "sem capacidade, legitimidade e
autoridade".
"Todos os
agentes e grupos sociais devem demonstrar abertura para encontrar soluções para
a situação do país. Tenho esperança que através do diálogo construtivo
consigamos ultrapassar as atuais dificuldades, tendo presente o acordo
internacional que não podemos deixar de cumprir mas tendo em conta o interesse
das famílias, das empresas e pessoas em geral. E por isso irei ouvir com
atenção os conselheiros esta tarde", afirmou esta manhã o Presidente da
República.
Leia mais: Comunicado do
Conselho de Estado na íntegra
1 comentário:
PRESIDENTE "E MAIS NÃO DISSE".
Cavaco fala, mas está esgotado, nada mais consegue dizer.
Passou a ser o Presidente "E MAIS NÃO DISSE".
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