Liliana Coelho - Expresso
O líder do Bloco de
Esquerda deu três razões para o seu partido fazer uma moção de censura, a falta
de explicações por parte do Governo sobre a situação, a falta de credibilidade
do Executivo e a terceira a existência de alternativas às medidas anunciadas.
"Desafio
Passos a apresentar hoje ao país, aquilo que já negociou com alguns e o que
disse aos credores", afirmou.
"Se o governo
não se apresenta a explicar, obrigamo-lo nós", disse Louçã, apontando a
primeira razão, na conferência de imprensa desta tarde, na qual confirma as
notícias que circulavam sobre a moção de censura.
"O que é novo
e é tão importante é que as medidas que foram tomadas não têm capacidade de
resolver as dificuldades, pelo contrário agravam-nas o país sai mais pobre e
mais endividado."
Ação com o PCP
Quanto a tratar-se
ou não de uma ação conjunta com o PCP, Louçã disse apenas que há uma conjugação
de esforços da oposição, no entanto, não quis adiantar mais nada, remetendo
para a conferência de imprensa dos comunistas, daqui a uma hora nos Açores.
"Em relação à
convergência de esquerda - segundo Francisco Louçã - a oposição não é só
discurso, queremos palavras claras, mas é preciso atitude".
"Ninguém se
deve excluir num momento de emergência de defender o pais, Governo que destrói
deve ser demitido",
Governo sem
credibilidade no país e no estrangeiro
"Este governo
não tem credibilidade, nem nacional nem internacionalmente, já não tem
coligação que lhe dê maioria parlamentar, não tem apoio do Presidente da
República, nem do Tribunal Constitucional, não tem o apoio da democracia",
acrescentou o líder bloquista referindo-se à segunda razão para a moção de
censura.
"Quando o
Governo não tem credibilidade - acrescentou - tem que ser a República, a
democracia que tem capacidade de decisão para resolver os problemas do
país."
A moção de censura
"é um sinal que Merkel vai perceber, que a troika vai perceber, e que
Portugal vai perceber, não podemos continuar este caminho, esta é a grande mudança
para a qual o BE quer contribuir", segundo Francisco Louçã,
A terceira razão
prende-se com o facto do o BE querer mostrar que há alternativas às medidas de
austeridade do Governo, ao contrário do que a coligação PSD/CDS afirma.
Oposição não é só
discurso
Questionado sobre a
posição do PS, o coordenador do BE respondeu: "não estou a discutir
política, estou a discutir Portugal".
"As pessoas
que votaram no PSD e CDS-PP é que fizeram a união na rua contra este governo. O
país quer demitir este Governo e esse papel cabe à democracia", frisou.
"Há três
semanas, quando a crise se precipitou, o BE disponibilizou-se para todas as
formas de mobilização, inclusive para levar ao tribunal constitucional a
importância da igualdade", acrescentou Louçã.
Sobre os números do
desemprego divulgados hoje pelo Eurostat, Francisco Louçã disse que a subida
representa o "descalabro" da política do país.
Sob re a
remodelação do Governo, foi peremtório: "O problema não é Vitor Gaspar,
Álvaro Santos Pereira ou António Borges que parece mais poderoso que todos, o
problema chama-se Pedro Passos Coelho e a política acordada com a troika".
... PCP apresenta
outra
Jerónimo de Sousa
acaba de anunciar que o PCP vai apresentar uma moção de censura ao Governo mas
não em conjunto com o Bloco de Esquerda.
O PCP acabou de
anunciar que vai apresentar uma moção de censura ao Governo liderado por Passos
Coelho. "A vida dos portugueses não aguenta mais exploração, mais miséria
e mais desemprego", disse Jerónimo de Sousa.
O líder comunista
ressalvou que esta moção de censura não é feita em conjunto com a do Bloco de
Esquerda. "Trata-se de uma convergência de datas mas sem prejuízo da nossa
decisão autónoma", frisou Jerónimo.
Jerónimo de Sousa
disse ainda aos jornalistas que esta moção de censura "esteve em cima da mesa
nos últimos três meses" e que vem na sequência das manifestações populares
que exigem uma mudança de regime.
O secretário-geral
comunista acusa o PS de se demitir da sua função de ser força da oposição.
As moções de
censura ao Governo podem ser apresentadas por um quarto dos deputados ou por
qualquer grupo parlamentar.
Dispõe ainda o
Regimento da Assembleia da República (AR) que "o debate inicia-se no
terceiro dia parlamentar subsequente à apresentação da moção de censura e que o
mesmo não pode exceder três dias".
Logo que a moção
seja entregue na AR, será marcada uma reunião da conferência de líderes que
organizará o debate, o qual será aberto e encerrado pelo primeiro-ministro e
pelos signatários da moção.
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