O presidente da
Federação Nacional de Médicos acusou, esta terça-feira, o Conselho Nacional de
Ética de estar a fazer "fretes ao Governo" quando defende que o
Serviço Nacional de Saúde deve promover medidas para conter custos com
medicamentos.
"Nos últimos
tempos, há uma atitude clara da parte do Conselho [Nacional de Ética] de ir
buscar assuntos que nada têm a ver com a questão fundamental que se coloca
neste momento, que é o direito constitucional à Saúde", afirmou à agência
Lusa o presidente da Federação Nacional de Médicos (FNM), Mário Jorge.
"Não minha
opinião, [estas atitudes do conselho] não são nem mais nem menos do que fretes
políticos ao Governo", sublinhou.
O Conselho Nacional
de Ética para as Ciências da Vida divulgou, na semana passada, um parecer no
qual considera existir fundamento ético para que o Serviço Nacional de Saúde
promova medidas para conter custos com medicamentos, tentando assegurar uma
"justa e equilibrada distribuição dos recursos".
Parecer que a Ordem
dos Médicos classificou como perverso, desumano e perigoso.
O mesmo documento
do Conselho de Ética defende que os profissionais de saúde que escolhem os medicamentos
pagos com verbas do Estado nos hospitais devem fazer declarações de conflitos
de interesses, adianta o jornal "Público" esta terça-feira, exemplificando com os
congressos patrocinados pela indústria farmacêutica em que os médicos
participam.
"O Conselho de
Ética envereda por caminhos de diversão que tentam desviar as atenções daquilo
que é hoje a realidade mais marcante da política de saúde, que é saber se os
cidadãos vão estar sujeitos a comprar os cuidados de saúde consoante tenham ou
não dinheiro", criticou o sindicalista.
Para Mário Jorge,
antes de falarem de conflitos de interesses para prescrever, os membros do
conselho "deviam mostrar se alguma vez praticaram esses princípios na sua
atividade profissional".
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