sábado, 22 de setembro de 2012

Portugal: MANIFESTANTES GRITAM “GATUNOS” À SAÍDA DOS CONSELHEIROS

 

Diário de Notícias, com foto
 
Cinco pessoas foram detidas esta noite na manifestação frente à Presidência da República, quatro por arremesso de petardos e um por resistência às autoridades. O Conselho de Estado acabou por volta da uma da manhã, com os conselheiros a saírem todos ao mesmo tempo, de carro. (Notícia atualizada às 01.00)
 
O Conselho de Estado começou pelas 17.15. Espera-se que após a saída dos conselheiros seja lida uma nota à comunicação social. Nas ruas, ouviram-se assobios e gritos de "gatunos" quando estes passaram de carro.
 
A polícia de intervenção presente no local foi ao início da noite reforçada com vários elementos, numa altura em que o ambiente ficava mais tenso, tendo mesmo sido arremessadas garrafas contra os agentes. Foi por volta das 22.00 que a situação se mostrou mais tensa.
 
Durante a tarde, à chegada dos Conselheiros de Estado, os manifestantes gritaram palavras de ordem de cada vez que um carro entrava na residência oficial do Presidente. "Cavaco escuta, o povo está em luta", diziam.
 
As pessoas aproveitaram o protesto não só para mostrar o seu descontentamento com cartazes, mas também cantando várias canções de intervenção, entre as quais o "Acordai", de Fernando Lopes Graça com poema de José Gomes Ferreira, a "Internacional" e a "Grândola Vila Morena", de Zeca Afonso.
 
A reunião do Conselho de Estado, no qual participou a título extraordinário o ministro das finanças, Vítor Gaspar, terá como tema central as reformas da TSU anunciadas pelo primeiro-ministro e pelo titular da pasta das Finanças nas últimas duas semanas.
 
"Exigimos uma outra solução para o país, um outro governo de legitimidade popular. É necessária a demissão deste país que já demonstrou incapacidade", afirmou à SIC Frederico Aleixo, organizador da manifestação "Que se lixe a troika!" que marchou por Lisboa no sábado passado.
 
"Faço parte de uma geração e fomos mandámos para uma guerra sem retorno onde nos portámos com heroismo. Agora o que sonhámos para os nossos netos foi-nos tirado. Sinto-me traído", afirmou um militar na manifestação à SIC. Também estudantes trajados a rigor se reúnem em frente ao Palácio.
 
Em declarações aos jornalistas enquanto decorre a manifestação frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, o deputado comunista Miguel Tiago frisou que "este Governo não tem condições para continuar e que o Presidente da República que jurou cumprir a constituição devia ter isso em conta".
 
Mas para o PCP, Cavaco Silva "está comprometido com outros interesses que não os do povo, de contrário já teria usado os seus poderes para travar esta política desastrosa e destruidora".
 
Já a deputada bloquista Catarina Martins considerou que a manifestação "mostra a democracia a funcionar" e sublinhou que Cavaco deve ouvir o povo, que pretende a demissão de um Governo "sem capacidade, legitimidade e autoridade".
 
"Todos os agentes e grupos sociais devem demonstrar abertura para encontrar soluções para a situação do país. Tenho esperança que através do diálogo construtivo consigamos ultrapassar as atuais dificuldades, tendo presente o acordo internacional que não podemos deixar de cumprir mas tendo em conta o interesse das famílias, das empresas e pessoas em geral. E por isso irei ouvir com atenção os conselheiros esta tarde", afirmou esta manhã o Presidente da República.
 
 

1 comentário:

Anónimo disse...


PRESIDENTE "E MAIS NÃO DISSE".

Cavaco fala, mas está esgotado, nada mais consegue dizer.

Passou a ser o Presidente "E MAIS NÃO DISSE".

Mais lidas da semana